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Estado de Minas

Ações que aliviam em tempos de crise

Com a Bovespa em queda de mais de 20% no ano, papéis de empresas boas pagadoras de dividendos dão mais segurança


postado em 16/10/2011 07:34 / atualizado em 16/10/2011 15:01

Com uma queda de mais de 2o% do índice Ibovespa no ano, é difícil imaginar que ainda haja boas apostas em investimentos de renda variável. Os mais afoitos já tiraram os recursos da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) temerosos de que notícias pessimistas do Velho Continente desestabilizem ainda mais o já volátil mercado financeiro nacional.

Há porém aqueles que, como o administrador Eduardo Zwetkoff, mantêm o capital aplicado em ações. Mas não apenas nas famosas - e mais susceptíveis à queda - Vale e Petrobras, as conhecidas bluechips, como também nas que pagam bons dividendos, ou seja, dividem maior parcela dos lucros entre os acionistas.

Segundo levantamento feito com exclusividade para o Estado de Minas pelo professor de Mercado de Capitais da CMA Educacional André Machado, uma carteira de investimento composta pelas 10 maiores pagadoras de dividendos do mercado teria rendido, nos últimos 12 meses até 7 de outubro, 8,8% de lucro (veja quadro). Enquanto isso, as bluechips dariam um rombo de 32,32%, queda acumulada no mesmo período, mesmo já considerado o pagamento de dividendos - que também distribuem, mas em percentual inferior.

"Se não fosse considerada a divisão dos lucros, esta carteira teria uma queda de 3,81%. Podemos concluir que, justamente pelo fato de pagar bons dividendos, que ela é priorizada pelos investidores, sofrendo um impacto bem menor de vendas, num ano em que o Ibovespa já cai mais de 20%", avalia o especialista. Entre as mais bem cotadas no ranking, estão as companhias de energia elétrica e operadoras de telefonia. A grande campeã, Eletropaulo, rentabilizou nos últimos 12 meses até 7 de outubro, 25,94% do valor pago pela ação.

"São empresas que conseguem ter mais previsibilidade sobre o fluxo de caixa. Tendo ou não crise, o produto será vendido", explica o analista-chefe da XP Investimentos, Rossano Oltramari. Para André Machado, a crise internacional têm poucos impactos sobre o dia a dia das pessoas e, consequentemente, sobre a demanda dessas companhias de capital aberto. "A menos que tenhamos um cenário de depressão profunda, não veremos as famílias desligando o freezer e a televisão ou parando de falar ao telefone. Por isso, a receita dessas empresas é tão estável", observa Machado.

Além de terem mercado garantido, estas empresas ainda demandam baixos recursos para novos investimentos. "Em uma distribuidora de energia, a malha de transmissão já está pronta", observa o sócio da V10 Investimentos, Lucas Roque.

DEFESA NA CARTEIRA Isso significa que além de estabilidade no faturamento, elas destinam parte pequena do lucro líquido acumulado para reinvestir. O resultado é uma fatia maior do bolo para ser dividido entre os acionistas. É nessa política de estabilidade de preços das ações e divisão de lucros, que o investidor Eduardo Zwetkoff aposta. "Dos recursos que tenho em renda variável, 50% estão em empresas consideradas boas pagadoras de dividendos", garante.

Vale lembrar que se a cotação dessas ações não acompanham fielmente a Bovespa em momentos de queda, o mesmo acontece nas grandes altas. "Elas (boas pagadoras de dividendos) mantêm uma constância maior e não remuneram tanto quando a Bovespa se recupera", pondera Eduardo. Para Luis Abdal, diretor do maior evento de educação financeira e de investimentos da América Latina, Expo Money, essas ações constituem uma característica de defesa da carteira de investimentos. "Elas perdem no valor do papel, mas ganham na distribuição de dividendos. E não sofrem como as commodities", observa.


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