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Estado de Minas AUDIOVISUAL

Em documentário, Demi Lovato revela sequelas da overdose que quase a matou

Cantora fala também sobre como 'cruzou uma linha' no vício em drogas e os distúrbios alimentares. Dois primeiros episódios estão disponíveis no YouTube


28/03/2021 04:00 - atualizado 28/03/2021 11:53

Demi Lovato canta na cerimônia de entrega do Grammy do ano passado, em Los Angeles
Demi Lovato canta na cerimônia de entrega do Grammy do ano passado, em Los Angeles (foto: Robyn Beck/AFP)

Em junho de 2018, Demi Lovato se apresentou no palco do Rock in Rio Lisboa, em Portugal. Durante a apresentação, ela se emocionou ao cantar a música ''Sober'', lançada poucos dias antes, cuja letra fala sobre a batalha que a cantora norte-americana trava desde 2012 para se manter sóbria. Nos bastidores, Demi recebeu uma ligação de sua mãe, Dianna De la Garza, que disse: ''Este é o melhor show que você já fez. Sabe de uma coisa? Acho que só vai melhorar a partir de agora.''

Um mês depois, em 24 de julho, Demi Lovato, então com 25 anos, foi internada após sofrer uma overdose. Encontrada inconsciente em casa, em Los Angeles, ela foi levada às pressas ao hospital, onde foi tratada com Narcan, uma substância usada contra o uso excessivo de drogas opióides, como heroína e analgésicos.

O incidente é o ponto de partida da série documental ''Dancing with the devil'', do YouTube, que teve seus dois primeiros episódios disponibilizados gratuitamente na última terça-feira (23/3). Ao todo, serão quatro. Os próximos dois serão lançados na próxima terça-feira (30/3) e na seguinte (6/4), mas serão exclusivos para assinantes do YouTube.

Com direção assinada por Michael D. Rather, a produção conta a história sob o ponto de vista de Demi Lovato, mas inclui a visão de outras pessoas próximas à cantora.
 
 
No primeiro episódio, intitulado ''Perdendo o controle'', ela conta as razões que a levaram a recair, após seis anos de sobriedade, entre elas a compulsão alimentar e o controle que sua equipe exercia sobre sua alimentação. Também é revelado que, antes da overdose, a cantora estava gravando outro documentário, com foco nos bastidores da turnê ''Tell me you love me''.

A cantora no Rock in Rio Lisboa, em que cantou 'Sober', em 2018, um mês antes da overdose
A cantora no Rock in Rio Lisboa, em que cantou 'Sober', em 2018, um mês antes da overdose (foto: MIGUEL RIOPA/AFP)

CONTEXTO

Por isso, ''Dancing with the devil'' consegue retratar como estava a vida da cantora antes da crise. Apesar do projeto inicial ter sido engavetado, algumas imagens e depoimentos foram recuperados para contextualizar a história.

Bastante franca diante das câmeras, Demi Lovato detalha, inclusive, as substâncias que estava consumindo na época. O coquetel mortal era composto por heroína, crack, metanfetamina, cocaína e álcool.

''Eu estava completamente miserável'', diz ela, em determinado momento. ''Nenhum amigo meu sabia o que eu estava tomando. Eu escondia de todo mundo. Era muito boa nisso, esconder o fato de que era viciada em crack e heroína. Eu cruzei uma linha que nunca havia cruzado no vício.''
 
 
Na noite em que o consumo de drogas saiu do controle, ela telefonou secretamente para um traficante, após a festa de aniversário de um amigo, e tomou uma mistura letal de heroína e oxicodona com fentanil.

Na manhã seguinte, Jordan Jackson, sua ex-assistente, a encontrou desacordada, como mostra o segundo episódio da série, ''A cinco minutos da morte''.

Público do festival em Portugal vibra com o show. Carreira da artista começou na infância, como atriz
Público do festival em Portugal vibra com o show. Carreira da artista começou na infância, como atriz (foto: MIGUEL RIOPA/AFP)

CONSULTA

Jordan explica que chegou à casa de Demi mais cedo que o de costume porque a cantora tinha uma consulta médica. Quando bateu à porta do quarto, não obteve resposta. Após insistir mais algumas vezes, Jordan abriu a porta e percebeu que Demi estava desmaiada e acionou o segurança pessoal da cantora.

Uma vez que pediu ajuda, Jordan saiu do quarto para chamar uma ambulância. A ligação é reproduzida no documentário, incluindo uma parte em que a ex-assistente pede para os paramédicos: ''Sem sirenes''.  

''Houve um ponto em que ela ficou azul'', conta. ''Todo o seu corpo ficou completamente azul, e eu tive certeza de que ela estava morta''.

''Tenho muita sorte de estar viva'', diz Demi, no documentário. ''Meus médicos disseram que se tivesse demorado de 5 a 10 minutos a mais para ser socorrida, se minha assistente não tivesse me encontrado, eu não estaria aqui hoje.''

Quando Demi finalmente chegou ao hospital, foi constatado que ela havia sofrido três derrames e um ataque cardíaco.
 

 

A cantora explica que os derrames causaram danos cerebrais permanentes e a deixaram com pontos cegos na visão que a impedem de ler e dirigir. ''Foi muito importante quando eu consegui ler um livro, o que aconteceu dois meses depois, porque minha visão ficou muito embaçada.''

Embora seja muito revelador do abismo emocional de Demi, o documentário toma cuidado para não ser considerado impróprio para os fãs da artista, em sua maioria adolescentes e jovens adultos. Antes da primeira cena, uma mensagem alerta sobre os temas abordados. 

''Este episódio apresenta conteúdo sobre dependência e transtornos alimentares que podem ser 'gatilho' para algumas pessoas. Se você ou alguém que você conhece precisa de apoio, existem lugares onde pode ir para obter ajuda'', diz o texto.

Em ''Perdendo o controle'', a mensagem final diz: ''É ok pedir ajuda”. Já em ''A cinco minutos da morte'', episódio em que Demi Lovato também discute abuso sexual, o recado final é: ''Você não está sozinho''. Nos dois episódios, são listadas linhas diretas para pedir ajuda.

VERDADE

Durante sua participação no festival SXSW 2021, realizado virtualmente devido à pandemia do novo coronavírus, a cantora afirmou que um relato franco como o do documentário pode ajudar muita gente. 

''Quero mostrar aos meus fãs o quão longe eu fui, a verdade. Acho que vai beneficiar muita gente. Foi muito difícil. Mas sou grata de ter reencontrado o meu propósito'', disse.

Gravado em 2020, em meio à crise sanitária mundial causada pela COVID-19, o documentário traz depoimentos de amigos, familiares e pessoas próximas à artista, inclusive o da coreógrafa Dani Vitale, acusada de fornecer drogas à cantora.

Nascida em Albuquerque, no Novo México, nos Estados Unidos, Demi Lovato iniciou a carreira de atriz em 2002, no elenco do programa infantil ''Barney e seus amigos''. Seu reconhecimento internacional veio a partir de 2008, quando passou a atuar em produções do Disney Channel: nos filmes ''Camp rock''(2008) e ''Camp rock 2: The final jam'' (2010), e na série ''Sunny entre estrelas'' (2009-2011).

Nessa mesma época, ela iniciou a carreira de cantora, com os álbuns ''Don't forget'' (2008), ''Here we go again'' (2009). Após deixar o canal, Demi Lovato passou a investir mais consistentemente na carreira de cantora e lançou os álbuns ''Unbroken'' (2011), ''Demi'' (2013), ''Confident'' (2015) e ''Tell me you love me'' (2017). Ela também foi jurada do programa ''The X factor'', entre 2012 e 2013, ao lado de Britney Spears, L.A. Reid e Simon Cowell.

Seu sétimo álbum de estúdio, ''Dancing with the devil... The art of starting over'', está programado para ser lançado na próxima sexta-feira (2/4). Com 19 faixas, o trabalho conta com parcerias com Ariana Grande, Noah Cyrus, Sam Fischer e Saweetie.

 
DEMI LOVATO: DANCING WITH THE DEVIL
Série documental em quatro episódios. Os dois primeiros estão disponíveis gratuitamente no YouTube. Os episódios 3 e 4 serão lançados no próximo dia 30 e em 6 de abril, respectivamente, e ficarão disponíveis apenas para assinantes do YouTube. 


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