Nouri se reuniu na segunda-feira à noite com Coutinho. Na fusão, o BNDES passaria a fazer parte do capital da Gama, empresa que controlaria a nova entidade originada da fusão entre o gigante brasileiro e seu parceiro francês Carrefour. O Casino se opõe à operação que foi lançada por Diniz. O grupo perderá a possibilidade de assumir o controle acionário do CBD-Pão de Açúcar no próximo ano se o processo for concluído.
O Casino decidiu apelar para uma arbitragem internacional para impedir a continuidade das negociações entre Pão de Açúcar e Carrefour, alegando que seus sócios brasileiros não informaram sobre as negociações que estavam sendo realizadas. "A negociação secreta foi um ato ilegal. Naturalmente, não está em conformidade com as práticas adequadas e com a ética nos negócios", disse Naouri ao Estado de São Paulo.
Naouri ressaltou que se reuniu com o fundador do Pão de Açúcar no dia 15 de abril e o perguntou "se ele estava negociando alguma coisa e, em caso positivo, com quem". "Ele me respondeu formalmente que não tinha nada a dizer", assegurou. Fontes ligadas às negociações haviam ressaltado na terça-feira à AFP no Brasil que o BNDES está pouco otimista em relação à fusão frente à "postura muito intransigente" do Casino.
O BNDES, cuja participação é crucial para a formação do capital da Gama, frisou que não participará da operação se houver uma guerra nos tribunais. Atualmente, o CBD-Pão de Açúcar é controlado pela Wilkes, uma holding que possui ações do grupo de supermercados em partes iguais entre os Diniz e o Casino. Diniz convocou o conselho de administração da Wilkes para discutir a fusão no dia 2 de agosto.