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Estado de Minas

Exportações mineiras de açúcar em oito meses batem recorde


postado em 26/09/2011 12:26 / atualizado em 26/09/2011 13:09

As exportações mineiras de açúcar aumentaram 15,9%, nos primeiros oito meses de 2011, atingindo US$ 688,5 milhões, informa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O montante apurado é o maior já registrado para o período, segundo avaliação da Subsecretaria do Agronegócio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa MG).

De acordo com a assessora técnica, Márcia Aparecida de Paiva Silva, da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Seapa, o volume exportado manteve-se estável, por volta de 1,3 milhão de toneladas. Ela considera que “o crescimento da receita de exportação, aliado à estabilidade do volume embarcado, evidencia o aquecimento do valor médio do açúcar embarcado, que chegou ao maior montante comparativo aos primeiros oito meses do ano desde 2001”.

Márcia acrescenta que o aquecimento das cotações de açúcar é verificado também no mercado interno, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP. “Na comparação entre os primeiros oito meses de 2010 e 2011, os preços pagos ao produtor de açúcar (desconsiderando o efeito da inflação no período) aumentaram 19,4% e atingiram a média de R$ 66,69, a saca de 50 Kg. Comparando o mês de agosto com julho de 2011 foi registrado incremento de 6,5%”, informa a assessora.

Cana em bruto

Entre os diversos produtos classificados por “açúcar”, que englobam produtos provenientes do complexo sucroalcooleiro – lactose, glicose, demais açúcares, caramelos e similares e outros produtos de confeitaria –, teve destaque a exportação de açúcar de cana em bruto (sem a adição de aromatizantes e corantes), que respondeu por 91,6% das exportações do segmento mineiro. Nas exportações brasileiras, essa especificação correspondeu a 74% das vendas do segmento.

De acordo com a assessora, os destinos do açúcar de cana (bruto) têm apresentado oscilações. “Nos primeiros oito meses de 2010, os três principais compradores (Irã, Rússia e Índia) adquiriram o equivalente a 45,7% das exportações mineiras. Já em igual período de 2011, os três principais mercados foram Rússia, Irã e China, que adquiriram 40,8% da receita dos embarques mineiros”, analisa Márcia.

Entre 2010 e 2011, a Índia, principal consumidor mundial, passou de terceiro para décimo sexto importador do açúcar mineiro. A recuperação da produção indiana, que sofreu forte queda na safra 2008/2009, com reflexos ainda na safra 2009/2010, vem contribuindo para a redução das compras daquele país.

Segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção brasileira de 38,2 milhões de toneladas na safra 2010/2011 faz do Brasil o maior produtor global, com parcela de 23,7% do volume mundial. A Índia, em segunda colocação, responde por 16,6% da produção global.

Minas é exceção

As estimativas para a safra brasileira de 2011/2012 de açúcar apontam para 37,1 milhões de toneladas, queda de 2,9% em relação à produção de 2010/2011. “Ao contrário da conjuntura brasileira, para a produção mineira é esperado crescimento de 6,4%, com volume de 3,5 milhões de toneladas”, ressalta Márcia Silva.

Diante desse cenário, a expectativa que se vislumbra para o mercado mineiro de açúcar é positiva. “A valorização do produto nos mercados interno e externo, aliada à possibilidade de diversificação e alcance de novos mercados, cria uma boa perspectiva para o setor”.

A assessora diz ainda que deve ser considerada a composição do complexo sucroalcooleiro, uma vez que o aumento da produção de açúcar ocorre, principalmente, por causa da maior destinação da cana para esse produto na comparação com o etanol.


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