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Estado de Minas

Mesmo com temporais de janeiro, Campanha de Popularização não fez água

Promoção de espetáculos de artes cênicas, encerrada em 16/2, vendeu 110 mil ingressos, diz organização. Para evitar risco, Teatro Francisco Nunes suspendeu sessões


24/02/2020 04:00 - atualizado 23/02/2020 19:34

Inês Peixoto no monólogo 'Órfãs de dinheiro', apresentado no teatro João Ceschiatti (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
Inês Peixoto no monólogo 'Órfãs de dinheiro', apresentado no teatro João Ceschiatti (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
As chuvas torrenciais de janeiro passado causaram estragos em Belo Horizonte, mas não “afundaram” os espetáculos em cartaz na 46ª Campanha de Popularização Teatro & Dança – pelo contrário, mantiveram o público cativo, e a maratona teatral terminou contabilizando cerca de 110 mil ingressos vendidos, segundo o Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas (Sinparc), que organiza o evento.

O campeão de bilheteria não é nenhuma novidade. Aliás, é uma cena que já se repete em quase metade dos 46 anos de história da campanha. A comédia Acredite, um espírito baixou em mim, estrelada por Ilvio Amaral e Maurício Canguçu, foi a mais vista.
 
Em cartaz desde 1998, a peça já foi vista por cerca de 3 milhões de espectadores em Minas Gerais e nos outros estados por onde circulou, de acordo com Canguçu, que atualmente se divide entre o palco e a gestão da seção mineira da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Ele assumiu em outubro passado o cargo de coordenador da Funarte no estado.

Rômulo Duque, presidente do Sinparc, diz que janeiro foi um mês completamente atípico, devido aos longos temporais, mas a plateia mostrou que não tem “tempo ruim” quando a vontade é se divertir, seja nas comédias, nos dramas ou nos espetáculos que demandam pesquisas e têm conteúdo mais profundo. No ranking dos 10 mais, no entanto, sete são comédias rasgadas e três, espetáculos infantis,

“A campanha 2020 teve três semanas a menos do que o tradicional, devido ao carnaval. Ela sempre vai até a primeira semana de março, e acho que poderíamos tranquilamente ir até o dia 1º do próximo mês. Geralmente, são 10 semanas”, observa Duque.
 
Além da duração mais curta, houve o contratempo da suspensão de dois espetáculos infantis que seriam apresentados no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal, no Centro de BH. A probabilidade da queda de árvores durante o período chuvoso levou à interrupção do funcionamento do teatro.

Já o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que no ano passado abrigou espetáculos da campanha, desta vez tinha em cartaz uma peça que não integrava a promoção, “o que não foi bom para nós”, diz o presidente do Sinparc. Com isso, o eixo de espetáculos “de pesquisa” ficou restrito às salas da Funarte e “com todos os ingressos esgotados”. Duque destaca Orfãs de dinheiro, monólogo escrito e interpretado por Inês Peixoto, como um dos sucessos da campanha, tendo atraído bom público ao Palácio das Artes.

Maurício Canguçu em cena de 'Acredite, um espírito baixou em mim' (foto: Dinâmico produções/Divulgação)
Maurício Canguçu em cena de 'Acredite, um espírito baixou em mim' (foto: Dinâmico produções/Divulgação)
Para as próximas edições da campanha, Duque cogita não interromper a prorrogação durante o feriado de carnaval. “BH tem hoje um carnaval com muita gente de fora, mas nem todos curtem a folia. Dessa forma, o teatro seria uma opção. Esse é um ponto que vamos avaliar e discutir com os produtores dos espetáculos, para depois conversar com os responsáveis da Fundação Municipal de Cultural, da Secretaria Municipal de Cultura e de outros setores.”

De 3 de janeiro a 16 de fevereiro, a campanha apresentou em BH mais de 150 espetáculos de teatro adulto, infantil e dança, sendo 52 estreantes na programação. De acordo com dados do Sinparc, foram realizadas mais de mil sessões a preços populares em diversos espaços da cidade. Neste ano, além da capital mineira, outras seis cidades receberam atrações: Betim, Contagem, Confins e Ribeirão das Neves, na Grande BH; Juiz de Fora, na Zona da Mata; e Sete Lagoas, na Região Central. Outra novidade foi a instalação de dois novos postos de venda de ingressos – nos shoppings Oiapoque, em BH, e Contagem.

ALEGRIA 
Maurício Canguçu foi passar o carnaval na praia, mas falou por telefone com a reportagem sobre o fato de Acredite, um espírito baixou em mim, escrito por Ronaldo Ciambroni, ter sido o espetáculo mais visto na 46ª Campanha de Popularização Teatro & Dança, com 10% do total de ingressos vendidos.

“Já estamos como espetáculo mais visto há 25 anos. Essa é uma peça que 'pegou', caiu no gosto das pessoas. Começou de forma despretensiosa, bem espontânea, e foi ficando em cartaz. No ano passado, para se ter uma ideia, comemoramos 21 anos e reunimos em cena 50 atores que já estiveram no elenco.”

Canguçu lembrou que as atrizes Bibi Ferreira (1922-2019) e Marília Pêra (1943-2015) assistiram ao espetáculo na temporada inicial, no Teatro do Icbeu, no Bairro de Lourdes, e se tornaram “nossas grandes amigas”, inclusive com trabalhos posteriores realizados em conjunto.

A aproximação cada vez maior com o público é um dos objetivos do Sinparc, que teve como slogan, nesta edição “Você na campanha”. “Para nós, é uma honra saber que, nesses 46 anos de realização do projeto, conseguimos conquistar o coração dos belo-horizontinos e transformar a campanha num dos principais eventos da cidade. Nosso objetivo é seguir proporcionando ao público a oportunidade de ter acesso à cultura, de forma democrática, e com ingressos a preços populares”, afirma Rômulo Duque.
'Filomena - anos de Peleja' foi um dos espetáculos mais vistos neste ano(foto: Leandro Furia/Divulgação)
'Filomena - anos de Peleja' foi um dos espetáculos mais vistos neste ano (foto: Leandro Furia/Divulgação)

OS 10 MAIS
1º Acredite, um espírito baixou em mim
2º Guaraparir
3º Auto da compadecida
4º O sítio do pica-pau amarelo
5º Manda quem pode, obedece 
quem é marido
6º Filomena – 25 anos de Peleja
7º O Rei Leão
8º Até que o face ou zap zap nos separe! Nos una ou nos mate!
9º Desempregados – Uma comédia que dá trabalho
10º Três porquinhos – A clássica história

Fonte: 46ª Campanha de Popularização Teatro & Dança


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