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Estado de Minas

Empresas mineiras começam a exportar pão de queijo para a China


postado em 01/05/2011 07:23 / atualizado em 01/05/2011 08:15

Os principais fabricantes do pão de queijo mineiro mergulham no mercado de consumo da China, empenhados em fechar ainda neste ano os primeiros contratos de exportação ao gigante asiático. O café é outra promessa de receita adicional no primeiro parceiro de comércio exterior do estado, mas que tem concentrado suas compras em minério de ferro. O empurrão na busca de clientes chineses para o pão de queijo, um desafio aos hábitos culturais da segunda maior economia do mundo, foi dado na recente visita da presidente Dilma Rousseff ao país. Antes de a iguaria ser servida em banquete oferecido pelo Itamaraty a convidados em Pequim, conforme o Estado de Minas noticiou em primeira mão, estavam apenas engatinhando as iniciativas de empresas como a Forno de Minas, Pif Paf e Clap, dona da marca Maricota.

A Forno de Minas Alimentos já prepara o envio, a partir desta semana, de amostras do pão de queijo produzido na fábrica de Contagem, na Grande Belo Horizonte, para degustações nos hotéis das redes Shangri-La e St. Regis, na China. O produto será testado, ainda, numa grande rede de distribuição para supermercados com sede em Hong Kong e só aguarda os detalhes finais da negociação com uma indústria de alimentos para desembarcar na Coreia do Sul, revelou o presidente da empresa mineira, Hélder Couto Mendonça. “Apostamos firmemente na possibilidade de o nosso pão de queijo chegar à Ásia e à China este ano. Como passo inicial, estamos trabalhando no food service, o canal adequado para o produto se tornar conhecido”, diz, animado, o empresário.

A meta da Forno de Minas, que já exporta 7% da produção mensal de 800 toneladas de pão de queijo para a América do Norte e Europa, é elevar essa fatia total das exportações a 20% dentro de cinco anos. Os serviços de comida pronta para o consumo na China são essenciais nessa aposta das indústrias de pão de queijo, uma vez que os chineses não têm o hábito de preparar alimentos assados em casa. A Pif Paf Alimentos encaminhou amostras para Hong Kong e acertou degustações da iguaria, este ano, em Macau, informa o gerente de exportação da indústria, Gustavo Untar.
Desde 2009, a Pif Paf exporta pequenas quantidades de linguiça mineira a uma rede de supermercados de Macau que comercializa o produto entre portugueses e brasileiros. O teste, agora, será feito com o pão de queijo. Em outros pontos de varejo de alimentos na China, a empresa conta com a parceria de um importador e distribuidor que a atende no Japão. “Para que a gente desenvolva um hábito novo de consumo, é preciso investir muito em degustação e marketing. Potencial de vendas para o pão de queijo existe e grande; o câmbio no Brasil é que não nos ajuda”, afirma Untar.

Uma receita que agrada

A Pif Paf vai enviar, este mês, ao mercado japonês o segundo contêiner de 5 toneladas de pão de queijo. O primeiro foi despachado no fim do ano passado. Por enquanto, a empresa exporta cerca de 5% da sua produção. Com experiência de 10 anos em iniciativas de exportação de pão de queijo, o diretor de Negócios Internacionais da Clap Alimentos, dona da marca Maricota, Júlio Cézar Dutra Ribeiro, diz que a iguaria tem tudo para se transformar num produto com a cara do Brasil. “Jamais encontrei clientes que não gostassem da receita, feita com ingredientes naturais e sem glúten”, afirma o executivo.

A Clap está trabalhando na Ásia para identificar parceiros interessados nas vendas do pão de queijo produzido na fábrica de Luz, no Centro-Oeste de Minas. A empresa vai participar da 11ª edição da feira de alimentos Sial, na China, de 18 a 20 deste mês, evento que reunirá 1.500 expositores de 80 países e cerca de 35 mil visitantes. Cerca de 90% dos embarques que a indústria faz para os Estados Unidos, Espanha e Angola são da iguaria mineira. Cézar Dutra informa que o objetivo, até o fim do ano, é exportar 10% das 700 toneladas produzidas por mês.

É relevante o fato de ter sido observado interesse pelo pão de queijo e o café mineiros na China, produtos sobre os quais não havia nenhuma avaliação de perspectivas de vendas no país, para Jorge Duarte de Oliveira, diretor da Central Exporta Minas, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, que atua em parceria com entidades da iniciativa privada. “É um mercado de grande potencial, inclusive para produtos que não são as commodities (comuns na pauta mineira de exportações). Até mesmo entre elas, a diversificação (para o café) pode ser um negócio interessante”, afirma.


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