
Orgulhoso da terra natal, Paulo Henrique levou a cultura de Montes Claros para todo o Brasil. Na década de 1980, dirigiu o "Aníbal, um carroceiro e seus marujos", com abordagem das centenárias "Festas de Agosto" da cidade norte-mineira, que representam importante tradição do folclore do estado, realizadas ha mais de 180 anos.
O cineasta morou no Rio de Janeiro, onde se aproximou de profissionais renomados da sétima arte.
Para os amigos de Montes Claros, Paulo Souto era uma referência. Assim o definiu o poeta e produto cultural Aroldo Pereira. "Paulo era um ativista, ele trazia esse pessoal do Rio de Janeiro para conhecer o Norte de Minas e lutava pela preservação do nosso Cerrado."
"Como bom montes-clarense ele carregou sua terra na alma. Fez pontes, inspirou muitos no caminho e foi agregador quando se tratava de cinema. Montes Claros tinha um lugar na sua casa. Recebia a todos, abria portas e os incentivava a buscar realizações na arte e na cultura", afirmou Júnia Rebello Velloso, diretora de Projetos e Eventos da Secretaria Municipal de Cultura de Montes Claros.
"Paulo se destacou por sua habilidade de desempenhar várias funções no cinema. Ele sabia o olhar do diretor quando estava atuando e vice-versa. A habilidade com as palavras e a sensibilidade para se dividir em muitos garantiu a ele o título de profissional completo", afirma a amiga e jornalista Silvana Mameluque.
'O rei das pontas'
Paulo Henrique Veloso Souto formou-se em comunicação social pela Faculdade de Ciências e Letras, de Belo Horizonte, e como a ator pela Escola Teatro Tablado de Maria Clara Machado, no Jardim Botânico, no Rio.
Atuou como ator, produtor e diretor de cinema, fazendo carreira na capital fluminense nas décadas de 1970, 1980 e 1990.
Foi produtor executivo dos filmes "Cabaré Mineiro" e "Escolhido de Iemanjá".
Paulo Henrique ganhou fama como "o rei das pontas", com participação em mais de de 70 filmes, além de aparições em cenas de produções para a televisão.
Há alguns anos retornou à terra natal. Aposentado, não deixou o trabalho de valorização da história, da cultura, das artes e do foclore, ajudando a criar a Associação dos Amigos do Museu Regional do Norte de Minas, vinculado à Universidade Estadual de Montes claros (Unimontes).
O corpo de Paulo foi sepultado no final da tarde de domingo, no Cemitério do Bonfim, em Montes Claros.