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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Mostra destaca a influência do Modernismo sobre o cinema mineiro

Até 9 de setembro, Cine Humberto Mauro exibe filmes ligados ao imaginário modernista rodados dos anos 1920 ao século 21


02/09/2022 04:00 - atualizado 02/09/2022 00:46

Homem usando máscara de macaco em cena do filme Bang Bang
Rodado em BH, "Bang Bang", filme de Andrea Tonacci, será exibido neste sábado (3/9) (foto: FCS/divulgação)

Foi necessário “garimpar” para selecionar filmes que serão exibidos na mostra “Veredas antropofágicas: Cinema e modernismo em Minas Gerais”, que começa nesta sexta-feira (2/9) e prossegue até 9 de setembro, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes.


Exemplo disso é “A vida provisória” (1968), de Maurício Gomes Leite. O filme aborda o contexto político, econômico e social do Brasil na segunda metade do século 20. Hilário nem se lembra mais da última vez em que ele passou no cinema.

Centenário da Semana de 22

A mostra está ligada às comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna e ao projeto “O Modernismo em Minas Gerais”. Aborda a influência do movimento sobre a extensa cinematografia mineira, inaugurada por Humberto Mauro em 1927, com “Tesouro perdido”. Naquele mesmo ano, foi criada a Revista Verde, em Cataguases, marco modernista na literatura.

“Lá, em 1922, o cinema não era tido como expressão artística. Ele não foi usado pelos modernistas em suas experimentações. Isso começa a ganhar contorno mais expressivo a partir da segunda metade do século 20, principalmente por parte do que ficou conhecido como Cinema Novo, Cinema de Invenção ou Cinema Marginal Brasileiro”, observa Bruno Hilário. “Houve, então, o resgate do pensamento antropofágico na busca de identidade nacional para o cinema brasileiro.”

O curador destaca como exemplo disso “Sagrada família” (1970), dirigido por Sylvio Lanna, e “Um filme 100% brazileiro” (1985), de José Sette de Barros, presentes na programação e ligados ao imaginário modernista.

De 22 a 25 de setembro, “Veredas antropofágicas” chega a Congonhas, onde estão obras-primas de Aleijadinho, inspiração para a luta dos modernistas em defesa do patrimônio histórico e artístico nacional.

O Museu de Congonhas, aliás, tem seção dedicada à célebre visita às cidades históricas mineiras, em 1924, liderada por Mário de Andrade.

Tributo a pioneiro Humberto Mauro

Ao analisar o impacto do modernismo sobre o cinema feito em Minas, Bruno Hilário destaca dois gestos da mostra, ambos homenagens a Humberto Mauro.

“Não que Humberto Mauro seja modernista ou inspirado pela estética modernista. A gente está trazendo o momento em que o cinema passa a ser considerado arte, e ele é considerado o inventor máximo, o pai da linguagem cinematográfica brasileira”, explica o curador.

Estarão em cartaz “Sangue mineiro” (1930) e “O descobrimento do Brasil” (1937), com trilha sonora de Heitor Villa-Lobos, “este, sim, o músico modernista brasileiro”, observa Bruno.

A segunda ação é a série de curtas de Humberto Mauro, que enfatizam a relação do diretor com a cultura popular brasileira e mineira.

“Humberto Mauro é moderno por excelência, se você considerar o cinema como o aparato artístico, social e cultural que melhor capturou o estilo de vida do homem moderno”, observa Hilário.

Outra vertente da mostra se volta para a produção contemporânea produzida por minorias, que dialoga com a antropofagia, elemento fundamental do Modernismo.

É o caso do filme “Quando o gavião vem dançar conosco: um ritual maxacali”, parceria dos diretores indígenas Isael Maxakali e Suely Maxakali com Renata Otto, que estará em cartaz na próxima segunda (5/9), às 16h.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

“VEREDAS ANTROPOFÁGICAS”

Até 9 de setembro, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Entrada franca. De 22 a 25 de setembro, no Museu de Congonhas, na cidade histórica de Congonhas. Programação completa: www.fcs.mg.gov.br.

HOJE (2/9)
17h: Curtas de Humberto Mauro
19h: Longa “Um filme 100% brazileiro” (1985), de José Sette

SÁBADO (3/9)
16h: “Bang Bang” (1971), de Andrea Tonacci
18h: “A vida provisória” (1968), de Maurício Gomes Leite
20h: “Crioulo doido” (1970), de Carlos Alberto Prates Correia

DOMINGO (4/9)
18h: “O descobrimento do Brasil” (1937), de Humberto Mauro
19h30: “Sangue mineiro” (1930), de Humberto Mauro


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