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Estado de Minas

Redes de farmácias já possuem grande aresenal de antidepressivos

Já são 36 milhões de unidades de antidepressivos vendidas por ano. Expansão preocupa. Há até animais em tratamento


postado em 27/03/2011 07:02

Maria Isaura com sua Kika: a fluoxetina fez bem para a cachorrinha(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Maria Isaura com sua Kika: a fluoxetina fez bem para a cachorrinha (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )

Em volume, os antidepressivos e estabilizadores de humor também ganham mais espaço nas prateleiras das farmácias brasileiras. As unidades de medicamentos comercializadas saltaram de 26 milhões para 36 milhões de 2006 para 2010. A alta chegou a 38,4%.

Na rede de drogaria Araujo, de BH, as vendas de antidepressivos cresceram 30% no último ano e as de remédios para combater a ansiedade aumentaram 15%. “Há uma tendência de prescrição desse tipo de medicamento nos grandes centros urbanos, em função das cobranças e do ritmo de vida acelerado das pessoas”, afirma Rodrigo Soares, gerente de projetos farmacêuticos da drogaria. A tecnologia, como a internet, ajuda a acelerar os processos de depressão, na opinião de Soares. “As pessoas passam a fazer menos esporte, ficam mais isoladas e têm menor convívio social”, diz.

Os negócios disparam, mas o uso indiscriminado das substâncias que prometem espantar a tristeza e acalmar a angústia, elevando o consumo a patamares recordes, preocupa os especialistas. No ano passado, somente no Sistema Único de Saúde (SUS) de Belo Horizonte, foram distribuídos 7,8 milhões de unidades de fluoxetina. “Este número é absurdamente alto. Temos que levar em conta que a população da cidade é de 2,4 milhões de habitantes, entre eles crianças e adolescentes”, aponta Rilke Novato, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sinfarmig). “A própria Anvisa já alertou sobre o exagero de prescrições da fluoxetina, que está sendo usada para emagrecer, como inibidor de apetite e não como antidepressivo.”

Uso veterinário O medicamento que desacelera o ritmo da vida, também tem ajudado os animais a se sentirem mais felizes e dispostos, reduzindo a carga diária do estresse doméstico. Depois da pílula para humanos, a versão veterinária do Prozac foi lançada nos Estados Unidos. O laboratório Eli Lilly não revela quando o produto vai chegar no mercado nacional. Enquanto isso, no Brasil, a fluoxetina (princípio ativo do Prozac) usada para humanos tem obtido bons resultados também entre os cães.

O veterinário Manfredo Werkhaufer explica que antigamente os cães viviam em espaços abertos. Quando são trazidos para dentro de casa, os animais podem ficar deprimidos. O veterinário explica que especialmente os cachorros de pequeno porte podem ser tratados com sucesso com o medicamento humano para depressão. “É preciso que o diagnóstico e a dose sejam corretos”, ressalta. A dona de casa Maria Isaura Amaral concorda. Aos 13 anos, a poodle Kika começou a comer as roupas de cama e apresentar sintomas de agitação. Desde que começou a se tratar com a fluoxetina as crises melhoraram. “Ela está mais calma, feliz, não come mais edredons e perdeu o excesso de peso.”

O poodle Pitucho, da aposentada Maria Doris Almeida, passou por um processo depressivo e foi “salvo” pelos medicamentos. Ele não gostava de ficar em casa sozinho. Quando isso ocorria, arrancava os pelos. Depois do tratamento, melhorou. “Ele agora é um feliz. Resolveu o problema dele e o nosso. Não queríamos ver o animal machucado.”

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