Em "Eleita", candidatura que era uma chacota vence disputa para o governo

 

Uma novidade por si só. É como a atriz e cantora Clarice Falcão define a série "Eleita", que estreia nesta sexta-feira (7/10) na Amazon Prime Video. A comédia, em sete episódios de 30 minutos cada um, conta a história de Fefê, uma influenciadora digital que resolve se candidatar de brincadeira ao governo do Rio de Janeiro e acaba vencendo a disputa. Sem saber o que fazer, Fefê tem que aprender a administrar sua vida pessoal e o governo do estado ao mesmo tempo. 

A novidade a que se refere Clarice, habituada às produções na web, é que ela atua e também responde pela parte criativa de uma série pela primeira vez. Embora isso signifique mais responsabilidade, a dupla função também dá a ela maior margem de liberdade para escrever e interpretar. “Quando você está no set de gravação, você sabe a motivação de cada fala, porque, enfim, você estava na sala de roteiro”, comenta. 

Ao lado dela estão os diretores Carolina Jabor e Rodrigo van der Put, e o também roteirista Célio Porto. Clarice conta que, desde o início, queria fazer uma produção que não fosse centrada em comportamentos, envolvesse um pouco de fantasia, com um tom fantástico voltado para a distopia, mas sem exageros. "A realidade foi alcançando a gente de forma bem assustadora", afirma.

Segundo Clarice, a personagem Fefê é uma pessoa apolítica, nem de esquerda nem de direita. Em tom de comparação, ela cita a figura do Macaco Tião, morador do zoológico carioca, lançado candidato a prefeito da capital fluminense como forma de protesto por parte da revista Casseta Popular, antecessora do “Casseta & Planeta”.

Abertamente de esquerda, Clarice se permitiu fazer piadas com ambos os lados do espectro político. Embora ela tenha sido assombrada durante quatro anos pelos efeitos de um tuíte publicado em um momento de ebriedade após a eleição de Jair Bolsonaro, o projeto começou a ser escrito anteriormente a isso.

"Foi uma decisão consciente de não personalizar, justamente para a gente poder ter mais liberdade com a personagem. Por conta disso, a gente resolveu não fazer coisas autorreferentes, que tirassem o espectador da história. A gente queria que o público focasse na Fefê e esquecesse a Clarice. É uma personagem completamente diferente de mim." 

Num Rio de Janeiro decadente, a série se passa em um dos palácios do governo, pois o outro foi alugado para o aplicativo Airbnb para pagar as contas do estado. Na avaliação de Clarice, a série apresenta uma forma de olhar para a política com um pouco mais de leveza, em um momento preocupante do cenário político. 

 

 

O elenco conta com o veterano do humor Diogo Villela. Além dele, a formação fixa tem Luciana Paes, Polly Marinho, Rafael Delgado, Bella Camero, Felipe Velozo, Pablo Pêgas, Fabio de Luca e Diogo Defante. A lista de participações especiais traz Ingrid Guimarães, Cristina Pereira, Estevam Nabote, Betty Gofman, Alessandra Colassanti e Luis Lobianco, parceiro de longa data de Clarice Falcão no Porta dos Fundos. 

Segundo a atriz, a versatilidade do elenco permite fazer piadas que fogem do estilo clássico dos sitcoms, indo desde a escatologia até a reflexões mais sofisticadas e bem-humoradas. Os episódios saem todos juntos nesta sexta-feira, e a expectativa da produção é de que a série seja reeleita. 

Série brasileira em sete episódios, disponível a partir desta sexta-feira (7/10), na Amazon Prime Video.