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Estado de Minas

Dentistas cruzam os braços nesta terça

Profissionais suspendem atendimento via planos de saúde em todo o país para protestar contra a baixa remuneração. Meio milhão de clientes devem ficar sem atendimento nesta terça-feira


postado em 25/10/2011 06:00 / atualizado em 25/10/2011 07:33

Marcos Coimbra e Eduardo Gomide, falam dos precos baixos dos planos de saude(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press. )
Marcos Coimbra e Eduardo Gomide, falam dos precos baixos dos planos de saude (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press. )

Usuários de planos de saúde terão de adiar a ida ao dentista. Nesta terça-feira o atendimento aos pacientes dos convênios estará suspenso em todo o país. Assim como ocorreu com os médicos, que por duas vezes este ano (em abril e setembro) não atenderam os pacientes ligados a planos de saúde – e também com os fisioterapeutas – o boicote agora é dos dentistas. O movimento é coordenado pelos conselhos e sindicatos regionais. Segundo as entidades, a baixa remuneração tem precarizado a saúde bucal brasileira reconhecida mundialmente pela boa qualidade do serviço. A expectativa é que o movimento que começou em abril, puxado por dentistas de Minas Gerais, tenha adesão de aproximadamente 70% dos profissionais, o suficiente para cancelar perto de 70 mil atendimentos no estado e meio milhão no país.

Nacionalmente, são 236 mil dentistas, sendo que 60% deles atendem à saúde privada. Segundo as entidades a defasagem das tabelas dos planos médicos chega a atingir 90% em relação aos valores de mercado. Este é o exemplo da consulta, remunerada em média a R$ 8. Os valores cobrados pelos planos odontológicos podem variar entre R$ 5 e R$ 20, mas há casos em que o produto para tratamento da saúde bucal chega a ser ofertado como brinde, para quem leva o plano médico hospitalar.

Mesmo ofertando produtos, a princípio com valores baixos, o mercado tem se mostrado firme, mais que dobrou de tamanho entre 2003 e 2010, movimentando no ano passado R$ 1,1 bilhão. “Enquanto os honorários estão mais que desafasados a margem das empresas é surpreendente, apresentando lucro que pode chegar próximo aos R$ 600 milhões/ano”, criticou Eduardo Gomide, presidente da Comissão de Convênios e Credenciamentos de Minas Gerais, que representa entidades como o Conselho Regional de Odontologia (CRO-MG) e o Sindicato dos Odontologistas de Minas Gerais (Somge).

Qualidade
Manter a qualidade do serviço é outra preocupação e uma bandeira do movimento de hoje. Segundo Ailton Rodrigues, presidente do Conselho Federal de Odontologia (CFO) os consultórios estão superlotados já que para manter uma matemática que não fecha é preciso trabalhar bem mais que o recomendado. “Quem ganha tão mal acaba não tendo como prestar um bom serviço”, alerta o especialista. Os dentistas também apontam a interferência das operadoras em seus serviços. Segundo as entidades, exigir do paciente raios-X antes e depois de tratamentos facilita o controle das operadoras mas expõe os pacientes a riscos desnecessários.

 O atendimento de urgência não será interrompido, mas segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a operadora deve garantir ao usuário acessar procedimentos também no consultório. A agência informa que não interfere na relação entre os prestadores mas que tem incentivado fóruns de discussões para facilitar esta relação. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), entidade que congrega 15 dos maiores grupos de operadoras de planos de saúde do país, disse que, assim como ocorre com os médicos suas afiliadas estão entre as que pagam os maiores honorários aos dentistas. De acordo com a ANS o consumidor que tiver o atendimento interrompido em razão de greve dos prestadores deve entrar em contato com o Disque ANS (0800 701 9656). A Unimed-BH não comentou a demanda dos dentistas. Ressaltou que seus usuários devem comunicar à cooperativa eventuais dificuldades no atendimento.


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