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Estado de Minas NOVO ENDEREÇO

Antiga confeitaria italiana abre segunda loja na Praça da Liberdade

Mole Antonelliana na Casa Fiat de Cultura vira ponto de encontro da cultura com a gastronomia da Itália


18/08/2023 16:57 - atualizado 18/08/2023 16:57
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Lorena Cozac mole antonelliana
'Queremos deixar o circuito dos museus mais doce e gostoso', avisa a confeiteira Lorena Cozac (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Foram 46 anos em um único endereço. A Mole Antonelliana construiu uma história de tradição na Avenida João Pinheiro, Centro de Belo Horizonte. Agora a confeitaria tem uma nova unidade, dentro da Casa Fiat de Cultura, na Praça da Liberdade. Um ponto de encontro da cultura com a gastronomia da Itália. “Queremos deixar o circuito dos museus mais doce e gostoso”, avisa a confeiteira Lorena Cozac.

Lorena nunca quis ter outra loja. Não queria correr o risco de perder o padrão. “A Mole é um patrimônio da cidade, referência em credibilidade e qualidade. Fui doutrinada a não perder a essência”, diz, reafirmando sua paixão pela marca. Com o antigo dono da confeitaria, o italiano Cláudio Gotero, ela aprendeu a seguir fielmente as receitas e a perseguir a perfeição. Os doces são artesanais e frescos. Tudo o que sai da cozinha é produzido no mesmo dia, não se congela nada.

No ano passado, ela abriu uma exceção para participar da Modernos Eternos no Edifício P7 Criativo, na Praça Sete, obra de Oscar Niemeyer. Só porque seria uma loja temporária. O plano era repetir a dose na edição deste ano, quando a mostra ocuparia o Prédio Verde da Praça da Liberdade. Até que chegou o convite da Casa Fiat de Cultura para assumir o espaço do café. “Quando entrei, senti uma coisa boa no coração. Fiquei mexida. Dentro de mim acreditava que ia dar certo”, revela Lorena.

Não teria mesmo um negócio melhor do que a Mole Antonelliana para se juntar à Casa Fiat de Cultura. Lorena fala em “casamento perfeito”. Além de serem duas marcas de origem italiana, um fato curioso aproxima ainda mais as histórias. A confeitaria é de 1976, mesmo ano em que a Fiat chegou ao Brasil. Cláudio Gotero era de Turim, cidade de origem da montadora, e veio para Belo Horizonte para trabalhar na empresa. Chegou em maio e abriu o negócio em dezembro, sete meses depois.

Projetada pela arquiteta Isabela Neves, a nova loja ficou tão elegante quanto a marca e os doces. No salão, embaixo da escada que dá acesso ao segundo andar do prédio, destaca-se um painel com paisagens da Itália. Entre elas, o monumento Mole Antonelliana, do arquiteto Alessandro Antonelli, que deu nome à confeitaria. Símbolo da cidade de Turim, foi erguido no fim do século 19 para ser uma sinagoga, chegou a ser a construção mais alta da Europa e hoje abriga o Museu Nacional do Cinema.

mole antonelliana casa fiat de cultura
A convidativa vitrine dá protagonismo aos doces, que vão dos pequenos petit fours às grandes tortas (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A proposta de lá é diferente. Enquanto a loja da João Pinheiro, onde se concentra toda a produção, está mais para lanches rápidos e venda de produtos para levar, a da Casa Fiat de Cultura convida para uma visita mais demorada. É para se sentar, relaxar e aproveitar o momento com calma e tranquilidade. “Falo que a gente não vende doce, vende uma experiência gastronômica. E aqui é o lugar para sentar e apreciar o que oferecemos.” Mas lá também funciona para encomendas e retiradas.

A convidativa vitrine dá protagonismo aos doces. A Mole serve lanches, mas não quer deixar de ser uma confeitaria. “Somos uma confeitaria que vende salgados, tem café e produz chocolate”, pontua.

Pelo tamanho da vitrine, dá para perceber que o ponto forte é a variedade. No total, são 17 sabores de tortas, 24 tipos de doces e 17 de petit fours. Muitos são da região do Piemonte, de onde veio Cláudio (e a Fiat). Esses números não vão demorar para aumentar, já que o plano é ter opções diet.

De tão belos e delicados, os doces podem ser comparados a pequenas obras de arte. Formado por uma casquinha de biscoito com cremes de chocolate e baunilha, o Nido parece um ninho. O charme da bomba de chantili está na tampinha da massa posicionada no topo do recheio. Não tem como não olhar para a tarteletta com um morango bem imponente por cima do chantili. A variedade de cores das bombas, que vão do marrom do chocolate ao verde do limão, chama a atenção.

Beleza e delicadeza

Parte da vitrine é dedicada aos petit fours, que também atraem olhares pela beleza e delicadeza. Com o nome Frolla, o biscoito amanteigado de baunilha e recheio de geleia de maçã é decorado com uma fina camada de suspiro e um pontinho vermelho. O brilho e o formato do Manine, massa folhada caramelizada, não passam despercebidos. Sem falar nos divertidos suspiros Rosa (com essência de morango) e Pinguini (glaçado no chocolate), que são clássicos da confeitaria.

Passando para as tortas, a mais amada de todas, que tem fama antiga na cidade, é a Saint Honoré. Invenção de Cláudio, que criou uma versão italiana para a receita francesa. A beleza é evidente, considerando as lascas de chocolate, as bombinhas de baunilha caramelizadas e as cerejas, que ficam por cima de camadas de massa folhada, creme de chocolate e chantili. Mas o que não se vê a olho nu também conta. Essa torta resume o primor que guia tudo o que a confeitaria faz.

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“O nosso creme de baunilha com cacau é muito exclusivo. Trazemos a baunilha da Itália, fazemos a mão em tacho de cobre e jogamos na mesa de mármore para esfriar”, descreve. A confeiteira também fala com empolgação do chantili com baunilha italiana. É tão gostoso que tem gente que vai lá para comprar no quilo.

Foi de Lorena a ideia de servir tiramisu, mas em formato de torta. Antes de desenvolver a própria receita, que está entre as melhores da cidade, ela comeu o doce em todos os lugares da Itália. O “segredo” passa por detalhes, como bater a mão o pão de ló, umedecido com café espresso, e usar mascarpone de verdade para fazer o creme. Por cima, polvilha-se cacau em pó.

O trabalho com chocolate vem de uma história anterior de Lorena, que já teve a marca Lolie Chocolates. Quando ainda nem sonhava em ser dona da Mole, ela ofereceu suas trufas para Cláudio, que chegou a vendê-las na confeitaria.

Se você quiser comer algum salgado antes, há ótimas opções de sanduíches (com pães feitos na casa) e empadas (os únicos itens que não são de fabricação própria). Em breve, a confeiteira vai lançar um projeto de harmonização em que oferecerá duplas de sanduíches com vinhos e doces com espumantes. Outro desejo dela é abrir a loja para servir café da manhã.

Serviço

Mole Antonelliana na Casa Fiat de Cultura
Praça da Liberdade, 10, Funcionários
(31) 98011-6250
Mais informações no site e no Instagram

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