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Estado de Minas ARTES CÊNICAS

Mostra de teatro '4 por 1' troca o palco tradicional por encenação on-line

Evento do grupo Pierrot Lunar adota definitivamente o formato digital, após aprender durante a pandemia que encenações virtuais alcançam público mais amplo


25/04/2022 04:00 - atualizado 25/04/2022 07:24

Gabriela Porto está com o rosto virado e o protege com uma das mãos. Com a outra mão, próxima da câmera, ela faz o sinal de basta
Na programação de quarta-feira está 'Eu não estou bem', em que Gabriela Porto discute a violência sofrida pela mulher (foto: Acervo pessoal )

Quatro espetáculos teatrais concebidos ou adaptados para o formato on-line compõem a mostra “4 por 1”, que será realizada de segunda (25/4) a sexta-feira (29/4), com transmissão ao vivo e gratuita no YouTube. Concebido pelo Espaço Aberto Pierrot Lunar, o evento contraria a tendência de retorno ao formato presencial, propondo-se a continuar as experimentações digitais em artes cênicas impulsionadas pela pandemia.

“A mostra foi criada em 2019 e aconteceria presencialmente em 2020, quando toda a nossa programação foi adiada ou cancelada por conta da pandemia. Inquietos como somos, usamos o período de quarentena para nos envolver em projetos virtuais, o que nos instigou a transformar a '4 por 1' em evento on-line. Depois da edição realizada em 2021, decidimos que esse seria o formato definitivo dela”, explica Léo Quintão, ator da Cia Pierrot Lunar.

BARREIRAS 

“Esse formato nos fortalece. Com ele, a gente rompe barreiras. Uma pessoa que está em outro estado ou até mesmo fora do Brasil pode assistir aos espetáculos, por exemplo. Isso também possibilita que profissionais de fora de Belo Horizonte participem. Nesta edição, foram mais de 30 inscritos do país inteiro. Então, o evento veio para ficar nesse formato”, ele acrescenta.

Cada um dos quatro espetáculos selecionados é apresentado por apenas um ator ou atriz, por isso ela leva o nome “4 por 1”. As montagens, de curta duração, variam de 15 a 20 minutos. Além disso, a encenação ocorrerá simultaneamente à transmissão, sempre às 20h.

“Exigimos que as apresentações fossem ao vivo, porque é teatro e a ideia da mostra é tentar incorporar alguns signos do espetáculo presencial ao on-line. Vamos ter, por exemplo, os três sinais que indicarão o início das peças. Isso ajuda a resgatar aquele 'friozinho' na barriga antes do começo do espetáculo”, comenta Quintão.

A primeira encenação, nesta segunda-feira (25/4), é “Toninho Caetano não tem um solo”, com Kauê Rocha. Um palhaço nasce e descobre que do outro lado da câmera está o público, seu cúmplice na hora de criar um solo. Trata-se de espetáculo inédito, criado para o formato presencial, mas ainda assim adaptado para o on-line.

Na terça-feira (26/4), será a vez de “Reza”, com Michele Ferreira, integrante da Flores de Jorge Cia Cênica. Baseado nas memórias da atriz e dramaturga, o espetáculo explora seu encantamento com a fé e a religiosidade de mulheres mais velhas. O trabalho se relaciona com o luto gerado pelas mortes da pandemia.

Michele Ferreira está sentada num banquinho, ao lado de vela acesa. Ao redor dela há oratórios pendurados
Em 'Reza', Michele Ferreira vai abordar a fé com base em suas memórias sobre o feminino (foto: Marcelo Gontijo/divulgação )


EM CASA 

“Tanto 'Toninho Caetano não tem um solo' quanto 'Reza' serão transmitidas do Espaço Aberto Pierrot Lunar, em BH. Ambas são de artistas mineiros, que poderão usar o nosso espaço para encenar o espetáculo. Já as outras duas montagens serão encenadas da casa dos artistas, que são de fora de Minas Gerais”, conta Léo Quintão.

A atriz Gabriela Prota, do Coletivo Luas em Nós, é de São Paulo, de onde vai encenar “Eu não estou bem”, na quarta-feira (27/4). A peça aborda a violência diária enfrentada pelas mulheres devido ao machismo estrutural e serve como incentivo para a denúncia desse tipo de situação.

Danilo Lima é de Barreiras, no interior da Bahia, de onde encenará “Inflexo teatro”, na quinta-feira (28/4). A peça remonta uma videoconferência na qual o ator imagina o possível e o impossível para que se possa transformar a realidade e exaurir o teatro.

A programação ao vivo chegará ao fim na sexta-feira (29/4), às 20h, com bate-papo entre Kauê Rocha, Michele Ferreira, Gabriela Prota e Danilo Lima, mediado por Arthur Barbosa, também no YouTube. O objetivo é discutir o processo de concepção e tensionamento da linguagem teatral quando se desenvolve um espetáculo para o ambiente on-line.

“Será um bate-papo aberto ao público, sem restrição e gratuito, para refletirmos sobre o que significam esses trabalhos, quais são os temas que eles trazem à tona e como podem contribuir para a nova forma de fazer teatro que surgiu e se popularizou na pandemia”, adianta Quintão.

Com nariz de palhaço pendurado no pescoço por um cordão, Kauê Rocha olha espantado para o espelho
Kauê Rocha abre a programação, hoje, com 'Toninho Caetano não tem um solo' (foto: Acervo pessoal )


REPRISE 

Após o debate, todos os espetáculos serão reprisados e ficarão disponíveis no YouTube até 1º de maio. Antes disso, todos poderão ser vistos até as 19h do dia seguinte à sua transmissão ao vivo.

A mostra também será tema de conteúdos divulgados nas redes sociais do Espaço Aberto Pierrot Lunar. As pílulas diárias, em vídeo, batizadas de “Olhares”, trarão as impressões de Bramma Bremmer, artista e jornalista, sobre as peças. Elas também serão divulgadas no dia seguinte de cada apresentação.

MOSTRA 4 POR 1
Desta segunda (25/4) a sexta-feira (29/4). Apresentações on-line de segunda a quinta, às 20h, no canal da Cia Pierrot Lunar no YouTube. Na sexta (29/4), às 20h, bate-papo com todos os participantes.


PROGRAMAÇÃO

SEGUNDA (25/4)
“Toninho Caetano não tem um solo”
. Com Kauê Rocha (MG). 20min. 12 anos

TERÇA (26/4)
“Reza”
. Com Michele Ferreira, da Flores de Jorge Cia. Cênica (MG). 20min. Livre

QUARTA (27/4)
“Eu não estou bem”
. Com Gabriela Prota, do Coletivo Luas em Nós (SP). 15min. 14 anos

QUINTA (28/4)
“Inflexo teatro”
. Com Danilo Lima (BA). 15min. 14 anos

SEXTA (29/4)
Bate-papo com Kauê Rocha, Michele Ferreira, Gabriela Prota e Danilo Lima. Mediação: Arthur Barbosa


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