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Estado de Minas

Encomendas de fim de ano não evitam desaceleração da produção industrial em agosto

Um dos motivos da retração foi o enfraquecimento da demanda mundial devido à crise externa


postado em 05/10/2011 06:00 / atualizado em 05/10/2011 06:25

Desde abril, a indústria nacional está andando de lado com pequenos ganhos logo compensados por nova retração. Foi o que ocorreu entre julho – quando a produção industrial subiu 0,21% – e agosto, mês em que foi registrada queda de 0,2%. “Entre perdas e ganhos a cada mês, o setor opera, em termos de saldo, no mesmo patamar desde abril”, explica André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As encomendas de Natal, típicas desta época do ano, não foram capazes de evitar a queda. Para o especialista responsável pela pesquisa, uma combinação de fatores contribui para o resultado. “Entre eles as medidas do governo federal de desaquecimento do consumo, a concorrência com produtos importados e a manutenção de estoques acima dos níveis históricos em alguns setores”, avalia Macedo.

Somado a isso, a desaceleração na demanda mundial, por conta da crise internacional, contribui para a retração nos parques nacionais.Para Lincoln Gonçalves Fernandes, presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a indústria está estagnada, mas em um patamar superior ao registrado em 2010. “Perdeu-se o fôlego de crescimento e alcançou-se um nível de estabilidade, porém em um nível mais alto de produção. Voltamos aos patamares de 2008, o que não está ruim”, pondera. Em relação a agosto de 2010, a indústria apresenta elevação de 1,8% e de 2,3% no acumulado dos últimos 12 meses (veja quadro).

Cenário incerto

No horizonte, empresários do setor veem poucas esperanças de inversão do cenário apresentado até então, mesmo com uma reviravolta da moeda americana – que somente em setembro registrou valorização de quase 17%. “Não há expectativa de crescimento e é isso que move os investimentos”, afirma Lincoln. Para o especialista, o dólar mais valorizado pode até dar um fôlego para a indústria nacional, mas os impactos seriam sentidos somente no final do ano. “A indústria espera a consolidação do novo patamar do câmbio. Se mostrar um viés de manutenção em níveis mais altos, aí sim é possível pensar em retomar os investimentos”, avalia.

Dos 27 ramos de atividade avaliados, 11 registram queda nos negócios. O destaque para a retração veio do setor de alimentos, com baixa de 4,6%, principal impacto negativo na média global do índice. Apesar do resultado, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) espera vendas reais 7% superiores este ano em relação a 2010. Em sentido contrário, a produção de bens de capital registrou avanço de 0,9% na passagem de julho para agosto, única categoria a registrar expansão no período. Para Marcelo Veneroso, diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), os bons números não refletem a realidade do setor. “Antes, 40% das máquinas e equipamentos eram importadas, enquanto os 60% restantes eram de produção nacional. Esses percentuais inverteram”, explica.


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