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Estado de Minas CINEMA

Cinderela, agora, quer muito mais do que arranjar marido e virar princesa

Camila Cabello vive a garota órfã do conto de fadas, que foi adaptado para o século 21 por Kay Cannon. Coadjuvantes Billy Porter e Idina Menzel roubaram a cena


05/09/2021 04:00 - atualizado 05/09/2021 08:37

Príncipe Robert (Nicholas Galitzine) e Cinderela (Camila Cabello): jovem casal às voltas com o empoderamento feminino
Príncipe Robert (Nicholas Galitzine) e Cinderela (Camila Cabello): jovem casal às voltas com o empoderamento feminino (foto: Fotos: Prime Video/Divulgação)
"Eu escolho você para ser minha princesa”, diz ele. “E quanto ao meu trabalho? Uma vida presa no camarote real não é muito diferente de uma vida confinada em um porão”, retruca ela. Príncipe Robert, por favor, os tempos são outros. Cinderela quer muito mais da vida do que virar consorte.

Recriar um dos mais conhecidos contos de fadas nesta altura do campeonato, após tantas versões para o cinema e a televisão, só mesmo com muita atualização. “Cinderela”, dirigido por Kay Cannon e disponível na plataforma Amazon Prime Video, faz essa aposta. E acerta no tom, no elenco e no apelo pop.



Primeiro longa-metragem estrelado pela cantora pop Camila Cabello, é ambientado num reino encantado tal como a história clássica. Está tudo ali: a madrasta que mantém Cinderela enfurnada em casa, sempre trabalhando; as meio-irmãs desajeitadas (e limitadas) que sonham com um marido; a fada madrinha; e o sapato de cristal, que resta como prova da moça misteriosa que desapareceu à meia-noite e abalou o coração do jovem príncipe.

CARREIRA

Mas o amor é apenas uma parte da história. Cinderela, como muitas mulheres do reino, quer mais. A protagonista aqui é costureira e, com ajuda de três ratinhos, faz sua própria roupa do baile. Quer que lhe sirva de cartão de visitas para a carreira de estilista.

Billy Porter, com seu vestido amarelo, é o divertido
Billy Porter, com seu vestido amarelo, é o divertido "fado madrinho" Fab G


Na corte, a insatisfação feminina não é diferente. A rainha sofre por não ter função alguma, a não ser servir de par para o rei. Sua filha, cheia de ideias próprias e vontade de fazer a diferença no reino, é sempre relegada a segundo plano, pois, como o pai diz, o trono será de seu irmão mais velho.

Não é difícil imaginar como a narrativa vai caminhar e as mudanças (todas positivas) que o roteiro prepara. O caminho, aqui, é o que importa. E “Cinderela”, sem querer inventar a roda, pauta-se na música pop para conduzir o público na jornada de sua heroína (termo muito mais adequado, pois vocação para princesa Cinderela não tem nenhuma).

O repertório está recheado de pérolas pop recriadas por todo o elenco. Uma canção que começa com um personagem central logo ganha o adendo de coadjuvantes, enchendo a tela. A seleção contempla músicas de outras épocas – “Sweet dreams” (Eurythmics), “You gotta be” (Des’ree), “Material girl” (Madonna), “Somebody to love” (Freddie Mercury). A lista é extensa e diversa.

Idina Menzel interpreta a madrasta que se tornou má porque abriu mão dos próprios sonhos
Idina Menzel interpreta a madrasta que se tornou má porque abriu mão dos próprios sonhos


Camila Cabello não faz feio, assim como o príncipe Robert de Nicholas Galitzine. Mas são os coadjuvantes que brilham. Pierce Brosnan está impagável como o rei Rowan – sem medo de parecer ridículo, passa a sensação de ter se divertido à beça nas filmagens. Minnie Driver, a rainha Beatrice, só diz mesmo a que veio na parte final – e a veia cômica da atriz está afiadíssima. James Corden, também produtor do filme, ganha destaque como um dos ratos tornados cocheiros.

Mas o filme é mesmo de dois nomes. Billy Porter, em uma (sempre) maravilhosa performance, faz Fab G, o “fado madrinho” de Cinderela. De vestidão amarelo, daqueles de parar o trânsito no tapete vermelho como lhe é de praxe, o ator faz uma curta e definitiva participação.

E Idina Menzel, que encantou meio mundo como a voz de Elsa em “Frozen”, faz uma madrasta com novas nuances – é cruel, como prega a narrativa, mas só se tornou a mulher que é depois de abrir mão dos sonhos. Afinal, mulheres não tinham qualquer chance naquela época. Sua “Material girl” é, de longe, um dos momentos altos deste filme, que encanta justamente por mostrar que se pode ir além mesmo em um conto de fadas.

“CINDERELA”
Direção: Kay Cannon. 113min. Com Camila Cabello, Nicholas Galitzine, Billy Porter, Idina Menzel, Pierce Brosnan e Minnie Driver, entre outros. Disponível na plataforma Amazon Prime Video.


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