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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Disney+ lança longa de animação nacional sobre garota skatista

Em 'O pergaminho vermelho', de Nelson Botter Jr., Nina, de 13 anos, vive incríveis aventuras no mundo real e num universo mágico


08/08/2021 06:00 - atualizado 08/08/2021 08:34

Nina, a skatista do filme, ganhou a voz de Marina Sirabello. Longa conta com time de dubladores de peso, incluindo os veteranos Isaac Bardavis e Nelson Machado
Nina, a skatista do filme, ganhou a voz de Marina Sirabello. Longa conta com time de dubladores de peso, incluindo os veteranos Isaac Bardavis e Nelson Machado (foto: VITRINE FILMES/DIVULGAÇÃO)
O timing é impressionante. Prevista para estrear em abril, a animação brasileira “O pergaminho vermelho” chegou na sexta-feira passada (06/08) à plataforma Disney%2b. Questões burocráticas adiaram o lançamento. O que, por um lado, foi positivo. 



No momento em que há um boom do skate no Brasil, com corrida às lojas por crianças e adolescentes na esteira das pratas de Rayssa Leal, Kelvin Hoefler e Pedro Barros nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o filme coloca uma garota skatista como protagonista.

E Nina também tem 13 anos, assim como a “Fadinha” Rayssa. Mas é coincidência pura (obviamente), já que foram 10 anos para que o animador Nelson Botter Jr. conseguisse realizar o longa. Exibido no ano passado no circuito de festivais, “O pergaminho vermelho” deveria ter chegado aos cinemas no meio de 2020. Impedido pela pandemia, o filme, independente, foi negociado com a plataforma de streaming.

Além de estrear no Brasil, ele chegou com uma versão em dublada em espanhol aos países da América Latina – é o primeiro longa de animação nacional a ser lançado pela Disney . Por outras plataformas, já foi lançado na Espanha – onde concorre ao Prêmio Platino do Cinema Ibero-Americano, que será realizado em outubro, em Madri. Deve estrear em breve na Rússia e está sendo negociado com os Estados Unidos.

Padrão


O projeto nasceu para ser uma série. No decorrer dos anos, foi transformado em filme. Mas a essência é a mesma, garante Botter Jr. “Desde o começo, a protagonista era feminina e skatista. Quando criamos a história, não havia muitas protagonistas femininas. E eu vi isso no dia a dia dessas meninas mais moleconas, que gostam do esporte, têm estilo próprio e que fogem do padrão princesa. Depois a Disney acabou mudando o próprio padrão”, comenta o diretor.

Nina é filha única e passa boa parte do tempo livre apostando corrida no parque com seu melhor amigo, Victor – ela no skate, ele na bicicleta. Um dia, após mais uma briga com os pais, ela acaba sendo transportada para um ambiente mágico. Ao encontrar o tal pergaminho vermelho do título, Nina é levada para o mundo de Tellurian. É enganada pelo Lorde Dark, que se apodera do objeto mágico e transforma o reino em um grande pesadelo. 

A garota, ao descobrir o que fez, só tem um caminho: derrotar o vilão e pegar o pergaminho de volta. Só assim poderá voltar para casa. Também não tarda a entender que não conseguirá fazer nada sozinha. Conta com a ajuda de Wupa, um ser mágico preguiçoso e comilão que ganha diferentes formas, e dos próprios habitantes do local.

Referência 

É uma jornada de descoberta e da eterna luta do bem contra o mal. O filme não economiza nas referências. A mais imediata é “Alice no país das maravilhas”. Mas há traços de “Star wars”, “O senhor dos anéis” (Mestre Yoda e Frodo são citados nominalmente) e até mesmo “O mágico de Oz”.

“Eu quis fazer uma produção que ‘conversasse’ em termos de continente, não só de país. Há a parte mais europeia e americana, mas a espinha dorsal foi o folclore latino-americano. Para construir um mundo onírico, que é o combustível dos sonhos das crianças, peguei várias referências”, diz Botter Jr.

Há seres mágicos que remetem ao Saci Pererê; a música, embalada pela flauta, vem dos países andinos; uma das amigas de Nina, Idril, é uma moradora com poderes mágicos que defende a floresta. “Também existem citações mais sutis em termos de animação. O Wupa carrega traços do anime, com bocões e caronas um pouco exagerados, como é a animação japonesa”, comenta o diretor.

O time de dubladores do filme traz como estrela a cantora e atriz Any Gabrielly, que dublou no Brasil Moana (2016), a personagem da origem polinésia da Disney que subverteu o conceito clássico da princesa que precisa ser salva. Mas são duas outras vozes que trarão à lembrança dos mais velhos outros personagens. 

Dublagem


Veteranos também da dublagem, os atores Isaac Bardavid e Nelson Machado fazem, respectivamente, o Velho Ancião e Lorde Dark. Bardavid, hoje com 90 anos, fez história como o feitor Seu Francisco na primeira versão da novela “Escrava Isaura” (1976). Seu vozeirão inconfundível já deu vida a personagens como Wolverine e o vilão Esqueleto, do desenho “He-Man”.

Um dos mais importantes e prolíficos dubladores do Brasil, Machado já emprestou sua voz a atores como Carlos Villagrán (ele fez o Kiko, de “Chaves”), Robin Williams e Roberto Benigni. É também facilmente reconhecível pelo temível Chucky, da franquia de terror “Brinquedo assassino”. 

“O que eles fizeram não foi dublagem, mas voz original. Ou seja, gravamos as vozes antes de fazer os desenhos. Foi em cima do que gravaram, com as próprias expressões, que criamos as animações”, explica Botter Jr.

“O pergaminho vermelho” é o segundo longa de animação dirigido por ele – o anterior é ‘Os under undergrounds – O começo” (2018, derivado da série homônima). Também produtor e roteirista, Botter Jr. já criou e dirigiu várias séries para Disney Channel, Nickelodeon, Cultura e History Channel. Entre elas estão “Os piratinhas” (2013-2016) e “A mansão maluca do Professor Ambrósio” (2010-2016).

“Como a série tem uma minutagem (duração) muito maior, é mais complexa, pois seu arco narrativo é também maior. Mas o trabalho geralmente precisa ser feito em menos tempo, porque os canais têm prazos. Fazendo um paralelo, a série é mais industrial e o longa de animação mais artesanal”, diz o diretor.

Como “O pergaminho vermelho” teve sua estreia adiada, Botter Jr. vai conseguir lançar outro longa ainda neste ano. “Uma noite antes do Natal” acompanha a reunião de um grupo de vilões para tentar destruir a festa das crianças no 25 de dezembro. Já vendido para canais de TV aberta e fechada, ele será exibido na noite natalina. 


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