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Estado de Minas CINEMA

Remake do remake, "Ligação explosiva" abusa de clichês e decepciona

Segunda refilmagem de um suspense espanhol tem produção sul-coreana e chega às salas em BH nesta quinta-feira (24/11), somente em cópias dubladas


24/11/2022 04:00 - atualizado 23/11/2022 23:51
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Menina sentada em baco de trás de automóvel, com cinto de segurança afivelado, olha aterrorizada para homem ao volante, de terno, em cena de ligação explosiva
Longa que estreia hoje em BH gira em torno de um homem ameaçado por telefone, enquanto está no carro, junto com os filhos (foto: DIAMOND FILMS/DIVULGAÇÃO )

No carro com os dois filhos, um executivo de um banco de investimentos recebe um telefonema. Nas próximas horas, ele deverá depositar milhões em uma conta, ou uma bomba plantada no automóvel irá explodir. E ninguém, nem mesmo as crianças, pode sair do veículo. Ou tudo irá pelos ares.

Parece premissa de filme de Liam Neeson e, de certa forma, é. “Ligação explosiva”, thriller que chega nesta quinta-feira (24/11) aos cinemas, é a terceira versão de um longa espanhol, “El desconocido” (2015). A mesma história foi rodada na Alemanha em 2018, ganhando o título de “Direção explosiva”. O filme que estreia agora é sul-coreano e, para 2023, está previsto “Retribution”, com Neeson no papel do homem que tem que correr contra o tempo.

O crescimento da Coreia como produtora de cultura de massa não é novidade. A música pop com suas boy bands, BTS como maior exemplo; as séries com os chamados doramas (dramas românticos) e o sucesso planetário “Round 6”; o Oscar para “Parasita”, que jogou os holofotes na produção cinematográfica autoral daquele país são resultado de anos de investimento na indústria criativa. 
 

Produção genérica

Mas há que separar o joio do trigo, sempre. Como thriller, “Ligação explosiva” é uma produção genérica que, mesmo com elenco, cenário e equipe técnica coreanos, não acrescenta em nada na chamada cor local – vale dizer que todas as cópias nos cinemas em BH serão dubladas, então nem o diferencial da língua se observa aqui.
 
A história carrega nos clichês. Sung-gyu (Jo Woo Jin) é um pai de família que mal tem tempo para a mulher e o casal de filhos. Está em vias de uma reunião muito importante. Quando recebe a malfadada ligação, a princípio não acredita que uma bomba realmente tenha sido colocada no carro. Mas um encontro com um colega de trabalho, também na mesma situação, vai mostrar que a ameaça é verdadeira.

Sob pressão e com uma dupla de crianças no automóvel, ele sai pelas ruas de uma metrópole (que supomos ser Seul). Uma série de acontecimentos vai colocar este homem como suspeito de um ato de terrorismo – polícia, imprensa, esquadrão antibombas, várias equipes são mobilizadas para tentar pará-lo.

Numa praia, a voz ao telefone acaba se tornando real. Há alguns sustos, é bem verdade, mas o excesso de efeitos especiais e a inverossimilhança das situações vão tornando tudo próximo do risível. E um final moralista e melodramático ainda aguarda o espectador. 

Com as salas de cinema passando por uma de suas piores crises e muitas (boas) produções sendo lançadas diretamente no streaming, é difícil entender como uma produção B da Coreia conseguiu chegar ao Brasil para ocupar hoje um lugar tão disputado.

“LIGAÇÃO EXPLOSIVA”

(Coreia do Sul, 2021, 94min., de Kim Changju, com Jo Woo Jin) – Estreia nesta quinta-feira (24/11), nos cines Cidade 1, às 16h40, 21h (sab); Cidade 2, às 20h30 (qui), 14h50 (exceto seg), 16h50, 18h50, 20h50 (sex, seg, ter, qua) e 13h30, 15h30, 17h40, 19h50(dom); Del Rey 7, às 16h30, 20h40 (exceto qui); e Minas 5, às 16h40, 21h10. Cópias dubladas.


 


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