Uma comitiva brasileira composta por diversos grupos, movimentos e profissionais negros participou de ações da COP-26, a Conferência das Partes, durante os dias 1º a 6 de novembro. As mobilizações tiveram como objetivo apresentar os desafios socioambientais sob a ótica da população negra no Brasil. A COP-26 será encerrada na sexta-feira (12/11).
A comitiva denunciou o racismo e a discriminação sofrida por pessoas negras em decorrência das desigualdades geradas pelo avanço das mudanças climáticas no Brasil e no mundo. Além disso, destacaram como os espaços e territórios de povos tradicionais, como os quilombolas, estão com direitos e garantias ameaçados no país.
Os grupos realizaram o evento “Terra, territórios e o enfrentamento ao racismo nas lutas contra a crise climática: o Movimento Negro Brasileiro na COP 26”, para apontar os principais desafios e caminhos percorridos por povos tradicionais no país em decorrência das consequências climáticas e ambientais.
As ações se estenderam para além do evento. A Coalizão Negra por Direitos ralizou mobilizações na cidade de Glasgow e também nas redes sociais. Nas diferentes formas, foram denunciados o racismo, a discriminação e o genocídio sofrido pela população negra. Outros pontos destacados são os efeitos sociais causados pela pandemia de COVID-19. Em agosto de 2020, os negros foram a maioria dos infectados e mortos no estado de Minas Gerais.
Para Douglas Belchior, pesquisador, historiador e um dos fundadores da Coalizão Negra por Direitos, a pandemia foi um dos motivos que intensificaram os efeitos socioambientais que atingem pessoas negras. “A maioria das mortes era evitável no Norte e no Sul Global, se parte da população não estivesse em extrema vulnerabilidade social e ambiental”, destaca Douglas.