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Estado de Minas NOVA CENA

Festival Azeda reúne talentos da música de BH que brilham longe da Zona Sul

FBC, Kaike, Malaca, Pejota e Marquim D'Morais vão se apresentar neste sábado (5/2), no Espaço Catavento Cultural. Repertório tem rap, pop e R&B


05/02/2022 04:00 - atualizado 05/02/2022 15:40

De chapéu laranja, óculos escuros e corrente prateada no peito, o rapper FBC olha para a câmera
O rapper FBC está chamando a atenção do país com o álbum ''Baile'', lançado no ano passado (foto: Wanderley Vieira/divulgação)

O cenário musical de Belo Horizonte e região metropolitana tem se renovado de forma intensa e vigorosa, mesmo durante o período da pandemia, quando vieram à tona trabalhos notáveis de artistas ainda pouco conhecidos. Com o intuito de jogar mais luz sobre este momento de efervescência, será realizado neste sábado (5/2), no espaço Catavento Cultural, o Festival Azeda, promovido pela plataforma homônima.

A programação mescla shows de novos talentos locais – Kaike, Malaca e Pejota – com nomes que estão há mais tempo na estrada – Marquim D’Morais e FBC –, além de contar com discotecagem da festa Baile Boom, a cargo dos DJs Kingdom, D.A.N.V e VKKrammer.

Coordenador técnico e artístico do Azeda, Hugo Zschaber diz que a plataforma, criada em 2018, nasceu com o propósito de focar nos artistas locais. “Primeiramente, somos um festival de música independente autoral de Belo Horizonte e região. Esse critério guia nossas programações. A gente não tem intenção nenhuma de trazer artistas de fora”, destaca.

O line-up do Festival Azeda se baseou em pesquisas nas redes sociais. “Malaca, Kaike e Pejota foram pedidos pelo público, muito comentados na nossa pesquisa, bem mais do que outros nomes, e aí gente correu atrás. Temos o viés de mesclar artistas que estão começando, como eles, com outros com mais tempo de caminhada”, aponta.

O cantor Kaike, de 15 anos, olha para a câmera. Ele está em meio a plantas, segura uma rosa e usa anéis com correntinhas prateadas
Kaike, de 15 anos, vem se destacando nas redes sociais com o seu pop à moda de BH (foto: Fabio Setti/Divulgação)

FLERTE ANTIGO

A Azeda flertava há tempos com Marquim D’Morais e FBC. “O festival era para ter ocorrido em 2020, e desde aquela época a gente vinha se acertando com o FBC. Veio a pandemia e acabou não acontecendo, o que, de certa forma, foi bom, porque agora ele chega no momento em que está fazendo muito sucesso com seu trabalho mais recente (o álbum “Baile”), em que a gente acredita muito, bota muita fé”, destaca o produtor.

Zschaber conta que a plataforma Azeda surgiu com o objetivo de se estruturar como um festival de fomento à cena local. Os sócios já trabalhavam com eventos, mas ainda sem a experiência necessária para alcançar o que pretendiam.

“Começamos a fazer um trabalho de base, fortalecendo a ideia de que a pessoa, quando sai para curtir lazer, precisa pagar pela cultura daqui, em vez de ir assistir a uma banda cover ou atrações de fora”, relata.

A partir do final de 2018, a Azeda começou a produzir festas com shows de artistas locais. Esses eventos, diz Zschaber, vinham em excelente progressão até a chegada da pandemia. “O primeiro deu errado e deu certo. Era o período de chuvas torrenciais, veio uma tempestade, mas foi tudo muito gostoso. A gente viu ali o caminho a ser trilhado e a missão a ser cumprida. Fomos crescendo na estrutura, no número de artistas e também em termos de público”, conta.

Foram quatro “Azedinhas”, como as festas são conhecidas, todass fora da região Centro-Sul. “Fizemos nos bairros Santo André, Pompeia, Ipiranga, Carlos Prates e voltamos agora para o Ipiranga. Já temos o projeto desenhado de ir para o Barreiro. A ideia é tentar partir para áreas mais afastadas ainda. BH tem uma questão difícil de mobilidade, que é fraca mesmo, e a gente quer democratizar o acesso”, ressalta.

De vestido listrado, sombra nos olhos e sentada de pernas cruzadas, a cantora Malaca olha para a câmera
Fãs de Malaca fizeram campanha para a cantora participar do Festival Azeda (foto: Acervo Pessoal)


Com a chegada da pandemia, o trabalho de base migrou para o digital. Azeda começou a produzir conteúdo audiovisual para suas redes sociais – YouTube e Instagram –, como o “Sessões Azeda”, projeto com clipes unindo cantoras, cantores e produtores da cidade, convidados a trabalharem juntos.

“Para colocar a música de Belo Horizonte em outro patamar de fomento e visibilidade, precisávamos produzir conteúdo. Passamos a falar dos artistas locais, fazer playlists, criamos o 'Sessões Azeda' e um programa de entrevistas com a intenção de tornar os músicos emergentes mais conhecidos. Já estamos roteirizando e gravando novas coisas, que vão sair ao longo deste ano”, adianta.

Todo esse processo culmina no Festival Azeda. “O Kaike é a nova promessa da música pop de Belo Horizonte. Ele tem só 15 anos, é um prodígio, vem contabilizando milhares de plays nas plataformas e chamando a atenção, principalmente pelos clipes. Tem muita energia, muita disposição, é uma pessoa que troca”, elogia Hugo Zschaber.

“Malaca acompanha as ações da Azeda há um tempo. Na pesquisa, uma legião de pessoas que a seguem começou a nos procurar para incluí-la na programação do festival. Ela também é grande aposta da nova geração do rap e do R&B de Belo Horizonte”, diz Zschaber. “Já o Pejota lançou single com a Mac Júlia, no ano passado, e a música chegou ao Brasil inteiro. Artista da periferia, da quebrada, ele é muito representativo. Nossos eventos tendem para o gênero bem urbano, com pop, rap e R&B”, completa.

De boné preto, o músico mineiro Pejota olha para baixo, com as mãos unidas
Single do cantor Pejota com Mac Julia chamou a atenção do país (foto: Samuel Souza/divulgação)


TESTE E COMPROVANTE DA VACINA

Para entrar no festival, é necessário apresentar comprovante de vacinação e teste negativo para COVID-19. Hugo Zschaber diz que a produção vem orientando o público a procurar os postos da prefeitura, onde o teste é realizado gratuitamente.

“Não estávamos sabendo desses testes gratuitos, então, por um momento, a gente até pensou em adiar o evento, porque não dava para esperar que a pessoa gastasse R$ 120 com o teste PCR, mais o ingresso, mais o transporte e mais o consumo dela. O ticket médio dos nossos eventos, o valor global que a pessoa gasta, é baixo. Se não fossem os testes gratuitos, seria inviável”, conclui.

FESTIVAL AZEDA

Neste sábado (5/2), a partir das 16h. Espaço Catavento Cultural, Rua Ozanam, 700, Ipiranga. Ingressos: R$ 40. Venda on-line: https://shotgun.live/pt/festivals/azeda


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