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Estado de Minas

Cartão não tem vez na Olegário Maciel


postado em 27/02/2011 08:10

Batizada em homenagem ao ex-presidente de Minas Gerais, a Avenida Olegário Maciel – o político foi o chefe do Executivo na década de 1930 – retrata bem a desigualdade socioeconômica em Belo Horizonte, mas mostra o quanto as moedas de R$ 0,01, R$ 0,5 e R$ 0,10, tão desprezadas por boa parte da população brasileira, ajudam a movimentar o comércio voltado para o público de baixa renda. Alguns pontos de venda próximos ao terminal rodoviário da capital, onde a via tem início, não sobrevivem sem elas. Já no lado oposto do corredor, boa parte dos clientes também usa um tipo de moeda para pagar as compras, mas é o de plástico, mais conhecido como cartão de crédito e débito.

A maioria dos clientes do restaurante Miguelão, que serve 300 refeições por dia, jamais teve um cartão de crédito. O popular estabelecimento oferece pratos de R$ 3 a R$ 4. O mais barato é o PF que leva arroz, feijão, macarrão, angu, salada e miúdos de boi. Por R$ 1 a mais, a pessoa pode degustar carne cozida ou de frango. “Pago menos de R$ 10 pelo pacote de cinco quilos do arroz Prato Fino, que me rende 50 refeições. A margem de lucro é boa e não há porque explorar a clientela”, diz o proprietário, José Miguel Siqueira.

“A maioria das pessoas me paga com moedinhas”, diz o empresário enquanto houve o cliente Maclolte de Alcântara, de 37 anos, elogiar o PF de carne cozida: “Frequento a casa há 10 anos”. As moedas também movimentam o comércio de dona Maria Tereza Arruda Mendes, de 43, cujos olhos verdes chamam atenção dos clientes. Nesta época do ano, as laranjas geladas são o diferencial da loja. “Cada uma custa R$ 0,50, e vendo cerca de 250 por dia.”

Os pastéis da região também têm boa saída. O aposentado João de Souza Soares, de 43, comprou 10 antes de viajar para Corinto, na Região Central de Minas. Na bagagem, ele também levou quatro pintinhos, que adquiriu por R$ 7,50 cada. “Daqui a três meses estarão na panela”. Frequentador assíduo da parte baixa da Av. Olegário Maciel, ele jamais atravessou a Praça Raul Soares, coração geográfico da capital, para ir ao luxuoso Shopping Diamond Mall, onde os cartões de crédito despertam o desejo dos vendedores.

“Nossos clientes são da classe A. Para se ter ideia, 10 em cada 10 pessoas que entram na loja compram produtos. Há caixa de bombons a R$ 235”, diz Bruno Pardinho, funcionário de loja de chocolates do shopping.

 

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