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Estado de Minas SEXISMO

Seminua: estátua considerada sexualizada gera polêmica na Itália

O escultor Emanuele Stifano é acusado de sexualizar o corpo feminino e não ter sido fiel ao poema que diz homenagear


28/09/2021 10:58 - atualizado 28/09/2021 12:56

Estátua mostra mulher com vestido colado ao corpo
Estátua mostra mulher com vestido colado ao corpo (foto: Sapri/Reprodução)

O ex-primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, inaugurou no sábado (25/09) a estátua de uma mulher usando um vestido transparente e colado ao corpo, em Sapri, na província de Salerno, na Itália. No entanto, a forma como a mulher foi retratada tem levantado um debate sobre a sexualizaçaõ do corpo feminino. 

Em bronze, a estátua é uma homenagem do escultor Emanuele Stifano ao poema  "La Spigolatrice di Sapri", numa tradução livre O Respigador de Sapri, de 1.857, do poeta Luigi Mercantini. O texto narra a invasão malfadada de Carlo Pisacane ao Reino de Nápoles.
 
O poema foi escrito do ponto de vista de uma mulher que, enquanto trabalhava em um campo, avistou o barco de Carlo com seus 300 homens. Eles se apaixonam e a mulher então se junta à incursão e narra o massacre que presencia.

Enquanto alguns acham que a estátua deveria homenagear os 300 homens que morreram na batalha, mulheres de toda a Itália se posicionaram contra o sexismo da obra e pedem que seja derrubada.
 
O Partido Democrata em Palermo publicou em nota. “Mais uma vez, temos que sofrer a humilhação de nos ver representados na forma de um corpo sexualizado, desprovido de alma e sem qualquer ligação com as questões sociais e políticas da história”.


Laura Boldrini, deputada do Partido Democrata de centro-esquerda, também protesto em uma rede social. “A estátua recém-inaugurada em Sapri e dedicada a Spigolatrice é uma ofensa às mulheres e à história que deveria celebrar. Mas como as instituições podem aceitar a representação das mulheres como um corpo sexualizado? O machismo é um dos males da Itália”.
 
Stifano defendeu seu trabalho, escrevendo em sua página do Facebook que “Quando faço uma escultura, sempre tendo a cobrir o menos possível o corpo humano, independentemente do sexo”. O prefeito de Sapri, Antonio Gentile, disse que até o início do conflito ninguém havia criticado ou distorcido a obra de arte.
 
*estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz 


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