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Estado de Minas CINEMA

Mostra de São Paulo tem 198 filmes e apenas um é mineiro

'O lodo', de Helvécio Ratton, será exibido no festival paulista, que tem títulos procedentes de 71 países e começa na próxima quinta (22) sua edição 2020, que será virtual


17/10/2020 04:00 - atualizado 17/10/2020 08:04


No ano em que a população mundial se confinou dentro de casa (e em frente a uma tela), a 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo exibe filmes de 71 países. 

Cobrindo a produção audiovisual de mais de um terço das nações do planeta (não há produções somente da Oceania e Antártida), o evento, agora virtual, tem início na próxima quinta-feira (22). Serão exibidos, durante duas semanas, até 4 de novembro, 198 títulos, a grande maioria inédita no país.

Dando início a esta viagem pela cinematografia global, vamos do “nosso” para outros mundos. O lodo, mais recente longa-metragem de Helvécio Ratton, é a única mineira entre as 36 produções nacionais que participam da mostra. Selecionado para a Mostra Brasil, o filme teve até agora somente uma exibição pública, hors-concours, em janeiro passado, na Mostra de Cinema de Tiradentes.

A partir do conto homônimo de Murilo Rubião (1916-1991), Ratton rodou o filme em Belo Horizonte, com elenco mineiro. Eduardo Moreira, do Grupo Galpão, interpreta o protagonista do longa, que conta com a participação de outros integrantes da trupe teatral. Homem comum, Manfredo sofre de depressão. Procura um psiquiatra, que começa a persegui-lo na vida real e também por meio de pesadelos. 


As produções nacionais estão abrigadas em diferentes programas. A Mostra Brasil exibe filmes inéditos de nomes conhecidos dos cinéfilos. Caso de Lúcia Murat, que participa do festival com Ana, sem título. Misto de documentário e ficção, o filme acompanha uma jovem atriz que sai em busca do paradeiro de outra jovem, desaparecida desde a ditadura militar. 

Esmir Filho também integra essa seção com Verlust, que aborda a situação de asfixia atual com a figura de uma criatura marinha que invade uma casa de praia, às vésperas do réveillon.

Cineastas estreantes (ou em seus segundos filmes) estão na competição Novos Diretores. A produção nacional se espalha ainda pelas seções Apresentação Especial e Perspectiva Internacional. 

HOMENAGEM 
Morto em 1988, o diretor Fernando Coni Campos será homenageado com a exibição de três de seus filmes, entre eles Ladrões de cinema (1977). Estrelado por Ruth de Souza e Léa Garcia, acompanha contraventores de um morro carioca interessados em realizar uma obra de arte examinando aspectos da Inconfidência Mineira.

Saindo do Brasil e indo para a América Latina, o México é o país com o maior número de produções no evento (sete, ao todo). E é com o thriller mexicano Nova ordem que a Mostra tem início. Dirigido por Michel Franco, o longa, vencedor do Leão de Prata no Festival de Veneza, mostra a Cidade do México fervendo com protestos que são surpreendidos por um violento golpe de Estado.

Já na parte de cima das Américas, os Estados Unidos participam com 15 filmes. O veterano documentarista Frederick Wiseman recebe o Prêmio Humanidade do evento (premiação que também será concedida aos funcionários da Cinemateca Brasileira) e participa da mostra com seu mais recente filme, City Hall.

Partindo para a Europa, Alemanha, França e Portugal saem na frente, com 13, nove e oito filmes, respectivamente. O brasileiro Chico Diaz é o protagonista do longa português O ano da morte de Ricardo Reis, de João Botelho. Adaptação do romance homônimo de José Saramago (1922-2010), a narrativa fantástica é ambientada em 1936, em meio ao nazismo alemão, o fascismo italiano e o salazarismo português. 

IRà
Na África, a participação é de quatro países, cada um com uma produção: África do Sul, Nigéria, Sudão e Lesoto. Na Ásia, a partir do Oriente Médio, o Irã, um dos países queridinhos de festivais internacionais, comparece com seis produções. Vencedor do Urso de Ouro em Berlim, Não há mal algum, do iraniano Mohammad Rasoulof, apresenta quatro histórias sobre executores da pena de morte naquele país. 

Já no Extremo Oriente, a China, com sete filmes, é o país com o maior número de produções. O artista e ativista Ai Weiwei integra a mostra com dois documentários. Coprodução Alemanha/México, Vivos mostra o impacto dos desaparecimentos forçados no território mexicano, a partir do ataque que estudantes sofreram em 2014 por forças policiais, quando viajavam pelo estado de Guerrero, região de forte domínio do tráfico de drogas. 

Mas o filme de Weiwei que deverá chamar mais a atenção do público é Coronation. Selecionado para o programa Apresentação Especial, o documentário examina o controle exercido pelo Estado chinês, do primeiro ao último dia do lockdown em Wuhan, cidade onde teve início a pandemia do novo coronavírus. As imagens foram captadas por moradores de Wuhan, e Weiwei, radicado na Europa, dirigiu o filme remotamente.

44ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO
De 22 de outubro a 4 de novembro, no site www.mostra.org. Para assistir aos filmes, o espectador encontrará no site as plataformas Mostra Play, Sesc Digital e Spcine Play, nas quais poderá realizar o seu cadastro. Cada filme custará R$ 6. Os ingressos só podem ser adquiridos a partir da próxima quinta (22), e as visualizações têm início a partir das 20h do mesmo dia. Após adquirido o ingresso, o espectador terá três dias para assistir ao título. Os filmes das plataformas Sesc Digital e Spcine Play são gratuitos.


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