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Estado de Minas

Festival feito por mulheres e para mulheres começa em BH

A partir desta segunda (9), BH sedia a primeira edição de O Levante! %u2013 Festival Internacional de Mulheres em Cena. Objetivo do evento, que reúne trabalhos na área de artes cênicas, é discutir e valorizar o pensamento feminino contemporâneo


postado em 09/09/2019 04:00

De Belo Horizonte, Ludmilla Ramalho participa do evento com a performance Fuck her(foto: Luiza Palhares/Divulgação)
De Belo Horizonte, Ludmilla Ramalho participa do evento com a performance Fuck her (foto: Luiza Palhares/Divulgação)

 
Reunir e disseminar obras teatrais multiplicadoras do pensamento feminino e da condição existencial da mulher contemporânea é a proposta da primeira edição de O Levante! – Festival Internacional de Mulheres em Cena. Realizado inteiramente por mulheres à frente da criação artística na área de artes cênicas, o evento começa nesta segunda (9), a partir das 9h, e segue até domingo (15). O festival reúne trabalhos de mulheres brasileiras e do Uruguai, México, Reino Unido, Turquia e Canadá, com a proposta de discutir o pensamento e a condição existencial da mulher contemporânea, além de valorizar a representatividade feminina à frente da criação artística.

Ao longo de sete dias, com eventos sendo realizados em 10 espaços do circuito convencional e independente da capital mineira, estão previstos espetáculos, shows, performances, residências, work in progress (WIP), demonstrações de trabalhos, mesas-redondas, exibição de filmes escritos e dirigidos por mulheres, exposição e mesas-redondas gratuitas.

A atriz, diretora, dramaturga, roteirista, idealizadora e curadora do festival, Lívia Gaudêncio, garante que tem se surpreendido com o engajamento das pessoas. “Tanto de artistas quanto de espaços e empresas interessados em contribuir. Talvez seja um reflexo do quanto estamos precisando da arte para dar voz às nossas indignações ou nos aliviar das nossas angústias”, afirmou.  Segundo Lívia, o festival inclui BH pela primeira vez ao The Magdalena Project – rede em prol da visibilidade do empenho artístico das mulheres, criada em 1986 no Reino Unido e que já inspirou iniciativas como O Levante! em mais de 50 países. “Queremos que essa ação se caracterize como lugar de fortalecimento, um espaço de troca e visibilidade para a arte contemporânea, feita 'de, por e para' mulheres de diversas identidades, países e trajetórias”, explica a curadora.
Atriz, dramaturga e idealizadora e curadora do festival, Lívia Gaudêncio estreia com a performance Urucum(foto: Carlos Sales/Divulgação)
Atriz, dramaturga e idealizadora e curadora do festival, Lívia Gaudêncio estreia com a performance Urucum (foto: Carlos Sales/Divulgação)

Lívia conta que já havia idealizado o festival há mais tempo, pensando em um evento que reunisse mulheres para ser esse ponto de encontro, de fortalecimento, de arte. “Fiz a inscrição no programa Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-americanas (Iberecena) e fomos contemplados para realizar residências artísticas em Belo Horizonte. Então, aproveitei que tinha esse apoio e que já teria três diretoras internacionais e, como cada uma já tem a sua apresentação artística, estender isso a um evento um pouco maior, que seria este festival, com espetáculos. Isso porque, com as residências, seria só a orientação delas em relação a projetos de outras artistas.”

A partir daí, Lívia divulgou em sua rede social a possibilidade de realização de um grande festival. “Foi meio que convocando as artistas locais que quisessem se apresentar, mesmo que seja sem grana, porque é um momento de nos juntarmos e fazer alguma coisa. Foi muito incrível, pois mobilizou muita gente. Então, comecei a receber o contato tanto de artistas de teatro quanto do audiovisual e também de pessoas interessadas em contribuir na estrutura do festival, como sites, editoras, mobilizadoras de recursos e consultorias.”

Mas a curadora lembra que, no final das contas, diante de um projeto que era para ser do tipo pocket ou piloto, surgiu a possibilidade de fazer algo maior. “O evento tomou uma dimensão muito gigante. Hoje, contando os artistas que vão se apresentar e aqueles que farão a residência, como os apoiadores com espaço, estrutura, estamos com mais de 100 pessoas, entre todas as parceiras, parceiros e empresas.”
 
Espetáculo Frida, da mexicana Violeta Luna, é uma das atrações internacionais de O Levante! (foto: Marlene Ramirez/Divulgação )
Espetáculo Frida, da mexicana Violeta Luna, é uma das atrações internacionais de O Levante! (foto: Marlene Ramirez/Divulgação )
NACIONALIDADES

Lívia também chegou a divulgar o festival na rede do Iberecena e, por causa disso, estão vindo pessoas do Equador, Peru, Colômbia, Argentina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco e Distrito Federal. “No final das contas, o evento se tornou realmente grande. A partir do apoio do Iberecena, conseguimos patrocínio para pagar o cachê das diretoras, que estão recebendo somente pela residência, uma vez que, pelas apresentações artísticas, ninguém está recebendo nada. Como o evento foi tomando uma outra proporção, acabei estendendo e abarcando todo mundo que se propôs a participar dele”, orgulha-se.
O Levante! foi viabilizado por meio de artistas colaboradoras, empresas parceiras e via edital de ocupação dos teatros públicos. Já as residências artísticas receberam recursos da Funarte, por meio do programa Iberescena.

“Talvez (o festival) seja um reflexo do quanto estamos precisando da arte para dar voz às nossas indignações ou nos aliviar das nossas angústias”

“Queremos que essa ação se caracterize como lugar de fortalecimento, um espaço de troca e visibilidade para a arte contemporânea, feita 'de, por e para' mulheres de diversas identidades, países e trajetórias”
 
“O evento tomou uma dimensão gigante. Hoje, contando os artistas que vão se apresentar e aqueles que farão a residência, como os apoiadores com espaço, estrutura, estamos com mais de 100 pessoas”
 
 Lívia Gaudêncio,  idealizadora e curadora do festival 

ALGUMAS ATRAÇÕES

>> O LEVANTE! – FESTIVAL INTERNACIONAL DE MULHERES EM CENA
De 9 a 15 de setembro, no Teatro da Cidade, Galpão Cine Horto, Teatro Marília, Museu do Inhotim, Quilombo Manzo, Sesc Palladium (cinema e Teatro de Bolso), Museu Giramundo, Casa Rosa do Bonfim, Zap 18 e Espaço 171. Os ingressos das apresentações custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e estão à venda na bilheteria dos teatros, postos do Sinparc e nos sites conveniados a cada espaço, como Vá ao Teatro (Sinparc) e Ingresso Rápido (Sesc). Programação completa e informações em  www.olevante.com.

ABERTURA

Segunda-feira (9), às 19h30: 
No foyer do Teatro da Cidade. Performance Fuck her, de Ludmilla Ramalho, mais exposição de fotografias, ilustrações e série de bordados das artistas Fabiana Loyola, Bárbara Salomé e Cynthia Paulino e do Coletivo Majestades. Entrada franca. 
20h 
Teatro da Cidade. Performance Frida, de Violeta Luna (México). Ingressos a R$ 20 (inteira) 

MESAS-REDONDAS 

11/9 Nossos ecos, vozes femininas na contemporaneidade 
12/9 Vamos juntas! Sustentabilidade e economia criativa na arte  
14/9 Mulheres carregam o mundo – Cultura e resistência  

RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS

De terça (10) a sábado (14), das  9h às 12h. No domingo (15),  mostra de resultados aberta ao público no Teatro Marília e Espaço 171


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