Cena do documentário "Wauja opanã" (foto: Reprodução)
A cultura do povo Wuaja, etnia que habita o território indígena do Xingu, é apresentada sob a ótica dos próprios indígenas no livro “As histórias de Kamukuwaká e Yakuwixeku” e no documentário “Wauja Onapã”, lançados na quinta (30).
O documentário “Wauja Onapã” (Canto Wauja) é um curta que registra cantos de dois rituais, Kagapa e Yamurikumã. O primeiro envolve toda a tribo, que canta e dança ao ritmo de um tambor. Já o segundo é realizado apenas pelas mulheres. Os rituais são explicados no vídeo por dois apaiyekene, que são professores, músicos e cantores que ensinam as músicas, e seus sentidos sagrados, aos mais novos.
Os rituais Wauja foram registrados pelo diretor indígena Piratá Waura (foto: Reprodução)
O olhar de Piratá Waurá, diretor e roteirista da obra, registra cenas inéditas dos rituais para as futuras gerações. O projeto surgiu da percepção de que rituais e musicas estavam se perdendo por estarem restritos aos anciãos. No curta é mostrado inclusive o uso de celulares para facilitar o aprendizado das letras dos cantos, mostrando como a tecnologia e tradição podem se unir sem se anularem.
Assim como o documentário, o livro “As histórias de Kamukuwaká e Yakuwixeku”, vem com o objetivo de manter as histórias vivas, uma vez que essas narrativas formam a identidade e os valores do povo Wuaja. Segundo a cultura Wauja, Kamukuwaká e Yakuwixeku são personagens de histórias que lançam as bases dos códigos morais, sociais e ritualísticos desse povo.
Além da preservação da cultura para o próprio povo Wuaja, o livro, idealizado pelo Coletivo de Professores e Historiadores Wauja (CPHW), também pretende divulgar para os não indígenas, como forma de conscientizar da importância de preservar os territórios indígenas, como o do Xingu.