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Estado de Minas ARTES CÊNICAS

"É o que trem pra hoje" é programa de auditório sobre a Semana de 22

Espetáculo dos formandos em Tecnologia da Cena do Cefart estreia nesta quarta (23/2), no canal da Fundação Clóvis Salgado no YouTube


23/02/2022 04:00 - atualizado 23/02/2022 00:48

sentados em cadeiras vestidos com roupas de época, atores se preparam para ler textos de radionovela no espetáculo 'é o que trem para hoje'
Espetáculo inclui uma radionovela adaptada de "Ópio de cor", de Patrícia Galvão (1910-1962), a Pagu (foto: Paulo Lacerda/Divulgação)

"Nós utilizamos a Semana de 22 de forma antropofágica. Passamos um longo período pesquisando a Semana e suas reverberações e isso nos inspirou para realizar os processos de criação desse espetáculo. O espírito modernista está presente nesse projeto na vontade de desconstruir e trabalhar sempre com a tradição e a ruptura, lado a lado"

Geraldo Octaviano, coordenador da Escola de Tecnologia da Cena do Cefart


Um programa de auditório inspirado na Semana de Arte Moderna de 1922 é o mote do espetáculo de formatura dos alunos da Escola de Tecnologia da Cena do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) da Fundação Clóvis Salgado. Planejado e executado junto com professores de diferentes disciplinas, como cenografia, iluminação e figurino, "É o que trem pra hoje" será apresentado em formato virtual, via YouTube, nesta quarta (23/2) e quinta-feiras (24/2), às 20h.

A montagem reverbera os programas de calouros Cassino do Chacrinha e Elias Sunshine Show para apresentar uma programação composta por cenas teatrais, shows e performances, com direito a quadros de astrologia e entrevistas, além de uma radionovela dividida em dois capítulos, adaptada da obra "Ópio de cor", escrita por Patrícia Galvão (1910-1962), a Pagu. A principal fonte de inspiração foi a centenária Semana de Arte Moderna e movimentos que são de certa forma seus herdeiros, como o Tropicalismo e o Cinema Novo.

"Nós utilizamos a Semana de 22 de forma antropofágica. Passamos um longo período pesquisando a Semana e suas reverberações e isso nos inspirou para realizar os processos de criação desse espetáculo. O espírito modernista está presente nesse projeto na vontade de desconstruir e trabalhar sempre com a tradição e a ruptura, lado a lado", afirma Geraldo Octaviano, coordenador da Escola de Tecnologia da Cena do Cefart.

Ao lado de Tomáz Mota, ele assina a direção da radionovela, inspirada por títulos que eram produzidos nos anos 1950. Essa atração do programa de auditório é dedicada à primeira transmissão radiofônica feita no Brasil, que ocorreu em 1922, e terá a atuação de Allan Andrade, Carmem Marosa, Douglas, Ellen Carolina e Y.UMI.

EXPERIÊNCIA

 "Nós já tínhamos feito uma experiência de programa de rádio no último semestre. Dessa vez, trata-se de uma atração dentro do programa. Os atores vão encenar a radionovela como se estivessem dentro dos estúdios de uma rádio, diante dos microfones, interpretando o texto", comenta Octaviano.

Assim como os programas de auditório da televisão brasileira, "É o que trem pra hoje" contará com jurados e uma apresentadora, a DJ Black Josie, que vai conduzir a dinâmica do evento. Ao fim de cada noite, um troféu será concedido à melhor atração.

Projeto de formatura dos alunos que ingressaram no curso de formação técnica há um ano, o espetáculo é a maneira que eles têm de colocar em prática o que foi aprendido nas sala de aula. É, portanto, um projeto multidisciplinar no qual os alunos são desafiados a colocar a mão na massa.

"Na Escola de Tecnologia da Cena do Cefart, trabalhamos com a formação em cenografia, figurino, iluminação e sonoplastia. Por isso é importante realizarmos uma atividade que abarque as quatro linguagens estudadas, a partir de uma experiência interessante, produtiva e prazerosa, tanto do ponto de vista pedagógico quanto artístico", diz Geraldo Octaviano.

Além dos alunos da Escola de Tecnologia da Cena, o programa de auditório contará com atrações das escolas de Música, cujos alunos formam a banda do programa, e de Teatro, que atuarão nas performances e cenas teatrais.

FIGURINO

 Segundo a estudante Thais Lorena,  a pesquisa para desenvolver o figurino do espetáculo levou em conta padrões do passado, mas também questões contemporâneas. "Buscamos representar, discutir e problematizar de uma forma leve o que estamos vivendo no momento atual. Pensamos também em como representar através do figurino o pessoal da técnica, ou seja, os trabalhadores que ficam nos bastidores", ela conta.

As roupas confeccionadas para "É o que trem pra hoje" também têm relação com a história de Belo Horizonte. "Fizemos uma pesquisa bastante extensa, partindo da Semana de 22, mas com foco no que estava ao redor dela, na maneira como ela reverberou no Brasil. A partir disso a gente começou a desenvolver croquis, adereços e toda a caracterização", explica Thais.

Devido à pandemia da COVID-19, boa parte do curso foi realizado em ambiente on-line. Aos poucos, estudantes e professores voltaram a ter encontros presenciais, principalmente para a montagem do espetáculo "É o que trem pra hoje".

"Foi um período bastante complicado. É difícil aprender todas essas técnicas a distância, sem poder ter o contato presencial com os colegas e professores. Só no segundo semestre do ano passado retomamos as aulas pessoalmente. Ainda assim, saio desse curso completamente realizada. Acabei me encontrando no figurino e hoje eu tenho uma visão totalmente ampliada sobre como é feita a montagem de um espetáculo", diz a formanda.

“É O QUE TREM PRA HOJE”

Espetáculo de encerramento de curso de tecnologia da cena, do Cerfart. Nesta quarta (23/2) e quinta (24/2), às 20h, com transmissão pelo canal da Fundação Clóvis  Salgado no YouTube 

 


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