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Siba faz "recital elétrico" gratuito neste sábado (15) em BH

Apresentação no Museu de Arte da Pampulha encerra o Ciclo de Literatura Contemporânea


postado em 15/06/2019 04:24

Músico pernambucano terá a companhia do baterista Rafael Santos e do tubista Leandro Gervásio na apresentação de hoje(foto: José de Holanda/Divulgação)
Músico pernambucano terá a companhia do baterista Rafael Santos e do tubista Leandro Gervásio na apresentação de hoje (foto: José de Holanda/Divulgação)


Sibito baleado é uma expressão que se refere a uma pessoa muito magra ou de pernas finas. É também o nome popular de um pequeno e frágil pássaro do Nordeste, semelhante ao bem-te-vi. Na adolescência, Sérgio Roberto Veloso de Oliveira ganhou o apelido de Siba (corruptela de sibito) por sua magreza. “Acabou pegando, mas ainda tem gente que me chama pelo nome”, diz o poeta, cantor e compositor pernambucano, que encerra neste sábado (15) a terceira edição do Ciclo de Literatura Contemporânea, realizado em BH com o tema “O circuito e a margem”.

Ao longo da semana, o ciclo promoveu gratuitamente debates, lançamento de livros, shows, sarau e leitura de poemas com nomes de diversos estados. “Cada vez mais essas oportunidades devem ganhar poder, significado e potência. São momentos em que a gente se encontra para debater e se reconhecer. E, quando a gente se reconhece, renova mais a esperança em um país menos tenebroso”, afirma.

Siba faz hoje no Museu de Arte da Pampulha (MAP) uma espécie de “recital elétrico”, que mescla conversas com música. “Não é algo totalmente formatado. Faço muito de improviso, meio imprevisível. Mas é sempre uma oportunidade de encontro”, diz ele, que estará ao lado do baterista Rafael Santos e do tubista Leandro Gervásio. O repertório deve contemplar canções de seu trabalho mais recente, De baile solto (2015), recentemente relançado em vinil, assim como Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar, Avante e Fuloresta do samba. “Acho simbólica essa coisa do vinil. A relação com o objeto é diferente. Claro que é um público mais restrito, uma relação menos fragmentada, mas tem sempre quem goste.”

Siba finaliza seu próximo projeto, batizado de Coruja muda, que chega ao mercado em julho. O artista diz que só quem ouvir a música vai entender do que se trata. “Não é um disco conceitual, apesar de ser perpassado por imagens que exploram esse lugar indeterminado entre o homem e o animal; onde acaba um e onde começa o outro. Não é o tema central do disco, mas está presente em boa parte dele”, diz. O primeiro single, Barato pesado, já está nas plataformas digitais. “Todas as faixas são inéditas, mas temos duas regravações em bônus.”

CULTURA POPULAR Há 22 anos, entre idas e vindas, o cantor e compositor mora em São Paulo. Sempre teve uma casa, um quarto ou “quartel-general” na capital paulista, mesmo na época em que residia em Recife ou no interior. No entanto, Pernambuco nunca deixou de estar presente em sua vida e em sua obra. “A gente só deixa de ser quem é quando quer. E esse nunca foi meu caso.” Sobretudo quando integrou a extinta banda Mestre Ambrósio, Siba procurou valorizar manifestações populares pernambucanas, como a ciranda e o maracatu.

Ele lamenta o pouco destaque que essas tradições têm no país. “Existe no Brasil um senso comum de que tudo que diz respeito à cultura popular fica num lugar inferior na cadeia de valores. Existe um preconceito, uma desvalorização, que, infelizmente, são compartilhados até por quem gosta. Por isso a importância de ter eventos como esse em BH para que isso seja sempre debatido e compreendido e quebrar um pouco desse paradigma.”

Siba está pessimista em relação ao futuro do país. “Vim de um tempo em que era natural que o Brasil melhoraria, que éramos o país do futuro, em progresso e que a democracia estava fortalecida. Isso já estava consolidado no nosso discurso.” No entanto, o curso da história não seguiu exatamente esse rumo, na avaliação dele. “Não vejo necessariamente a luz no fim do túnel. É necessário, mais do que nunca, um esforço de combate a essas forças retrógradas e reacionárias que impedem a livre movimentação de ideias e de identidade deste país que é tão bonito. O que foi feito em apenas poucos meses é muito sério e não sabemos quanto vai durar a bizarrice desse governo. O dano já é grave e recompor isso vai ser complicado.”

 

Encerramento do Ciclo de Literatura Contemporânea
Neste sábado (15), às 11h, com Siba e banda, no Museu de Arte da Pampulha (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha. (31) 3277-7996). Entrada franca. Mais informações: www.ciclodeliteratura.art.br/bh/.


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