(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas MÚSICA

Singles inéditos do Pato Fu criticam a intolerância política no Brasil

'A besta' e 'Curral mal-assombrado' falam de fake news, culto às armas e fé 'mal abençoada'. Banda lançou 3 das 9 canções do álbum que vai sair em 2023


22/10/2022 04:00 - atualizado 25/10/2022 14:52


Duas “pedradas” e um “respiro”. Assim é o trio de singles que a banda Pato Fu mandou para as plataformas na sexta-feira (21/10), depois de passar anos sem lançar inéditas, embora tenha se dedicado com afinco a projetos como o premiado “Música de brinquedo”, entre outros.

As novatas “A besta”, de Ricardo Koctus, e “Curral mal-assombrado”, de John Ulhoa, têm gente “de arma na mão falando de Deus”, cidadão para quem “qualquer mentira é melhor que nada”, “besta quadrada cercada de bossais” e defensores da "fé mal abençoada". Singles lançados intencionalmente neste momento em que o Brasil está às vésperas de escolher o novo presidente da República.
 
Eles chegam com uma novidade: Koctus e John assumem os vocais, como faziam nos tempos em que a iniciante Pato Fu buscava seu lugar ao sol, há30 anos.
 
O outro single, “No silêncio”, parceria de John e Fernanda Takai, é canção romântica talhada pelo pop elegante que se tornou a marca da banda mineira.


Recado para tempos de ódio

As novas canções são recado – e desabafo – do Pato Fu para estes tempos marcados por ódio, intolerância e destruição. Mais dois lotes com três canções cada chegarão até o primeiro trimestre de 2023, quando será lançado o álbum comemorativo dos 30 anos da banda. A maioria delas inédita, embora o casal anuncie uma releitura entre as faixas do novo disco.

Durante o “Divirta-se Podcast", disponibilizado pelo portal UAI e YouTube, Fernanda Takai e John Ulhoa falaram sobre a trajetória de três décadas do grupo, planos para o futuro e da alegria de reencontrar o público depois do confinamento social imposto pela pandemia.

Comentaram também a nova cena cultural de BH, em que a população prestigia os grupos locais, como se viu na última Virada Cultural, da qual Fernanda foi uma das atrações.
 
 

John, Fernanda e Koctus, fundadores da banda, continuam juntos, diferentemente da penca de grupos que se desfizeram depois do sucesso. Os outros integrantes são Alexandre Tamietti (bateria), que fez parte da banda, saiu e voltou, e o tecladista Richard Neves.

Underground, popular, queridinho da MTV, autor de trilha de novelas, vencedor do Grammy Latino, campeão de prêmios com clipes pra lá de criativos – Pato Fu é um pouco de tudo. Aliás, na semana passada, esgotaram-se rapidamente os ingressos para os shows em que a Orquestra Ouro Preto apresentou releituras de suas canções, em BH.

Orquestra toca 'Liquidificapum' 

John Ulhoa contou que em certo momento, no palco do Palácio das Artes, olhou para os instrumentistas ali atrás e simplesmente não acreditou que tudo aquilo era mesmo verdade.
 
Qual não foi a surpresa dele quando o maestro Rodrigo Toffolo revelou que fazia questão de incluir no “concerto” a canção “Rotomusic de liquidificapum”, a música “mais maluca” dos primeiros tempos do Pato Fu, nas palavras do próprio autor.

Fernanda e John falam com alegria do disco que vai sair em 2023, reunindo o grupo e a Orquestra Ouro Preto. Também vem aí um “projeto audiovisual bacana”, segundo John. Pode ser um filme, mas ele não dá spoiler de jeito nenhum...

Em 30 anos, o Pato Fu gravou 13 álbuns. Fernanda e John apostaram na delicada alquimia entre o trabalho no grupo e projetos solo. Neste fim de semana, por exemplo, ele está em cartaz, no CCBB-BH, como autor da trilha sonora de “Nhoque”, espetáculo do grupo Armatrux.

Há 15 anos Fernanda se dedica à carreira solo. Gravou com Roberto Menescal, Andy Summers (da icônica The Police), trabalhou com João Donato, dedicou belo disco ao repertório de Nara Leão, além de tributo a Tom Jobim. Escreveu crônicas no Estado de Minas, é autora de livros – dois infantis vêm aí. Por sua vez, Ricardo Koctus mantém pizzaria em BH, de onde saem redondas elogiadas por gourmets.

Saúde e skate

Ao falar dos próximos 30 anos da banda, a cantora, de 51, contou que espera ter sáude para trabalhar, assim como fazem os parceiros Roberto Menescal, de 84, e Marcos Valle, de 79.
 
Por sua vez, John, de 56, jura que vai pegar leve em suas manobras no skate. Quer chegar aos 80 inteirão, na pista.
 
Confira o "Podcast Divirta-se" com John Ulhoa e Fernanda Takai em https://youtu.be/A-RbmVCjlbU.
 
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)