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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Gigantes do streaming lançam séries para acompanhar o 'tsunami' espanhol

Netflix, HBO, Amazon Prime Video e ViacomCBS produzem seriados na Espanha, com atores falando castelhano e temáticas ligadas ao país


01/04/2021 04:00 - atualizado 31/03/2021 21:29

Produção milionária da HBO protagonizada por Pablo Molinero,
Produção milionária da HBO protagonizada por Pablo Molinero, "A peste" visita o passado da Espanha (foto: HBO/divulgação)
O inesperado sucesso de “La Casa de Papel”, que estreou em 2017 na Netflix, provocou uma corrida por outras séries vindas da Espanha. “As telefonistas”, também de 2017, “Merlí”, que começou na verdade em 2015, e “Elite”, em 2018, entraram nas playlists de muitos espectadores. A indústria correu atrás, com a Netflix, a HBO, o Amazon Prime Video e a ViacomCBS abrindo centros de produção no país europeu. O que era marola virou tsunami.

Praticamente não passa mês sem o lançamento de uma série produzida na Espanha – e não só na Netflix, que, aliás, estreou em março “Sky rojo”, produção dos criadores de “La Casa de Papel”. HBO e Amazon Prime Video também embarcaram na onda.

INTERNATO 

O Amazon Prime Video disponibiliza pelo menos cinco seriados espanhóis para os assinantes no momento. A ambiciosa “O internato: Las cumbres” tem como cenário um rígido colégio interno para adolescentes considerados problemáticos, instalado num antigo monastério.

Esse lugar esconde um mistério, evidente depois da tentativa de fuga de dois jovens, Manu (Carlos Alcaide) e Amaia (Asia Ortega), e da aparição de pessoas usando máscaras de pássaro que viraram símbolo da época da peste negra. “Creio que é uma boa maneira de honrar nosso país, cheio de mitologia, mistério, e que está produzindo séries tão potentes”, diz a atriz Asia Ortega.

A série é “reboot” de “O internato”, que teve sete temporadas entre 2007 e 2017. Mas pouco ficou do original. “O universo é o mesmo, a atmosfera e os roteiristas também, mas a história é totalmente diferente”, garante o ator Albert Salazar, intérprete de Paul, um dos alunos que tentam desvendar o que se passa no colégio.

“La templanza”, outra atração do Amazon Prime Video, vai à Espanha e ao México do século 19. O drama romântico, baseado no livro de Maria Dueñas, segue duas histórias paralelas até que se cruzem os destinos de Soledad Montalvo (Carla Campra na juventude; Leonor Watling na fase adulta) e Mauro Larrea (César Mateo e Rafael Novoa).

Ela é a rica herdeira de uma vinícola na região de Jerez, sujeita a casamentos arranjados para preservar a honra, a fortuna e a posição social da família. Enquanto isso, Mauro parte para “fazer a América” no México, acompanhado dos dois filhos pequenos, depois de perder a mulher no parto do caçula. Anos mais tarde, uma reviravolta faz com que Mauro precise rever sua vida.

“La templanza” pode se passar nos anos 1800, mas os personagens são bem contemporâneos. Foi isso que chamou a atenção da atriz Esmeralda Pimentel, que faz a filha de Mauro, Mariana, na fase adulta. “As mulheres em geral são muito avançadas para a época, têm força e resiliência”, comenta Esmeralda. “Refletem como lutamos ao longo da história para conquistar espaços.”

MERCADO 

Aposta do Amazon Prime Video, trama de
Aposta do Amazon Prime Video, trama de "O internato: Las cumbres" se passa em misterioso colégio espanhol (foto: Amazon Prime Video/divulgação)

Rafael Novoa, que é colombiano, e Esmeralda Pimentel, mexicana, aproveitam a boa fase das produções espanholas. “A globalização da televisão provocada pelas plataformas de streaming está se abrindo para todos”, observa Novoa. “É incrível a variedade de línguas e produções disponíveis.”

“A peste” chegou ao Brasil em plena pandemia, pela HBO. O canal, aliás, lançou recentemente outras produções espanholas – “Foodie love”, “Arde Madri” e “Pátria” – e se prepara para exibir “30 monedas”, de Álex de la Iglesia.

A série também vai à Espanha do passado, mais precisamente ao século 16. O personagem principal é Mateo Núñez (Pablo Molinero), às voltas com a peste bubônica em Sevilha. Em troca do perdão de sua sentença pela Inquisição, ele investiga uma série de assassinatos. A segunda temporada salta para cinco anos após o surto, quando a cidade prospera novamente, mas enfrenta a superpopulação e a desigualdade social.

Como o Mauro de “La templanza”, Mateo também viaja para a América. “Essa viagem é meio camicase, como realmente eram muitas dessas jornadas”, explica o ator Pablo Molinero. “Mas a convivência com os povos nativos devolve de alguma maneira a fé de Mateo no valor da comunidade.”

O protagonista é melancólico. “Ele tem depressão, pois nasceu numa época sombria demais, e é dono de um espírito renascentista, à frente do seu tempo”, comenta Molinero. O ator acredita que naquela época, como agora, a pandemia pode acentuar o lado ruim do ser humano. “A peste” foi filmada bem antes do início da COVID-19, a segunda temporada estreou em 2019, na Europa.

“Os ricos tentam se salvar, os pobres sofrem mais, como sempre. Muita gente só quer saber de fazer dinheiro. A corrupção corre solta. A pior peste é o ser humano mesmo”, acredita Pablo Molinero. “Espero que nós lidemos um pouco melhor com o fim da pandemia. A vantagem de hoje é que estamos muito mais conectados uns com os outros, é muito mais fácil denunciar o que está errado.”

SUPERPRODUÇÃO

'A Peste' teve 130 locações diferentes(foto: Amazon Prime Video/divulgação)
'A Peste' teve 130 locações diferentes (foto: Amazon Prime Video/divulgação)

"A globalização da televisão, provocada pelas plataformas de streaming, está se abrindo para todos. É incrível a variedade de línguas e produções disponíveis"

Rafael Novoa, ator da série "La templanza"


A primeira temporada de “A peste”, digna de Hollywood, teve 130 locações diferentes, cenas com 2 mil figurantes e orçamento de US$ 1,7 milhão (cerca de R$ 9,8 milhões) por episódio, segundo a revista americana Variety.

A prova da robustez da indústria espanhola é que, além dos centros de produção estabelecidos pelas gigantes do ramo, o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou, recentemente, um plano no valor de US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 11 bilhões) até 2025 para apoiar o cinema e a televisão da Espanha, encorajando grandes estúdios estrangeiros a filmar e estabelecer polos de produção no país. (Estadão Conteúdo)

Vem aí a segunda temporada de “Sky rojo” 

Trio de prostitutas protagoniza
Trio de prostitutas protagoniza "Sky Rojo" (foto: Divulgação/Netflix)
A nova sensação espanhola da Netflix é a série policial “Sky rojo”, sobre um trio de prostitutas perseguidas pela gangue de um cafetão ao escapar do bordel onde trabalhavam. A nova atração idealizada por Álex Pina e Esther Martinez Lobato (criadores do blockbuster “La Casa de Papel”) já estreou com sucesso, no início de março. Foi o quarto seriado mais assistido da plataforma no mundo. E não é falado em inglês.

Coral (Verónica Sanchez, de “O píer”), Wendy (a cantora Lali Espósito) e Gina (Yanis Prado), em sua jornada caótica para fugir dos bandidos que as perseguem, já garantiram a segunda temporada da atração, prevista para estrear em 23 de julho.

Nomes conhecidos fazem parte do elenco, como o galã espanhol Miguel Ángel Silvestre (das séries “Sense 8”, “Narcos” e “Velvet”) e Asier Exteandia (“Velvet”), o ótimo ator que fez dobradinha com Antonio Banderas no filme “Dor e glória” (2019), de Pedro Almodóvar.

A primeira temporada de “Sky rojo” tem oito episódios de 25 minutos.


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