Mostra de pintura e peça homenageiam Nelson Rodrigues, no Teatro da Cidade

“O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda”, afirmou certa vez Nelson Rodrigues (1912-1980). O escritor, dramaturgo e jornalista, entretanto, não seguiu sua própria máxima. Completaria 110 anos em 23 de agosto e sua memória é constantemente resgatada por meio da montagem de suas peças, citações de suas frases bem-humoradas e homenagens.

Em BH, o Atelier Esquina da Arte apresenta a mostra “Telas em cena ou O teatro pintado de Nelson Rodrigues”, que ficará em cartaz até 2 de outubro, na galeria do Teatro da Cidade. Luiz Otávio Brandão é o curador da exposição.

A mostra conta com 12 telas que fazem alusão a títulos das peças de Nelson Rodrigues, como “A mulher sem pecado” (1941), “Vestido de noiva” (1943), “Álbum de família” (1945), “Anjo negro” (1947), “Doroteia” (1949), “Perdoa por me traíres” (1957), “Viúva, porém honesta” (1957), “Os sete gatinhos” (1958), “Boca de Ouro” (1959), “O beijo no asfalto” (1960), “Bonitinha, mas ordinária” (1962) e “As serpentes” (1978).

O teatro, claro, também faz parte do projeto. Neste sábado (3/9) e domingo (4/9), estará em cartaz, no mesmo local, a peça “Os sete gatinhos”, montagem do Grupo Confesso dirigida por Guilherme Colina.

A história de Luiz Otávio com Nelson Rodrigues é antiga. Admirador do trabalho do dramaturgo, ele teve a oportunidade de conhecê-lo em 1973, quando seu irmão, o ator e diretor Ronaldo Brandão, montou “O beijo no asfalto” e convidou o autor para assistir à apresentação na capital mineira.

“Nelson Rodrigues nunca tinha vindo a Belo Horizonte. E ele veio justamente para assistir à peça”, relembra Luiz Otávio Brandão.