Músicos do quarteto Quinta Essentia fazem careta

Quarteto paulista é um dos raros grupos de música de câmara do mundo dedicado exclusivamente à flauta doce

Quinta Essentia/site oficial

O Quinta Essentia Quarteto vai interpretar repertório barroco, com peças de Bach, Telemann, Muffat, Buxtehude e Pachelbel, neste domingo (21/5) à tarde, no Centro Cultural Unimed BH-Minas.

Criado em 2006 e considerado um dos mais importantes grupos de música de câmara do país, o quarteto paulista se dedica à flauta doce. É formado por Gustavo Henrique de Francisco, Renata Pereira, Lucas Gabriel Debortoli e Milena Villar.

“Há poucos grupos no mundo nesse estilo. Aqui no Brasil, existem grupos parecidos, mas sempre no contexto pedagógico nas escolas de música. Um grupo profissional como o nosso não existe”, afirma Gustavo de Francisco.

“Todos nós tocamos flauta doce, só que ela tem uma família muito grande, com diversos tamanhos – soprano, contralto, tenor e baixo. Em nosso grupo, cada um usa flautas diferentes. Dependendo da música, o mesmo flautista pode usar vários instrumentos. É isso que vamos mostrar no concerto em Belo Horizonte”, ressalta.
 

Instrumentos do século 18

O repertório deste domingo será especial. “A gente vai usar cópias de instrumentos utilizados no período barroco, entre 1720 e 1730. Vamos tocar música barroca alemã, todos os compositores são desse período. É um prato cheio para quem gosta de música barroca, clássica ou erudita”, afirma Gustavo de Francisco.

A flauta doce faz parte da história do Brasil. O instrumento chegou ao país por volta de 1550 trazido pelos jesuítas, que o usavam nas aulas para crianças indígenas. Posteriormente, tornou-se popular e foi incorporado a ritmos como o choro.

“O instrumento pode tocar qualquer repertório, mas o que a gente tem com certa tradição na flauta doce é a música barroca. O século 17 foi o período em que a flauta doce foi mais utilizada, era muito comum as pessoas a empregarem em todos os tipos de música. É esse repertório que a gente vai apresentar em Belo Horizonte”, informa Gustavo.
 
O quarteto desmistifica a ideia de que música clássica é cultura para a elite. “Buscamos espaços que abrem as portas para a gente fazer o nosso repertório”, explica o flautista.

“É um repertório que não está na mídia de massa, dificilmente você vai vê-lo na televisão, no horário nobre. Mas a gente vê que nossos espetáculos pelo país têm casa cheia. É mito dizer que essa música é voltada para a elite”, afirma Gustavo de Francisco.

FESTIVAL DE MAIO

Com Quinta Essentia Quarteto. Neste domingo (21/5), às 17h, no Centro Cultural Unimed BH- Minas (Rua da Bahia, 2244, Lourdes). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria ou no site Eventim.