(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CINEMA

Candidata ao Oscar, Jane Campion recebe cinco prêmios em dois dias

Com 'Ataque dos cães', indicado a 12 estatuetas, neozelandesa levou o troféu do Sindicato dos Diretores e venceu as categorias direção e filme


15/03/2022 04:00 - atualizado 15/03/2022 10:30

Vestidas de preto, de óculos e segurando seu troféu, Jane Campion sorri, com cartaz atrás de si dizendo 'best'
Jane Campion recebe o Critics Choice Awards no último domingo, em Los Angeles (foto: Frazer Harrison/Getty Images /AFP)

A diretora Jane Campion teve um fim de semana perfeito na temporada de prêmios prévia ao Oscar. No domingo (13/3), seu longa “Ataque dos cães”, que lidera as indicações ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (com 12), levou os principais troféus do Critics Choice Awards (melhor filme e direção) e do Bafta, o Oscar britânico. 

No sábado (12/3), ela saiu vitoriosa também do DGA, o prêmio oferecido pelo Sindicato dos Diretores de Hollywood. Esse resultado aumentou a percepção de favoritismo de "Ataque dos cães" no Oscar, cuja cerimônia de premiação será realizada no próximo dia 27. 

"Estamos muito orgulhosos e muito agradecidos ao Critics Choice Awards por nos escolher. Ainda tenho um pouco de transtorno de estresse pós-traumático pelas críticas no início de minha carreira" disse Campion. "Agora, sou como a avó no movimento das mulheres no cinema. Mas ainda estou aqui", acrescentou a diretora neozelandesa, de 67 anos. 

Dirigindo-se a Venus e Serena Williams, cujo início de carreira é retratado no filme “King Richard – Criando campeãs”, a cineasta afirmou: "Serena e Venus, vocês são maravilhosas, porém vocês não jogam contra os caras, como eu tenho que jogar". 

Embora ela tenha feito o comentário em tom de brincadeira, houve uma reação negativa posteriormente nas redes sociais, com duras críticas à sua “arrogância” e “ignorância”. Na manhã de segunda (14/3), a diretora se desculpou pelo comentário.

“Fiz um comentário impensado, igualando o que eu faço no universo dos filmes com tudo o que Serena e Venus Williams conquistaram. Não tive a intenção de desvalorizar essas duas mulheres negras legendárias e atletas de nível internacional”, afirmou. 

PARES 

No sábado, ela recebeu o prêmio de melhor direção de longas-metragens de ficção do Directors Guild of America (DGA), o sindicato dos diretores de Hollywood, que reúne aproximadamente 18 mil membros. 

Nos últimos nove anos, somente um diretor – o britânico Sam Mendes – ganhou o troféu principal da DGA (por “1917”) e não venceu o Oscar de direção, dado naquele ano ao sul-coreano Bong Joon-Ho, por “Parasita”. 

Campion é a terceira mulher a ganhar o prêmio, depois de Kathryn Bigelow por "A hora mais escura", em 2008, e Chloe Zhao, no ano passado, por "Nomadland".

Foi Zhao quem fez a entrega do troféu a Campion. A diretora de “Nomadland” declarou: "Estou muito orgulhosa de você. Estou aqui porque me importo que as mulheres também tenham voz".

Em seu discurso de agradecimento, Campion também fez referência à conquista de espaço pelas mulheres no setor audiovisual, citando a quebra de barreiras, e afirmou que "talvez seja hora de recuperar uma sensação de vitória nessa frente".

Recentemente, filmes de super-heróis, que eram superproduções em geral dirigidas por homens, começaram a ter diretoras escaladas, por exemplo.

Vestidas de branco, Jane Campion segura troféu prateado com uma das mãos e ergue a outra, em gesto de comemoração
No sábado, ela recebeu o troféu do Sindicato dos Diretores, também entregue em Los Angeles (foto: Lisa O'CONNOR / AFP)


LONGE 

"Chegamos tão longe e, além disso, nunca mais voltaremos", disse a neozelandesa. Campion foi indicada ao Oscar de direção e roteiro por “O piano” (1993), tendo vencido na segunda categoria. Com o mesmo filme, ela levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, numa das raras vezes em que o prêmio máximo do festival francês foi destinado a um filme dirigido por uma mulher. 

No discurso de agradecimento do prêmio do DGA, ela comentou como foi habitual em sua carreira que ela fosse "a única mulher na sala". "Lembro-me da sensação de ser uma estranha enquanto lutava para que minhas histórias fossem contadas, para trazer à luz histórias dinâmicas de perspectivas subestimadas em um campo dominado por homens."

A atriz Maggie Gyllenhaal ("Batman: O cavaleiro das trevas", "A secretária") ganhou o prêmio de melhor nova diretora por "A filha perdida", adaptação da obra de Elena Ferrante, disponível no catálogo da Netflix. 

O Bafta, prêmio britânico oferecido aos melhores do cinema a cada ano, coroou “Ataque dos cães” com o troféu de melhor filme e deu a Jane Campion o prêmio de direção. A cerimônia foi realizada na noite de domingo (13/3), em Londres. Representantes do filme receberam os troféus em nome de Campion.

“Ataque dos cães” é um drama familiar ambientado nos anos 1920, em Montana, e contado no gênero faroeste. Na trama adaptada do livro de Thomas Savage, dois irmãos fazendeiros se desentendem quando um deles se casa com a dona de um restaurante. Produção da Netflix, o longa está disponível no catálogo da plataforma. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)