Dupla Sá e Guarabyra e a Orquestra Opus, regida pelo maestro Leonardo Cunha

Concerto com Sá e Guarabyra e a Orquestra Opus, regido pelo maestro Leonardo Cunha, terá clássicos, como "Dona", e lados B, como "Barulhos"

naiara napoli/DIVULGAÇÃO


 Desde o arrefecimento da pandemia, a Orquestra Opus, dirigida pelo maestro Leonardo Cunha, vem mantendo um ritmo intenso de apresentações, quase sempre orientadas pela proposta de dividir o palco com artistas da música popular. Dois concertos confirmam esse momento de ebulição: nesta sexta-feira (20/10), ao lado de Paulinho Pedra Azul, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, com ingressos já esgotados; e amanhã, com Sá e Guarabyra, no Cine Theatro Brasil Vallourec.

Com a dupla expoente do chamado rock rural, a Opus já estabeleceu sólida parceria, inclusive com apresentação em São Paulo, na última semana. “É uma dupla muito querida, alto-astral, o que ajuda a ter uma conexão legal tanto com os músicos da orquestra quanto com o público”, diz Leonardo Cunha.

O maestre conta que tem mergulhado na obra da dupla para compor um roteiro musical diferente a cada concerto. “Busco entender como Sá e Guarabyra pensaram as músicas para manter a essência, mas propondo essa roupagem diferente. É sempre uma grande descoberta. O repertório vai mudando de acordo com a demanda do público”, destaca.

Ele observa que, nessas apresentações ao lado de Sá e Guarabyra, acabam entrando temas que nunca estiveram no roteiro de um show da dupla. “Tem duas músicas que vamos fazer que eles habitualmente não incluem nos shows, que são 'Barulhos' e 'Canção dos piratas'. A primeira, acho das mais lindas do repertório deles. São músicas que funcionam melhor com orquestração”, comenta.

Há esse espaço para o lado B de Sá e Guarabyra, mas o repertório é centrado nos grandes sucessos da dupla. “Dona”, “Caçador de mim”, “Roque Santeiro” e “Sobradinho” são alguns dos que compõem o roteiro. Composições mais antigas, de quando Zé Rodrix também integrava a formação, como “Mestre Jonas” e “Jesus numa moto”, também estarão no concerto.
 

Simbiose vocal

Para Cunha, a simbiose vocal é o que mais chama atenção no trabalho da dupla. “Ora eles cantam em uníssono, ora um faz solo e o outro fica em silêncio, alternadamente, e, ainda, há momentos em que cantam juntos, mas em registros vocais diferentes. Na primeira vez que nos apresentamos, ensaiamos primeiro com Sá, que estava morando em Belo Horizonte, e no dia seguinte, quando Guarabyra chegou, com os dois juntos. Deu para ver que vira outra coisa, é outra sonoridade”, afirma.

Guarabyra se recorda que, para a primeira apresentação com a Orquestra Opus, em 2018, foram necessários muitos ensaios, a despeito de, no início da carreira, nos anos 1960 e 1970, a dupla se apresentar costumeiramente acompanhada pelas formações orquestrais que rádios e emissoras de TV mantinham. “Depois de um longo tempo, ficamos destreinados, então no início deu muito trabalho, porque tocar com orquestra é bem diferente do que com banda. Numa formação menor, você é o regente. Na orquestra, você é só mais um músico”, diz.

Ele assente que o próprio trabalho de transcrição das músicas para o formato orquestral acaba sendo definidor da escolha do repertório, mas que essa função não fica a cargo apenas do maestro Leonardo Cunha. “Pensamos no que funciona bem com orquestra, e o que acho que melhor funcionou é uma música que jamais havíamos cantado em shows, 'Canção dos piratas', que fizemos para o público infantil, quase que num clima de opereta. É uma música de aventura que a orquestra abrilhanta com um clima cinematográfico”, destaca. 

Paulinho Pedra Azul

Quem conseguiu garantir ingresso para a apresentação de hoje à noite (20/10), da Opus com Paulinho Pedra Azul, também vai poder fruir de uma sintonia fina entre a orquestra e o artista, cuja carreira é marcada por “Jardim da fantasia”, “Cantar” e “Ave cantadeira”, além de canções que o influenciaram, entre elas, algumas de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Beatles, Roberto e Erasmo e Tom Jobim.

ORQUESTRA OPUS CONVIDA SÁ E GUARABYRA
• Neste sábado (21/10), às 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315, Centro).
• Ingressos a R$ 80 (inteira), à venda no site cinetheatrobrasil.com.br e na bilheteria do teatro. 
• Mais informações: (31) 3201-5211. 
 
 

Outros shows


•ENÉIAS XAVIER QUINTETO E TONINHO HORTA

Em sua nova edição, a série BH Instrumental migra para o Parque Ecológico do bairro Eldorado. A atração da vez é Enéias Xavier Quinteto, que se apresenta nesta sexta-feira (20/10), às 20h, com participação especial de Toninho Horta. O álbum “Os coroas” (2021) fornece a base do repertório. A banda que o acompanha é formada por Irio Júnior (piano), Chico Amaral (sax e flautas), Gladston do Nascimento (bateria) e Felipe Vilas Boas (guitarra). Acesso gratuito.

• ORQUESTRA OURO PRETO

A Orquestra Ouro Preto reverencia a obra-prima de Antonio Vivaldi e, para celebrar os 300 anos da publicação das partituras de “As quatro estações”, a formação mineira terá a companhia do violinista Winston Ramalho, em concerto neste sábado (21/10), no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046 – Centro), às 20h30. A apresentação prevê a estreia de uma versão musical inédita, assinada por André Mehmari, dos sonetos atribuídos ao compositor italiano. Ingressos a R$ 50 (inteira) pelo Sympla ou na bilheteria local.

• GRUPO PLURISONS

Dentro das comemorações de seus 60 anos, a Fundação de Educação Artística (FEA) recebe, neste domingo (22/10), às 11h, pela série Manhãs Musicais, a apresentação do Grupo Plurisons. Intitulado “Sutilezas do ritmo”, o concerto explora sonoridades que buscam ampliar a percepção através da experiência auditiva por meio de repertório atual. O programa é composto por obras recentes de Diana Soh, Rodrigo Lima, Rogério Vasconcelos, Maurício de Bonis, Noriko Baba e Alexandre Lunsqui. Entrada gratuita, mediante retirada de ingressos pelo feabh.byinti.com/.