Quem é Rafael Ventura: uma 'confusão' com bastante glíter
Neste quinto episódio, um papo com o ator, diretor de teatro infantil e cantor de drag band que diz ter se encontrado na arte e fugido "do risco de ser alguém muito bitolado"
postado em 27/11/2019 04:00 / atualizado em 30/04/2020 13:44
Ventura não nasceu Ventura, se tornou um. Nos encontros da vida, Rafael Henrique de Souza, de 30 anos, com um empurrãozinho de um professor de teatro, assumiu o novo nome artístico. O encontro com a arte fez Ventura se livrar, como ele mesmo diz, “do risco de ser alguém muito bitolado”.
Com a mesma ludicidade, que vem do teatro musical, Ventura se aventura tanto em espetáculos voltados para as crianças quanto na arte drag. Este mineiro nascido em Belo Horizonte e se considera uma confusão, é o quinto convidado do podcast Quem é.
A dificuldade que teve de se aceitar como um artista de muitas habilidades Ventura acredita que ocorre pela cobrança da sociedade para que as pessoas se encaixem em padrões. O cantor ressalta que ele cresceu escrevendo, dirigindo, cantando e atuando. E que atualmente tem várias funções, como o teatro infantil, as performances drag, que se juntaram às que ele já desenvolvia desde mais novo.
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Drag queen
Do um encontro inesperado com outros artistas multitalentos, Gabriela Domingues, que dá vida a Bella la Pierre e Azzula, surgiu a banda “The Pulso in Chamas”. Os artistas queers performam a arte drag passando pelo universo LGBTQIA+, negro e feminino. O cantor comenta que não se considera uma drag queen: “Drag tem uma pesquisa, uma referência de resistência. Estou em um lugar muito privilegiado, no qual estou me despindo, mas me colorindo de glíter, de cílios e de salto alto para levar o que eu acredito. Drag é muito mais que isso. No The Pulso, partilho de pessoas que sim, são drags, vivem isso, que viabilizam isso, que bancam isso”. O show do trio drag é composto de um repertório com músicas nacionais e internacionais.
Podcast sobre artistas de Minas
Com apresentação de Fred Bottrel e Carol Braga, os episódios são publicados no site do Estado de Minas, no Culturadoria e em todos os tocadores. Este episódio teve produção, trabalhos técnicos e edição de áudio de Luiza Rocha.
(*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Alves)