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Estado de Minas

Produtor mineiro de manga programa colheita da safra para obter bons preços

A nova safra do Estado está começando e vai até abril de 2012


04/10/2011 15:05 - atualizado 04/10/2011 15:08

A produção mineira de manga, que vem obtendo aumentos sucessivos nos últimos anos, deve superar nesta safra a marca de 101,3 mil toneladas registrada no período 2010/2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nova safra do Estado está começando e vai até abril de 2012. Os próximos meses são considerados ideais para os produtores colocarem o produto no mercado, pois começa a entressafra da manga produzida em São Paulo.

Para isso, os agricultores de Minas Gerais fazem a programação da safra de manga controlando a irrigação. “Há também outros recursos, que devem ser utilizados com a orientação de técnicos, a fim de estabelecer o melhor momento para a planta começar a produzir”, diz o produtor Clemente Teles Neto, de Janaúba, no Norte de Minas. Segundo ele, o principal objetivo é garantir a colheita nos períodos de entressafra dos grandes concorrentes.

Neto acrescenta que a produção da região termina na metade do primeiro semestre. Nesse período começa a predominar no Estado a venda da manga dos pomares paulistas, que vai até setembro. Ele explica que a fruta procedente de São Paulo, neste ano, teve uma cotação baixa, em alguns casos menos de R$ 1,00 o quilo ao produtor, impedindo a comercialização da manga mineira a um preço melhor.

Produção deve superar nesta safra a marca de 101,3 mil toneladas (foto: Divulgação/Seapa)
Produção deve superar nesta safra a marca de 101,3 mil toneladas (foto: Divulgação/Seapa)

Neto está expandindo a produção da manga Palmer para substituir, aos poucos, o cultivo das variedades Tomy e Haden. O objetivo é melhorar a renda, pois a Palmer pode alcançar em Minas Gerais um preço ao produtor de até R$ 2,00 o quilo, o dobro da cotação das outras variedades. “Vale investir na produção, porque os consumidores preferem atualmente a Palmer, por causa do sabor e da qualidade”, acrescenta.

Para o agricultor Moacir Brito, também professor de Irrigação da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), campus de Janaúba, “diante da concorrência da manga procedente de São Paulo e de outros estados, a produção escalonada ou distribuída é mesmo indispensável”.

Brito enfatiza que, com este recurso, os produtores de Minas garantem a presença de seu produto no mercado em escala reduzida na fase de predomínio da fruta de São Paulo no Estado, mas o objetivo principal é oferecer um grande volume da manga mineira no período da entressafra paulista.

Dados da CeasaMinas mostram que, no período de outubro de 2010 a março de 2011, os agricultores mineiros colocaram no entreposto de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), 6,4 mil toneladas de manga. O volume é 131,1% superior ao registrado no entreposto pelos paulistas nos seis meses. Já no período de abril a setembro deste ano, os produtores de São Paulo colocaram 2,4 mil toneladas de manga, enquanto os mineiros movimentaram um volume da ordem de 1,7 mil toneladas no período. A expectativa é de que os produtores de Minas Gerais devem reassumir a liderança na comercialização na CeasaMinas a partir de outubro.

Mercado interno

De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Ricardo Albanez, os produtores do Estado estão dando preferência à comercialização da manga no mercado interno. “Por se tratar de um produto perecível, a manga deve ser transportada apenas por avião. Além disso, o preparo exigido para atender às normas internacionais, em alguns casos, não compensa o investimento”, explica.

O empresário Jorge Luiz de Souza, presidente da Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), sediada em Janaúba, acrescenta que as possibilidades de fechar bons contratos de fornecimento no exterior estão reduzidas por causa da crise nos países que se destacam como compradores, os integrantes do bloco da União Europeia e os Estados Unidos.

Ele admite que, atualmente, o produtor de manga tem mais vantagens ao comercializar a fruta no mercado brasileiro. “Existe um cenário favorável ao consumo de frutas no país, inclusive como consequência do aumento de poder aquisitivo das famílias, mas não podemos descartar a possibilidade de exportar”, ressalta Souza.

Aumento da safra

Segundo o coordenador de Fruticultura da Emater-MG, Sérgio Carvalho, a área de cultivo de manga no Estado deve ficar inalterada, ou seja, em torno dos 8,3 mil hectares registrados no ano passado. “No entanto, a produção da fruta pode aumentar inclusive nas regiões que não contam com a irrigação, caso as chuvas comecem agora e sigam até novembro”, acrescenta.

“Em 2010, as águas desse período ajudaram na melhoria da produtividade e, consequentemente, no aumento da produção da fruta”, ressalta o extensionista Ildeu de Souza, da Emater de Janaúba. No município, onde a irrigação é utilizada nos pomares, a área de produção neste ano é pouco superior aos 380 hectares registrados no ano passado. “O preço estável da manga deve assegurar a receita dos agricultores nesta safra”, prevê o técnico.


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