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Estado de Minas DIVERSEM DEBATE

Fundador do Gays com Bolsonaro: 'Acabou a história que gay é de esquerda'

O advogado Dom Lancelotti, fundador do movimento, defende as pautas conservadoras e a reeleição do presidente da República


15/09/2022 15:30 - atualizado 15/09/2022 15:51

Dom Lancelloti, fundador do Movimento Gays com Bolsonaro, ao lado do presidente Jair Bolsonaro
Dom Lancellotti e o presidente Jair Bolsonaro (foto: Arquivo pessoal)

No Brasil, 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais se declaram lésbicas, gays ou bissexuais, de acordo com Pesquisa Nacional de Saúde (PNS): Orientação sexual autoidentificada da população adulta, divulgada em 25 de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cerca de 2% da população brasileira se autodeclaram homossexual ou bissexual. O DiversEM, Núcleo de Diversidade do Estado de Minas, entrevistou representantes de grupos que têm posicionamento diferentes sobre a relação do atual presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), com a comunidade LGBTQIA+. 
 
O advogado cearense Dom Lancellotti, fundador do Movimento Gays com Bolsonaro, nega que tenha havido retrocessos na defesa dos direitos dessa população na gestão do atual presidente para a população LGBTQIA. Ao contrário, ele vê avanços. O advogado mineiro Thiago Coacci, doutor em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), faz oposição ao atual governo federal por considerar que houve retrocesso nas políticas de defesa de pessoas LGBTQIA e também aponta o preconceito incentivado por falas do presidente.
  
O Movimento Gays com Bolsonaro defende as pautas conservadoras  e surgiu em 2018, inspirado pelo Movimento Gays For Trump. O perfil Gays com Bolsonaro conta com 49 mil seguidores no Instagram. Dom tem mais de 100 mil seguidores em suas redes sociais. Foi candidato a vereador em 2020, porém, este ano, não vai disputar nenhum cargo e afirma que o foco de sua atuação é a “reeleição de Bolsonaro”. 

A seguir, a entrevista de Dom Lancellotti ao Estado de Minas:


O que é o  movimento Gays com Bolsonaro?
O Movimento Gays com Bolsonaro é um movimento político, inspirado pelo Movimento Gays For Trump nos EUA. Gays for Trump ajudou a eleição do Trump em 2016, formado por gays, lésbicas e simpatizantes que não se identificam com o voto à esquerda, não se identificam com os ideais progressistas. São mais para conservadores, contrários ao aborto, defensores da família, contrários à sexualização das crianças. O Log Cabin Republic, gays conservadores do partido Republicano nos EUA, estão no ativismo desde os anos 70, 80 e 90. Defensores das pautas propriedade privada, liberdades individuais, liberdades de expressão, liberdade religiosa. Gays por Bolsonaro é um movimento político que surgiu quando Jair Bolsonaro decidiu ser candidato em 2018. Temos um movimento inspirado em todos esses valores e inspirados no movimento dos Estados Unidos. Temos membros no Brasil inteiro. Agora o nosso foco é a reeleição de Bolsonaro.

O presidente já disse que prefere ter um filho morto do que um filho gay. Essa fala pode incentivar as famílias a não acolherem os filhos gays?
Pelo contrário, quando o presidente fala isso porque ele é contrário à militância LGBT, contrário à promiscuidade que o movimento LGBT virou, a imoralidade  que o movimento LGBT virou, a falta de respeito que o movimento LGBT virou. Frases desse tipo eu ouvi até do meu pai, quando eu me assumi para ele homossexual. Até contei recentemente numa entrevista a declaração do dia dos pais que fiz para meu pai, que ele disse esse tipo de coisa para mim, que 'preferia ter um filho morto a ter um filho gay', que se o filho fosse gay ele não aceitaria. Eu não vejo esse tipo de frase afasta a família dos homossexuais.
O que afasta a família dos homossexuais é o movimento LGBT. O movimento LGBT quer pessoas fracas, pessoas que brigam com as famílias, quer pessoas afastadas dos pais, afastadas de Deus, quer pessoas que não se aceitam para que seja mais fácil dominar essas pessoas Não é impondo aceitação que ninguém vai te aceitar. No mínimo ter respeito pelas pessoas, é uma questão de educação, é uma questão de caráter, não é de imposição. Não é o presidente dizendo esse tipo de coisa que vai afastar as famílias. Não vai. Assim como meu pai, o presidente é um homem de 68 anos que foi criado numa outra época. Então é compreensível que a opinião dele seja sempre contrária à militância LGBT.
Até mesmo nós do Gays por Bolsonaros somos contrários à militância LGBT, porque a gente expõe o que eles falam, a gente expõe a verdadeira face do movimento LGBT que é realmente, movimento mais preconceituoso, mas segregacionista. Tem muito racismo e muita transfobia no movimento LGBT. Procurei nas suas redes e fiquei feliz que você tem preocupação de dar voz. É importante essa entrevista que você consegue mostrar outro lado. Espero realmente que você não omita essa parte. A gente precisa dar voz.  Eles têm raiva de mim, porque eu falo a verdade.
 
 
Os conservadores são contrários ao casamento gay. Como você vê esse posicionamento sendo um homem gay e defendendo Bolsonaro que é um representante desse campo?
Não é questão de ser contrário ao casamento homoafetivo. Eu entendo a questão do casamento homoafetivo como uma questão dos direitos civis. Duas pessoas adultas, que querem fazer o que quiser da vida delas, são plenamente capazes, mentalmente capazes. Ok! Não tem problema nenhum. Até porque é uma questão dos direitos civis. Se você pega dois companheiros que vivem a vida inteira juntos, por que não? Se viveram juntos, se construíram uma vida juntos, por quê não ter os direitos civis legalizados.
Para que cada um tenha aquilo que lhe cabe. Essa questão 'os conservadores são contra' o casamento homoafetivo é uma falácia. Se a gente pegar uma notícia recente, em 2022, mês passado, o partido Republicano votou com 47 representantes favoráveis a uma lei nos Estados Unidos sobre o casamento homoafetivo. Está na internet para quem quiser pesquisar. Na questão de conservadorismo, filosofia, a gente vai na literatura. Não sei se você conhece o professor Kirk (Russell Kirk). Foi um dos maiores expoentes do conservadorismo, escreveu vários livros sobre a essência do conservadorismo. Não sei se com essas palavras, mas Kirk falava de variedade, diversidade, são característica de uma civilização grande, civilização potente.
Variedade e diversidade, porque se você tem tudo uniforme, se você tem toda igualdade absoluta, isso não é liberdade, Nós, conservadores, defendemos muito a liberdade, defendemos muito a vida, eu pessoalmente defendo muito que o Estado não interfira na vida de quem quer que seja. Se você é homem e quer ter um companheiro homem, do mesmo sexo. Se você é mulher e quer ter companheira do mesmo sexo, o Estado não tem nada a ver com isso, o Estado não tem nada a ver com quem eu me deito, com quem eu namoro, com quem eu amo. Hoje estou casado. Uma das críticas que a gente tem ao casamento homoafetivo, estou falando de uma questão pessoal, dados mostram... é até uma incoerência nossa, homossexuais, querer casar, porque a gente só tem a perder questão de direitos.
Tem dados, não vou lembrar o ano, que o número de divórcio entre homossexuais é bem maior, porque geralmente os homossexuais decidem casar tarde.  Aí tem aproveitadores, que esccolhem o homossexual mais velho que construiu uma vida inteira e o cara casa com outro só para dar golpe. Posso enviar o resultado da pesquisa, não tenho aqui de cabeça. Até uma das críticas é porque os homossexuais querem se comparar aos heterossexuais casando. Casamento você tem obrigações, não só direitos que o casamento traz. Também traz obrigações.

Você é casado?
Eu sempre quis casar, uma questão de caráter. Hoje eu sou casado. Tenho o meu marido. Dizer que conservadores são contrários, eu não vejo. São contrários somente por isso. Tem que ir a fundo para saber o porquê. O Kirk fala que variedade e diversidade são características de uma grande potência, de uma civilização grande, com virtude, virtuosa. Quem gosta de uniformidade, igualdade absoluta é ditadura. E ditadura a gente sabe o que faz com homossexuais no mundo inteiro.

O governo Bolsonaro avançou em relação às políticas de proteção às pessoas LGBQIA? 
No governo Bolsonaro, a gente vê que o número de homicídios caiu. Se não me engano, é o menor número de homicídios da série histórica desde que iniciou a medição desse dados, quando o número de homicídios reduz, a gente não quer saber a sexualidade das pessoas. Com o número de homicídios lá em cima, o ladrão não quer saber se você é gay, se você é hétero, se você é homo, bi ou pan, ele não quer saber disso. Então eu vejo se o número de homicídios diminui isso fica melhor ainda também para quem é homossexual.
O negócio é que o movimento LGBT faz esse vitimismo todo com questão de homicídios, sendo que deveria focar no que importa. Outra coisa é a liberdade econômica. A gente sabe que os homossexuais gostam de coisa boa, trabalham, quem quer, quem não quer se fazer de vitimista, se esforça, trabalha. Penso que tendo um país com liberdade econômica, que é o Brasil, que graças a Deus no governo Bolsonaro tem melhorado nessa questão, melhora até para os homossexuais, tendo liberdade de alcançar seus objetivos de trabalho. Dentro do governo, Marina Reidel, no ministério da Damares - ministra que saiu para ser candidata ao Senado. Não me recordo se a Marina permanece. Ela é uma pessoa trans. No período que ela permaneceu sempre disse que a oposição à causa LGBT não piorou no governo Bolsonaro, a transição quando ela recebeu do governo...
Ela não foi demitida, ela permaneceu dentro do ministério. O pessoal dizia Bolsonaro vai perseguir homossexual, LGBT, se fosse isso, a primeira coisa que o governo Bolsonaro faria é demitir, ou mandar demitir a Marina Reidel. Você sabe que Damares é pastora evangélica. Embora o presidente seja católico, a primeira-dama também é evangélica… teriam demitido Marina Reidel e não foi isso que aconteceu, e temos o depoimento de uma pessoa que trabalhou dentro do governo, uma pessoa trans dizendo que a questão do público LGBT não teve piora alguma, inclusive teve melhoras.

Quais?
O governo Bolsonaro reduziu a tarifa de importação dos remédios de combate ao HIV. A gente não pode negar que o público LGBT é o que mais sofre com o HIV,  a  gente tem notícias... sempre postei notícias na página Gays com Bolsonaro. Triplicou o número de HIV entre esses jovens. A gente sabe que esses remédios de HIV são caríssimos, embora oferecidos pelo SUS. Se são caríssimos, quando faltam vão impactar na vida dessas pessoas. É hipócrita dizer que isso não é importante. Pelo amor de Deus a gente está falando de saúde pública, de políticas públicas para população LGBT. Tem notícias que dizem que a questão de ter remédio deixa a vida dessas pessoas, como posso dizer... facilita a vida dessas pessoas.
Se isso não for política pública que ajuda a população LGBT, eu sinceramente não saberia dizer o que poderia ser. O número de mortes na comunidade LGBT diminuiu para caramba, puxado pela redução de homicídios.  Quando você tem uma população mais segura, a população pode se defender. Como o presidente defende, povo armado jamais será escravizado, mas prefiro ter arma para me defender como homossexual - assim como na questão das mulheres. Prefiro ter uma arma para me defender do que quando o ladrão vier assaltar. A mulher tem uma rosa ou um livro para jogar na cabeça do ladrão? Prefiro ter uma arma mesmo.

Mas há  levantamentos que mostram o percentual de assassinatos de pessoas LGBTQIA…
'Ah Dom, mas o Brasil é o país que mais mata', a gente sabe que isso é uma falácia de uma ONG esquerdista, que provavelmente recebe dinheiro de ongs internacionais, para reduzir uma agenda no Brasil. É uma narrativa criada que a mídia gosta, que seus coleguinhas jornalistas gostam dessa narrativa e saem disseminando sem fundamento algum. O Brasil não é o país que mais mata LGBT, é o país que mais matou pessoas no mundo. A gente vivia numa guerra. Ainda vive. 20 mil, 30 mil homicídios, isso é uma situação de guerra. Mas graças a Deus tem reduzido, eu tenho certeza e afirmo categoricamente que isso impacta positivamente na vida das pessoas. Essa é uma entre várias medidas que o governo Bolsonaro tem adotado.

Como você vê o movimento LGBT?
Esse movimento se transformou. Se a gente pegar histórico do movimento LGBT, histórico que eles gostam de esconder, sabe? Talvez nos seus estudos você tenha conhecimento. Eles só contam de Stone Wall para frente, só que Stone wall aconteceu em 1969, aquela questão de liberdade sexual, aquela questão da parada gay, só que o movimento LGBT tem histórico de 100 anos antes, quando Karl Maria Kertbeny era um ativista austro-húngaro que escreveu carta para o governo alemão dizendo que queria que discriminalizasse a homossexualidade, a gente sabe que, nessa época, o simples fato de ser gay seria preso, seria colocado no trabalho forçado, um terror.
Simplesmente por você ser gay, tinha até aquelas questões de ameaça que os gays sofrem, se você tivesse um jeitinho, você seria denunciado, porque você era gay.  O Karl foi até o congresso alemão, escreveu uma carta, bateu no peito 'dizendo olha o Estado não tem nada a ver com minha vida, eu não posso ser preso, eu não posso ser demitido do trabalho por ser gay, eu não posso ser morto ou submetido ao trabalho forçado porque eu sou gay'. o cara leu isso no congresso alemão. A gente está em 2022 e a gente continua tendo pessoas sendo mortas, pessoas sendo submetidas ao trabalho forçado, submetidas a andarem como clandestinas no próprio país por serem homossexuais, por serem pessoas trans. 

No Brasil…
Se a gente pegar o Oriente Médio no Google, for pesquisar, verá que o Islamismo faz com os homossexuais. Se a gente for pesquisar pessoas trans na China, a gente vai ver o que o Partido Comunista faz com essas pessoas trans. É muita hipocrisia do Movimento LGBT dizer que 'tem homofobia no Brasil' sendo que eles escondem, fecham os olhos para o que acontece no Oriente Médio. É muito fácil você falar de liberdade num país que você tem liberdade de defender o que você quiser. Veja o caso de Israel, olha o tamanho de Israel, olha onde Israel está, e o movimento LGBT vai para lá dizer que Israel é um país homofóbico.
É um país que não tem liberdade. Sempre falo nas Lives que o movimento LGBT perdeu a mão, esqueceu o que realmente importa, e hoje fica só de lacração em vez de ficar preocupado por pessoas que são realmente perseguidas por serem homossexuais numa Venezuela da vida, numa Cuba da vida. Veja o que Fidel Castro fez com os homossexuais, isso é história, não estou inventando dado. Vê lá o que o Partido Comunista Chinês faz com os homossexuais. O Partido Comunista chinês dá aula de masculinidade na escola.
A gente vai ter a Copa, vê lá no Qatar para ver como é. Por que o movimento LGBT não vai lacrar lá na Rússia? Por que o movimento LGBT não atua na Copa da Rússia? Por que será? Por que em vez de tentar descriminalizar a homossexualidade nesses países ficam de lacração no Brasil fazendo com criancinha seja sexualizada na escola, aprenda sobre sexo na escola,isso é hipocrisia, uma imoralidade. 
 
Dom Lancellotti em manifestação em favor de Bolsonaro
(foto: Arquivo pessoal)

Você não faz parte da comunidade LGBT?
Eu tenho orgulho de não fazer parte dessa porcaria, é vergonhoso, o que o movimento LGBT se tornou e ficam usando de outras pessoas para impor essa agenda. E ficam falando 'os conservadores são contra os homossexuais'. Sabe quem estava tentando fazer a discriminalização da homossexualidade no Oriente Médio uma pessoa chamada Donald Trump. Tinha o embaixador Richard Grenell que foi enviado para o Oriente Médio para a discriminalização da homossexualidade lá. Por que a mídia no Brasil não fala disso?Porque não vende jornal, não vende publicidade. O que vende é a Volkswagen dizer que Polo é um carro homossexual. Isso que vende publicidade. O que vende publicidade é você colocar casal de homossexuais se beijando no filme da Disney para crianças de três, quatro anos. Isso não é liberdade. Isso não é direito. Isso é uma sem vergonhice. 
 
Quais são as causas defendidas pelo movimento? 
Nós do Gays com Bolsonaros não queremos destruir nada, queremos fazer parte do debate, por isso a gente acha muito importante uma jornalista do Estado de Minas, vocês são considerados grande mídia, dê esse espaço para gente falar uma coisa dessa. Quando você me procurou querendo entrevista eu não acreditei, a grande mídia querendo entrevistar, dar espaço para gente, é muito importante, a gente quer fazer parte do debate. Antes no Brasil só tinha o debate de um único viés, a esquerda debatendo com a esquerda. Com o presidente Bolsonaro isso foi rompido e acabou essa história 'todo gay é de esquerda', gay do PSOL, gay em cima do trio elétrico, simulando Jesus Cristo nu, Nossa Senhora nua, isso acabou. A gente espera que essa entrevista que estamos concedendo para você sair realmente da forma como eu estou falando, porque já peguei muitos jornalistas por aí, que eu falo uma coisa e eles colocam outra, porque a grande mídia é isso. 
 
Dom Lancellotti veste blusa preta, está de braços cruzados e sorrindo
(foto: Arquivo pessoal)
 
Conte-nos um pouco de seu processo de se entender como um homem gay?
Sobre meu processo de entendimento como homossexual... eu tive uma boa infância, sempre brinquei na rua, sempre tive liberdade de ser criança. Tanto que minha sexualidade desenvolvi tarde, com 16 e 17 anos, sempre fico jogando videogame, vendo desenho do que pensar em sexualidade. Tive boa infância. Hoje as crianças são submetidas à sexualidade muito cedo eu penso que, principalmente, graças a essa agenda que é empurrada pelo movimento LGBT. Eu tive boa infância, tempos são outros, tinha uma segurança. Infelizmente, as crianças não têm tanta.Na época de adolescência tive algumas namoradas, mas me via diferente dos meus colegas, não me viam como meus colegas.
Eram felizes e eu não era tão feliz. Comecei a me ver, me entender como diferente e aquilo começou a me trazer um sofrimento, meio que comum aos homossexuais, tanto como homens como mulheres. Não me entendia como homossexual, cresci numa família evangélica, tinha algumas pessoas católicas na minha família, mas a maioria era evangélica. Havia toda aquela pressão de igreja, 'ah é pecado', 'você não pode aceitar', mas sempre gosto muito de ler.
A leitura, a literatura, me deu uma válvula de escape, eu sempre gostava de ler. Procurava entender aquilo que eu era. Nas minhas leituras, e Deus mesmo, coisas que mais digo aos homossexuais que me procuram... que se entendam, e aceitem, antes de você exigir a aceitação de outra pessoa, você tem que se aceitar, entender o que você é no mundo, em vez de você ficar obrigando outras pessoas a te aceitar, outra coisa importante é o apoio familiar, nunca brigar com pai e mãe. 'Ah Dom na sua família foi fácil?'. Não foi fácil minha mãe chorou quando falei que era homossexual, meu pai também.
Mas  pensou se eu tivesse seguido a cartilha do movimento LGBT que prega brigar com pai, brigar com a mãe, chutar o pau da barraca de todo mundo e vira um perdido na vida, sem Deus no coração, sem a família e não me aceito, aí eu viro o quê? O que o movimento LGBT quer que vire um 'militonto' que sai falando besteira e desrespeitando as pessoas. Meu processo foi bem doloroso. Se falo bem hoje dele é porque aprendi, me trouxe aprendizado para vários outros homossexuais que me procuram: se aceitem, não se afastem da família, não é fácil. Muitos deles querem pular da dor 'ah Dom você fala tão bem, quero ser assim'.
Eu naõ pulei a parte da dor, com sofrimento a gente aprende, a gente veio na vida para sofrer, não é fácil. Só não sofre quem já morreu. É bem difícil. Encarar é para poucos, mas muitos homossexuais encaram como? brigando com os pais, porque não se aceita. Se você não se aceitar, você briga com todo mundo. Uma pessoa bem resolvida, feliz consigo mesmo não está nem aí para que os outros falam. meu processo foi assim.


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