Gloria Maria

A relevância da apresentadora foi evidenciada em um vídeo onde ela surpreende uma menina negra que tinha o sonho de ser jornalista

Reprodução/ Rede Globo
Glória Maria, primeira repórter negra no telejornalismo, morreu nesta quarta-feira (2/2), aos 73 anos, vítima do câncer. A apresentadora, reconhecida por grandes reportagens, experiências e viagens exóticas, tornou-se um dos maiores ícones da representatividade preta. 

Diversas homenagens à trajetória de Glória Maria ocupam a internet neste dia. Entre lamentações e reverências, amigos e fãs relembram o protagonismo da jornalista. Nas menções, os admiradores afirmam que a importância de Glória como uma mulher preta de muitas conquistas e uma trajetória singular, trouxe expectativas.

“Imaginar o inimaginável é uma mulher preta conhecer e ter o mundo na palma de sua mão. Você nos alimentou de informações e possibilidades, Glória Maria.”, ressalta a cantora  Jup do Bairro, em sua conta no Twitter. 

A relevância carioca foi evidenciada em um vídeo que voltou a viralizar com sua morte. Na reportagem do “Fantástico” exibida pela Rede Globo, em 2017, Glória surpreende Mirella, uma menina negra que tinha o sonho de ser jornalista. Nos comentários, o público destaca a reação da menina, que se emociona ao ver Glória Maria e ressalta: “Representatividade é isso!".

‘Quem não é preto, nunca vai entender isso’

Mesmo que doloroso, Glória Maria sempre falou sobre racismo. Em seus discursos ela abria o coração ao compartilhar seus sentimentos como mulher preta, em que diversas vezes foi alvo de racismo, e encorajava outras pessoas.

“Nada blinda preto de racismo, e ainda mais mulher preta. Você tem que aprender a se blindar da dor. Hoje para mim não dói porque eu aprendi e continuo me protegendo”, afirmou a jornalista em uma entrevista para o Roda Viva, em março de 2022
 
Inclusive, na última publicação nas redes sociais, a apresentadora recordou uma entrevista que deu à Marília Gabriela, no qual falava sobre racismo.
 
Com tudo, sempre agiu como uma mulher forte. Em outra publicação nas redes sociais, os usuários destacam a firmeza nos posicionamentos da jornalista, mesmo quando racismo ainda não era considerado crime.

“O Brasil perdeu hoje um dos maiores nomes do jornalismo. Glória Maria falava de racismo quando o crime ainda era “apenas” uma “contravenção”. Neste depoimento, ela fala da dor de quem sente na pele. Glória era gigante.”, compartilhou um internauta.