(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas MEIO SÉCULO

Palácio das Artes realiza exposição imersiva para festejar seus 50 anos

Público é convidado fazer papel de protagonista e mergulhar nas memórias que compõem a história do mais importante equipamento cultural do estado


15/08/2021 04:00 - atualizado 14/08/2021 23:24

Visita à mostra começa do lado de fora, quando o público é convidado a
Visita à mostra começa do lado de fora, quando o público é convidado a "reger" o jogo de luzes que ilumina a fachada da instituição (foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

A exposição “50 anos em 5 atos”, aberta ao público na última sexta-feira (13/08) no Palácio das Artes,  marca o cinquentenário do maior e mais importante equipamento cultural do Estado. A mostra, imersiva e sensorial, ocupa a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard – onde o público é convidado a mergulhar nas memórias que compõem a história do Palácio das Artes – e se estende por outros espaços da instituição. 

Segundo Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado, “a exposição é guiada no sentido de colocar o público como protagonista da história do Palácio das Artes”. Ela destaca que o nome com que a mostra foi batizada alude ao slogan da campanha presidencial de Juscelino Kubitschek, “50 anos em 5”, amparado em seu projeto desenvolvimentista.

“A homenagem é porque o Palácio das Artes nasce do sonho de JK, quando prefeito de Belo Horizonte, de construir um grande centro cultural para a capital mineira. O projeto foi encomendado a Oscar Niemeyer ainda no início dos anos 1940”, diz. 
 
A proposta da exposição de ter o público como protagonista é traduzida nos cinco “atos” montados dentro da Grande Galeria. Antes mesmo de entrar no Palácio das Artes, o visitante é convidado a reger, por meio de uma plataforma instalada em um totem, um jogo de luzes que cobre toda a fachada.

Para a montagem dos cinco atos, foram utilizados recursos de inteligência artificial e softwares de última geração, aplicados em algumas das principais histórias desses 50 anos, divididas nos cinco ambientes que ocupam a galeria. Brayhan Hawryliszyn, diretor do estúdio MIR, contratado para esse trabalho, considera que “a exposição é uma forma contemporânea de ler essa história do Palácio das Artes, que sempre acolheu projetos de vanguarda da arte e da cultura do Brasil e do exterior”.
A ideia de dividir a mostra em cinco
A ideia de dividir a mostra em cinco "atos" é uma referência ao slogan desenvolvimentista de JK, que idealizou a instalação do Palácio das Artes

ATOS 

O primeiro ato coloca o visitante prestes a assistir a um espetáculo, num ambiente que reproduz o Grande Teatro, com as cortinas fechadas, a iluminação, o som de aplausos e de afinação da orquestra. 

O segundo ato, dedicado à memória, leva o visitante ao encontro da pluralidade de artistas e manifestações culturais que o espaço já abrigou em seus 50 anos. A ambientação é composta por três telas translúcidas, de 2,5m de altura, que apresentam um imenso mosaico de fotos e vídeos que exibem desde as obras de criação e fundação do Palácio das Artes, passando pelo incêndio que atingiu o Grande Teatro em abril de 1997, sua reconstrução e outros grandes momentos. A videoinstalação traz 780 registros, que abarcam muitos dos espetáculos que já passaram pela instituição.

As produções dos corpos artísticos do Palácio das Artes e de seu Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) compõem o terceiro ato, com uma projeção de vídeo mapping 360°, em uma área de mais de 350m², que coloca o visitante dentro de cinco espetáculos que marcaram época: “Entre o céu e as serras” (2014), “Pipiripau” (2010), “Nabucco” (2011), “A viúva alegre” (2012) e “Madame Butterfly” (2012). Um filme original, gravado especialmente para a exposição, com participação dos corpos artísticos, completa a experiência imersiva.

No quarto ato, o público chega a um ambiente onde estão posicionadas caixas de som que pendem do teto e pelas quais é possível ouvir histórias dos bastidores do Palácio das Artes, narradas por funcionários da instituição e por pessoas que vivenciaram grandes momentos naquele espaço ao longo destes 50 anos, e que foram convidadas a enviar seus relatos para a mostra. 

No quinto ato, o público conhece de perto alguns figurinos e objetos cênicos de óperas e produções icônicas da Fundação Clóvis Salgado, como “Turandot”, “Nabucco”, “Aida” e “A flauta mágica”.
Figurinos de montagens famosas em que os corpos estáveis da Fundação Clóvis Salgado atuaram fazem parte da exibição
Figurinos de montagens famosas em que os corpos estáveis da Fundação Clóvis Salgado atuaram fazem parte da exibição

MARCANTE 

“A forma que a gente encontrou para rever essa história de 50 anos foi criando esses cinco atos, cada um contando uma parte desse percurso, como se fosse um grande espetáculo. O segundo ato é um conteúdo mais longo, com 20 minutos, e ajuda a entender tudo o que foi a história do Palácio das Artes”, diz Hawryliszyn. “No terceiro ato, é como se você estivesse dentro dos espetáculos, que são projetados e intercalados por outros cinco momentos que a gente desenvolveu, filmou e dirigiu com os próprios artistas interpretando produções que eles mesmos escolheram. Todas as escolhas, aliás, foram feitas a várias mãos. A presidente, as diretorias, o pessoal de artes visuais, todo mundo participou apontando o que foi mais marcante para cada um.”

Seguindo o protocolo de segurança sanitária, a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard só pode receber 12 pessoas de cada vez e, considerando a presença de dois monitores, são, portanto, 10 visitantes por vez, mantendo o distanciamento. 

“A experiência é que vai nos dizer sobre a questão do tempo de duração da visita à exposição. A princípio fica em aberto, é livre, mas se a gente perceber filas muito grandes, podemos adotar um modelo com senhas, por exemplo, ou com agendamento”, diz Eliane Parreiras. 

Ela destaca que a mostra é composta por outras atrações, fora da Grande Galeria, e que, assim, as pessoas podem aguardar a vez de entrar circulando por esses outros espaços. “Neste período de reabertura, a gente está encarando tudo como uma experiência, tudo depende do funcionamento dos protocolos e da recepção do público”, afirma.
A Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard recebe no máximo 12 pessoas simultaneamente, incluindo dois monitores, em obediência aos protocolos sanitários
A Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard recebe no máximo 12 pessoas simultaneamente, incluindo dois monitores, em obediência aos protocolos sanitários

MAQUETE 

As outras atrações a que se refere são uma maquete da caixa cênica do Grande Teatro, criada e executada por Raul Belém Machado entre o final de 2008 e o início de 2009, que está exposta no hall de entrada, e o elefante Hari, um dos personagens centrais da peça "Incomoda, incomoda, incomoda", dos formandos da turma de 2020 do curso de teatro do Cefart. 

Com direção e dramaturgia de Rita Clemente, o espetáculo estreou em 4 julho passado, no Grande Teatro, e, com uma temporada de cinco dias, marcou a reabertura das atividades culturais presenciais em Minas Gerais. O boneco articulado e manipulável foi concebido e confeccionado, em tamanho natural, por Antônio Lima e Eduardo Félix, do grupo Pigmalião Escultura que Mexe, e está exposto no andar inferior, próximo ao Cine Humberto Mauro. 

“Esse elefante virou um símbolo da capacidade de produção da casa, de celebração da arte e da cultura e também da reabertura do Grande Teatro”, destaca Eliane.

PROTOCOLOS DE SEGURANÇA

A Fundação Clóvis Salgado estabeleceu uma série de normas para a volta das atividades presenciais em seus espaços. Todos os ambientes do Palácio das Artes e da CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais são higienizados diariamente, antes da abertura ao público.

Também são disponibilizados tapetes para a limpeza de calçados e álcool em gel 70% para desinfecção das mãos. A entrada de sacolas, mochilas e afins não é permitida, para diminuir a contaminação dos espaços.

O uso de máscara – tanto para visitantes quanto para funcionários – é obrigatório durante todo o tempo de permanência nos espaços. Os frequentadores também devem seguir recomendações como evitar aglomerar e conversar, manusear celulares ou tocar no rosto durante a permanência no interior do centro cultural. 

O número de visitantes nas galerias é limitado: 12 na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, 13 nas galerias Arlinda Corrêa Lima e Genesco Murta (que abrigam a 4ª edição do Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte) e quatro na PQNA Galeria Pedro Moraleida (que exibe a mostra “Acervo FCS – retratos”).

O Grande Teatro conta com sinalização nas áreas externas e internas. As cadeiras também possuem lacre, indicando os assentos permitidos para manter o distanciamento entre as pessoas. A capacidade atual do Grande Teatro está limitada a 800 pessoas, seguindo as normas determinadas pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Para evitar filas e aglomerações, os ingressos do Cine Humberto Mauro são distribuídos no dia de cada sessão, durante o horário de funcionamento da bilheteria do cinema (terça a sábado, das 12h às 20h, e aos domingos, de 17h às 20h). A lotação máxima do cinema é de 30 lugares.

“Palácio das Artes:  50 anos em 5 atos”

Exposição comemorativa. Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard – Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro). Das 9h30 às 21h, de terça-feira a sábado, e das 17h às 21h, aos domingos. Informações para o público: (31) 3236-7400.  Até 14/11.
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)