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Estado de Minas DISCO

Fernando Marinho lança 'De volta pra casa', declaração de amor ao forró

Radicado em Londres por 10 anos, violinista redescobriu a música do Nordeste em Londres e participou de banda que animava arrasta-pés na Inglaterra


30/03/2021 04:00 - atualizado 30/03/2021 07:44

Em Belo Horizonte, Fernando Marinho gravou o EP 'De volta pra casa', com sete faixas autorais, e não pensa em voltar para Londres(foto: Aline Palhares/Divulgação)
Em Belo Horizonte, Fernando Marinho gravou o EP 'De volta pra casa', com sete faixas autorais, e não pensa em voltar para Londres (foto: Aline Palhares/Divulgação)
Depois de morar por quase uma década na Inglaterra, o mineiro Fernando Marinho retorna ao Brasil e lança o EP “Voltando pra casa”, com sete faixas instrumentais, nas quais explora o violino popular, a rabeca e o universo do forró. Dedicado à música nordestina, o repertório traz as autorais “Coco serelepe” e “Baião pra Nega”, entre xotes, ijexás e xaxados. Por sua vez, a vivência europeia está presente na faixa “Forró in Brighton”.

Admirador da música popular brasileira, ele integrou o grupo O Bando, responsável por sua veia forrozeira. “'Voltando pra casa' é apenas o começo de novos caminhos”, diz Marinho, que gravou o EP em 2020. “As composições foram surgindo nos últimos dois anos. Na verdade, fiquei um tempo afastado do violino. O que me trouxe de volta foi exatamente a música nordestina.”

DANÇA

A retomada do violino se deu quando Marinho começou a fazer aulas de dança e forró. “Vendo as bandas tocando, senti vontade de tocar novamente. Foi assim que surgiu a minha reaproximação com a música popular.”

Marinho se mudou para a Inglaterra em 2011, aos 21 anos, e morou lá por quase uma década. “No início, comecei a trabalhar com música, mas isso não era suficiente para me manter em outro país. Então, decidi focar na carreira de TI (tecnologia da informação). Arrependi, pois acabou me afastando da arte”, conta.

O EP do novo forrozeiro foi produzido e gravado no Usina Estúdio, do instrumentista e compositor mineiro Enéias Xavier, que tocou baixo em todas as faixas. O trabalho contou ainda com Sandro Haick (guitarra, violão, bandolim e percussões), Christiano Caldas (acordeom), Jorge Continentino (pífanos e clarinete), João “Jotapê” Paulo (sax e flauta) e Ramon Braga (percussão).

Em maio de 2020, a pandemia trouxe Fernando de volta ao Brasil. “Já estava pensando em vir, mas apenas com o intuito de passar uma temporada em BH. Aproveitei para terminar o trabalho já iniciado pelo Enéias, que estava fazendo a produção. Terminei o disco e vou ficar por aqui até essa loucura (pandemia) passar. Não tenho data para voltar para Londres, nem sei se vou voltar para lá. Está tudo incerto ainda.”

'Queria trilhar o caminho da música popular, pois sempre fui apaixonado por música brasileira. Então, não segui o caminho tradicional dos violinistas'

Fernando Marinho, músico



BRIGHTON

Marinho diz que “reaprendeu” a tocar violino na capital inglesa. “Comprei o instrumento e passei a executar música brasileira. Na Inglaterra, foram surgindo oportunidades de participações em eventos de bandas de forró, até que apareceu a oportunidade de tocar em Brighton, cidade no Sul da Inglaterra. Eles queriam fazer um forró lá, mas não tinham músicos. A galera de Londres foi para lá tocar, inclusive eu. Resolvemos montar uma banda e o evento se tornou mensal”, conta.

As faixas do novo EP de Marinho nasceram na Inglaterra. “Juntei todas e fiz o álbum, que é o meu primeiro trabalho gravado. Já tenho outros engatilhados, minha ideia é fazer um disco este ano mais voltado para a música brasileira, não só forró”, diz. Samba e bossa-nova certamente estarão no futuro repertório.

“Será um trabalho mais genérico, no sentido de envolver a música brasileira em sua totalidade”, explica. A formação de Marinho não se deu por meio da música erudita, como costuma ocorrer com violinistas. “Participei de uma orquestra por menos de um ano. Queria trilhar o caminho da música popular, pois sempre fui apaixonado por música brasileira. Então, não segui o caminho tradicional dos violinistas.”

Autodidata, Fernando Marinho fez cursos de violino pela internet. “O avanço da tecnologia é muito importante. Hoje, você consegue aprender sem sair de casa”, comenta. “Fiz curso on-line com o Ricardo Herz, um grande violinista. Acompanho o trabalho dele há muito tempo, Ricardo foi uma das pessoas que me fizeram mudar a forma de enxergar o violino popular.”

A música, aliás, está no sangue da família. O pai de Fernando era clarinetista e tocou na banda da guarda-mirim de Ipatinga. A irmã, primos e tios tocam violão. “Um dos meus avôs era compositor”, acrescenta.

PROJETOS

Marinho planeja fazer trabalho em duo com Enéias Xavier, que é violonista, baixista, pianista e arranjador. O repertório deve reunir criações do Clube da Esquina, Vander Lee, Juarez Moreira, Toninho Horta e Milton Nascimento, entre outros.
Ainda não temos nada definido. É uma coisa que tenho vontade de fazer, pois a música mineira é importante pra mim, faz parte da minha trajetória”, conta Marinho. “Fiz homenagem à música nordestina e agora está na hora de fazer para a mineira”, conclui.
(foto: Aline Palhares/Divulgação)
(foto: Aline Palhares/Divulgação)

“VOLTANDO PRA CASA”
• EP de Fernando Marinho
• Sete faixas
• Independente
• Disponível nas plataformas digitais


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