Wilson Dias está de lado, tocando sua viola

Wilson Dias vai mostrar temas de seu disco 'Ser (tão) infinito' e promete atender pedidos do público

Élcio Paraíso/divulgação


O projeto Viola de Feira será a atração deste domingo (30/4) de manhã, no Centro Cultural Padre Eustáquio, apresentando os instrumentistas Wilson Dias e Camila Menezes. A proposta é valorizar a viola caipira e a música popular brasileira em shows com entrada franca, nos finais de semana.

Dias vai mostrar seu repertório autoral acompanhado pelo filho, Wallace Gomes. “A gente acaba tocando uma coisa ou outra do cancioneiro popular brasileiro. Não ficamos muito fechados, o show será bem dinâmico, muito aberto a sugestões”, afirma o violeiro.

 “A gente sente o olhar e a reação da plateia, vai tecendo as canções e conversando com o público, como se faz nas feiras pelo Brasil afora”, diz ele.

Wilson Dias conta que o filho também é compositor e levou o prêmio de Melhor arranjo no BDMG Instrumental, criado para a canção “A paz” (João Donato e Gilberto Gil). “A nova cena da música mineira tem me impressionado bastante, incluindo aí meus filhos Wallace e Pedro Gomes, que é baixista, embora toque também violão e viola”, diz o violeiro veterano e pai-coruja.

Camila Menezes sorri e toca viola

Camila Menezes gosta de levar a viola caipira para os universos do maracatu e do pop

Xande Pires/divulgação

Pertencimento e família

 O novo disco de Wilson, chamado “Ser (tão) infinito”, será a base da apresentação de hoje. “Como não paro, já tenho algumas coisas feitas, inclusive música gravada, porque hoje a gente não está fazendo disco cheio mais”, comenta. Para ele, a viola traz o sentimento de “encontro, pertencimento, de famílias parceiras”.
 

Camila Menezes conta que adorou receber o convite de Wilson Dias para participar do projeto. “Ele busca trazer de volta aquela lembrança dos tempos em que os violeiros animavam as feiras nas cidades. Na verdade, sou multi-instrumentista, mas meu trabalho tem buscado referências muito diversas, trazendo isso para a viola caipira”, explica.

Em “Bença”, disco lançado por ela, o maracatu é tocado na viola caipira, assim como o pop e o samba de roda. Neste domingo, Camila promete mostrar novidades de seu próximo álbum, “Linhas imaginárias”, título que remete aos diálogos que a viola permite.

“As conexões são feitas pelo meu afeto, pela minha personalidade, pela minha história e pela viola”, diz a artista. “No meu próximo trabalho, tem valsa em francês e pop com sotaque argentino, além da mistura de xote com reggae”, adianta.  “Não são músicas que a viola caipira faria tradicionalmente, mas gosto muito da sonoridade dela.”

O show de Camila terá músicas do disco “Bença” e de “Linhas imaginárias”, previsto para sair este semestre. “Será um álbum cheio, com oito faixas. Todas as composições são minhas”, antecipa.
 
A instrumentista e compositora destaca as amplas possibilidades que a viola caipira oferece. “Podemos fazer melodias e arranjos, o som dela é cativante”, observa.

“Sou muito dessa coisa da brasilidade. Gosto da cultura brasileira e das coisas populares daqui, mas também de estudar. Estou compondo em francês porque estudei a língua. Gravei com o acordeom do meu pai a minha música francesa”, finaliza.

VIOLA DE FEIRA – CIRCULAÇÃO NOS CENTROS CULTURAIS

Com Wilson Dias e Camila Menezes. Neste domingo (30/4), às 11h, no Centro Cultural Padre Eustáquio, Rua Jacutinga, 550, Bairro Padre Eustáquio. Entrada franca.

PRÓXIMOS SHOWS

. 28 de maio

Rodrigo Delage e Ivan Pestana, às 11h, no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, na Rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904, Bairro Itapoã. Entrada franca

. 24 de junho

Paulo Freire e Zaak Porto, às 11h, no Centro Cultural Venda Nova, Rua José Ferreira dos Santos, 184, Jardim dos Comerciários. Entrada franca
 
. 23 de julho

Ivan Vilela e Danielle Bonfim, às 11h, no Centro de Referência da Cultura popular e Tradicional Lagoa do Nado. Entrada franca