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Estado de Minas MÚSICA

Sepultura lança o disco 'SepulQuarta', gravado em lives durante a pandemia

Com 15 faixas, álbum reuniu 19 convidados, integrantes das bandas Megadeth, System of a Down, Anthrax, Paralamas do Sucesso e Titãs


13/08/2021 04:00 - atualizado 12/08/2021 19:26

Sepultura se reinventou por meio de lives durante o confinamento social, que impediu a turnê de 2020 (foto: Marcos Hermes/divulgação)
Sepultura se reinventou por meio de lives durante o confinamento social, que impediu a turnê de 2020 (foto: Marcos Hermes/divulgação)

"Quero tocar, essa é a expectativa. Pelo amor de Deus, me dá um palco, um backstage"

Andreas Kisser, guitarrista


Driblando as dificuldades impostas pela pandemia, a banda Sepultura lança o disco “SepulQuarta”, que chega às plataformas nesta sexta-feira (13/08). Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (voz), Eloy Casagrande (bateria) e Paulo Jr. (baixo) superam todas as expectativas no álbum ao vivo, que traz 19 convidados brasileiros e estrangeiros.

A banda havia acabado de lançar o disco “Quadra”, em fevereiro de 2020, quando a pandemia obrigou o quarteto a zerar a agenda, que previa shows nos Estados Unidos e Europa. Durante o confinamento social, o grupo estreitou a conexão com os fãs por meio do projeto “SepulQuarta”. Lives semanais ofereciam bate-papos, contação de histórias e jam sessions.

AO VIVO 

Vinte e oito canções foram tocadas durante as transmissões ao vivo, que receberam 60 convidados – entre eles, integrantes das bandas Anthrax, Megadeth, Paralamas do Sucesso, System of a Down, Testament e Titãs.

“Quisemos chamar pessoas com as quais já tínhamos conexão, com quem fizemos turnês e artistas que admiramos”, conta Derrick Green. A escolha de Matt Heafy para “Slave new world”, por exemplo, foi até óbvia, diz o vocalista, pois a banda dele, a Trivium, havia feito uma versão dessa música.

O repertório passa por canções menos frequentes nos shows do Sepultura, como “Apes of god”, “Hatred aside” e “Slaves of pain”, mas também pelas mais tocadas, como “Ratamahatta” e “Kaiowas”. Das 28 músicas apresentadas durante as lives, 15 fazem parte do novo álbum.

“O convidado que pagou mais, levou”, comenta Andreas Kisser a respeito da seleção. Brincadeiras à parte, o guitarrista informa que as outras 13 faixas farão parte de um novo projeto do Sepultura.

“O critério foi representar a nossa carreira como um todo. A gente quis guardar material para o futuro também. Tem um material muito interessante, como 'Desperate cry', com dois ‘bateras’, a 'Biotech', com o Shavo, do System Of a Down, e o Tony Bellotto, do Titãs. São faixas fantásticas e exclusivas que a gente vai usar no futuro”, explica.

Parte do repertório, que amantes do bom rock já podem desfrutar, foi registrada no YouTube. A jam session de “Slave new world” com Matt Heafy, vocalista e guitarrista da banda de heavy metal Trivium, está disponível no canal do grupo.

Pássaro 

A capa é assinada pelo artista Eduardo Recife, sugestão de Eloy Casagrande, que o conheceu por meio do Instagram. “Ele ficou muito engajado em entender a proposta do SepulQuarta”, conta o baterista. A imagem, que traz um pássaro morto, remete à tragédia da pandemia de COVID-19.

Neste momento, o Sepultura se prepara para retomar a agenda de shows presenciais. O primeiro está marcado para 4 de novembro em Copenhague, na Dinamarca. “Quero tocar, essa é a expectativa. Pelo amor de Deus, me dá um palco, um backstage”, brinca Andreas Kisser.

“A gente está muito ansioso para voltar, mas queremos fazer isso em situação segura para a banda, a equipe e o público”, garante o guitarrista. “Seria muito tosco e ruim tocar para um público que precisa ficar preocupado com quem está do lado, sem estar livre para curtir o show. Então, que possa demorar mais um pouco, mas que seja com segurança”, comenta.

O baterista Eloy Casagrande ressalta a importância de respeitar as medidas protetivas. “É preciso que todo mundo tome cuidado neste momento. É seguir as normas, manter o distanciamento e tomar a vacina”, reforça.

Apesar do estrago causado pela pandemia, Andreas Kisser diz que o cenário do rock brasileiro está mais vivo do que nunca. “Tenho um programa de rádio com o meu filho e 80% do que é tocado vem de banda nacional, autoral”, diz, destacando “a mistura dentro do heavy metal, que mantém o estilo bem criativo, absorvendo estilos diferentes para criar coisas diferentes.”

O guitarrista destaca o papel das mulheres na cena do rock. “É muito legal ver isso. As 'mina' participando com mais intensidade, tocando guitarra, bateria, baixo, fazendo o negócio com uma qualidade fantástica”, comemora Kisser.

JOVENS

 Criado em BH há 37 anos, o Sepultura se tornou referência para roqueiros que estão iniciando a carreira. “A melhor coisa é fazer o que você faz do jeito mais positivo. É um bom jeito de influenciar os jovens”, destaca Derrick Green.

Para Andreas, o melhor exemplo para os jovens é agir em cenários improváveis, mostrando que é possível encontrar soluções. “Tipo achar caminhos. A arte tem a missão de buscar possibilidades. As grandes revoluções culturais sempre tiveram arte no meio”, observa. “O 'SepulQuarta' é um bom exemplo, pois mostrou que o Sepultura é possível, mesmo sem estar na estrada”, conclui.

“SEPULQUARTA”

(foto: Eduardo Recife/reprodução)
(foto: Eduardo Recife/reprodução)
Álbum da banda Sepultura
15 faixas
Disponível nas plataformas digitais


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