O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou nesta quinta-feira que se nega a escolher entre o gigante varejista francês, Carrefour, e seu rival Casino na batalha pelo controle da cadeia de supermercados CBD Pão de Açúcar, líder do setor no Brasil, conforme declarações de seu diretor, Luiz Eduardo Melin.
"De nenhum modo se trata de eleger um grupo em um conflito do setor privado", afirmou Melin, diretor do BNDES durante uma conferência sobre o Brasil organizada em Paris pelo semanário britânico The Economist. O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, também já afirmou que o governo não vai intervir. "É uma decisão do BNDES e não do executivo. É um caso comercial privado e não um assunto governamental", disse.
O Carrefour é o número um da distribuição no Brasil.
Casino e seu diretor Jean Charles Naouri recusaram o projeto e o qualificaram de "expropriação" e de "erro estratégico". Na terça-feira, um porta-voz do Casino afirmou que o BNDES havia advertido durante uma reunião entre Naouri e o presidente do banco, Luciano Coutinho, que não respaldará uma operação "hostil".
Desde que apareceram os primeiros rumores sobre a fusão, o Casino, histórico sócio do CBD Pão de Açúcar, aumentou sua participação direta no CBD em duas ocasiões: em junho a elevou a 3,3% e na quinta-feira passada a 6,2%. Agora, o Casino possui 43,1% do distribuidor brasileiro e segundo um pacto de acionistas alcançado em 2006, em 2012 deverá assumir o controle do CBD. O BNDES havia afirmado nesta semana que a fusão permitirá um "processo de internacionalização do grupo Pão de Açúcar", mas alguns membros do banco se opuseram com firmeza à participação do BNDES em um negócio desse tipo.