Cheques sem fundos crescem pelo 3° mês seguido, revela Serasa

A inadimplência com cheques apresentou alta pelo terceiro mês consecutivo, segundo pesquisa da Serasa Experian divulgada nesta segunda-feira. Em março, foram devolvidos 2,13% dos cheques, já em fevereiro o percentual de devoluções havia sido de 1,83%, e em janeiro, de 1,70%.

Apesar dos avanços mensais verificados, o primeiro trimestre de 2011 registrou o menor número de cheques devolvidos para o período nos últimos seis anos. De janeiro a março, houve 1,89% de devoluções de cheques. Em 2005, em igual período, este percentual havia sido de 1,74%.

Segundo analistas da Serasa Experian, a inadimplência com cheques aumentou em março por ser um mês com fortes pressões sobre o orçamento familiar, provocadas por despesas como pagamento de parcelas do IPVA, do material escolar e os gastos com férias e carnaval. Além disso, pesa o aumento da inflação, que reduz o poder aquisitivo do consumidor, e o aperto monetário, fundamentado nos juros altos para controle dos preços, o que também encarece o crédito.

Com a restrição ao crédito, como medida macroprudencial do BC, a alta do IOF e a elevação dos juros, obrigou os estabelecimentos do varejo a aceitar os cheque pré-datado para financiar as compras do consumidor. Nesse sentido, é importante destacar que o cheque pré-datado é venda a prazo e deve ser recebido com todos os procedimentos recomendados a um financiamento. Recebê-lo como venda à vista é uma das razões para o crescimento da incidência de cheques sem fundos, alertam os especialistas.