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Estado de Minas CINEMA

Viola Davis diz que 'A mulher rei' definirá futuro do cinema

Atriz avalia que resultado de bilheteria do épico estrelado por ela determinará a disposição de Hollywood em produzir grandes filmes protagonizados por negras


16/09/2022 04:00 - atualizado 15/09/2022 19:13

usando terninho branco, sentada em sofá cinza, viola davis sorri e aplaude em evento de divulgação de filme em Toronto
Estrela de "A mulher rei", que estreia hoje nos EUA, a atriz diz que o resultado de bilheteria do filme determinará o futuro das produções de grande orçamento com protagonistas negras (foto: Unique Nicole/Getty Images/AFP)

A atriz Viola Davis, protagonista de “A mulher rei”, épico que estreia nesta semana nos EUA e na próxima quinta-feira (22/9) no Brasil, disse que o futuro dos filmes de grande orçamento com presença de mulheres negras em Hollywood está em jogo com o resultado desse lançamento.

No Canadá, onde foi divulgar o filme em que interpreta uma guerreira africana, a atriz disse que sente uma pressão intensa e emoções mistas, pois sabe que sua atuação neste longa será julgada de uma forma que os filmes com diretores e elenco brancos não são.

“Antes de tudo, o filme tem que fazer dinheiro. E me sinto em conflito quanto a isso, porque temos só uma ou duas oportunidades”, afirmou.

“Se não gerar dinheiro, então isso significa sobretudo que mulheres negras, mulheres negras de pele escura, não podem protagonizar um sucesso mundial de bilheteria?”

“É isso, ponto. E, agora, eles usam dados para isso, porque ‘A mulher rei’ fez A, B e C. E é isso que me deixa em conflito. Porque simplesmente não é verdade. Não fazemos isso com filmes brancos. Se um filme fracassa, você faz outro filme, e faz outro filme do mesmo jeito.”
 
 
 
“A mulher rei”, da Sony Pictures, que conta a história das mulheres guerreiras do Dahomey – hoje Benin – no século 19, é, em muitos sentidos, um passo ao desconhecido para um grande estúdio de Hollywood.

Capitaneado pela diretora negra Gina Prince-Bythewood e com um elenco majoritariamente negro e feminino, o título estreará em mais de 3 mil salas. Seu orçamento é de aproximadamente US$ 100 milhões, incluindo a divulgação.
Viola Davis, a única mulher afro-americana a vencer um Oscar, um Emmy e um Tony, passou seis anos tentando tirar o filme do papel, com estúdios e produtores reticentes em fazer a aposta.

Guerreira 

Ela interpreta a guerreira veterana Nanisca, que treina uma nova geração que deve se defender de um reino rival mais forte e dos escravistas europeus. 

O exército feminino do reino de Dahomey serviu como inspiração para as guerreiras de elite de "Pantera Negra" (2018), que arrecadou US$ 1,3 bilhão globalmente.

Davis pediu ao público amante do cinema que prove que filmes como “A mulher rei” podem fazer sucesso sem que façam parte de uma franquia de super-heróis. 

“Estamos todos juntos nisso, né? Sabemos que precisamos uns dos outros. Sabemos que estamos todos comprometidos com a inclusão e a diversidade”, afirmou.

“Então, se pode gastar seu dinheiro para ver ‘Avatar’, se pode gastar seu dinheiro para ver ‘Titanic’, também pode gastá-lo para ver ‘A mulher rei’”, acrescentou. ”Não é nem que se trata só do protagonismo de mulheres negras, a relevância cultural disso. É um filme muito divertido. E se de fato somos iguais, então desafio você a provar”, declarou Davis.

O filme recebeu muitas resenhas positivas após sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto. A Variety o descreveu como uma “demonstração cativante de poder negro”, com Davis em “seu papel mais feroz até hoje”.

Porém, segundo a atriz, as cenas de fortes batalhas despertaram críticas e misoginia entre a comunidade negra. “Inclusive na comunidade negra há pessoas dizendo ‘ah, essas mulheres de pele escura, por que elas têm que ser tão masculinas? Por que não podem ser mais bonitas? Por que não pode ser uma comédia romântica?'”, apontou.

“Pois bem, se esse filme não fizer dinheiro em 16 de setembro (hoje, data da estreia nos EUA) – e estou 150% certa de que fará – mas, se não fizer, aí adivinha só: não nos verão mais”, afirmou. “Essa é a verdade. Queria que fosse diferente.” 






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