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ANDRÉ MIDANI MORRE DE CÂNCER AOS 86

Com longa atuação como comandante de gravadoras, produtor teve papel fundamental no lançamento de diversos nomes da MPB e de bandas que marcaram a grande fase do rock brasileiro, nos anos 1980


postado em 15/06/2019 04:24

André Midani posa para foto em 2014. Nascido na Síria, ele foi com a família para Paris aos 3 anos e emigrou para o Brasil em 1955, onde adotou o Rio de Janeiro como sua cidade (foto: Estadão Conteúdo)
André Midani posa para foto em 2014. Nascido na Síria, ele foi com a família para Paris aos 3 anos e emigrou para o Brasil em 1955, onde adotou o Rio de Janeiro como sua cidade (foto: Estadão Conteúdo)

Um dos principais nomes da indústria fonográfica brasileira, o produtor cultural André Midani morreu na noite de quinta-feira (13) aos 86 anos. “O homem da música”, como definiu Gilberto Gil ao lamentar sua partida, havia sido diagnosticado com câncer há quatro meses e estava internado na Casa de Saúde São Vicente, no Rio de Janeiro.
Nascido em setembro de 1932, em Damasco, na Síria, Midani foi criado na França desde os 3 anos. Se fosse pela vontade de sua mãe, teria virado confeiteiro na capital francesa. Porém, aos 20 anos e encantado pelo jazz, ele começou a trabalhar como vendedor de discos para o selo Decca. Algum tempo depois, com medo de ser convocado para combater na guerra que a França travava na Argélia, pegou um navio para a América do Sul e chegou ao Brasil em 1955. Logo se apaixonou pelo Rio de Janeiro.

O produtor contribuiu para o desenvolvimento da música no Brasil, sobretudo entre os anos 1960 e 1990, e ajudou a lançar movimentos musicais importantes, como a bossa nova. No comando de gravadoras como Odeon, Phonogram, Philips e Warner, ele acompanhou o fenômeno dos festivais, a consolidação da MPB e a explosão do rock brasileiro, tendo sido um dos principais artífices dessas movimentações, nos bastidores.

CARREIRAS Midani teve também papel importante na projeção das carreiras de artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Elis Regina, Gal Costa, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Maria Bethânia e Ney Matogrosso. Bandas como Titãs e Barão Vermelho também passaram pelas mãos dele.

Na década de 1990, André Midani foi morar em Nova York. Lá, tornou-se presidente da Warner para a América Latina. O retorno ao Brasil ocorreu nos anos 2000. Nos últimos anos, sua trajetória na indústria fonográfica virou tema de livro (Música, ídolos e poder: do vinil ao download, lançado pela Nova Fronteira) e de uma série de TV. Em entrevista recente, opinou sobre o fenômeno Anitta: “Ela é afinada, musical, com muitas qualidades”, declarou.

Vários artistas lamentaram ontem sua morte, com comentários em redes sociais. O baterista João Barone, do Paralamas do Sucesso, afirmou que Midani foi “um dos maiores lutadores em prol da música no Brasil. “Se não bastassem suas inúmeras descobertas de talentos e apostas certeiras na nossa música, André Midani foi um dos maiores responsáveis pelo surgimento da geração dos anos 80 do rock brasileiro. Todas as bandas e artistas desta turma devem muito a ele”, postou.

Arnaldo Antunes também se manifestou: “Sentindo hoje aqui a partida do queridíssimo André Midani, alegre, inventivo e afetuoso amigo e parceiro, que revolucionou com seu trabalho o modo de se conceber, produzir, distribuir, comercializar e curtir a nossa música popular. Deixa muitas saudades”. Já Erasmo Carlos fez questão de publicar uma foto e prestar sua homenagem. “Saudades do meu Guru que foi conhecer a imensidão do Universo... Aprendi com ele a situar minha arte e sentir a dimensão das minhas possibilidades... Eterno ombro amigo e menino de sempre... Sua sabedoria e seus ensinamentos farão falta a todos...Tenha Paz.”

O produtor deixou dois filhos, Philippe e Antoine, da união com a psicanalista Vera Maria Perestrelo.



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