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Helvécio Carlos


postado em 13/01/2019 05:06

(foto: Bárbara Dutra/divulgação)
(foto: Bárbara Dutra/divulgação)
"As experiências ao vivo e reais têm ainda mais valor"

Verão em Belo Horizonte sem o festival Planeta Brasil não tem graça. Pelo menos é assim nos últimos 10 anos, desde a primeira edição do encontro que nasceu discreto, com apenas três bandas. No próximo dia 26, na Esplanada do Mineirão, serão 40 atrações. “Confesso que quando começamos, não tínhamos certeza de que chegaríamos até aqui, mas sonhamos. O crescimento do festival nos surpreende a cada ano, apesar desse nosso sonho sempre ter sido grande. Desde o início, queríamos gerar uma mudança, fazer a diferença”, diz Henrique Chaves, um dos organizadores do evento.

Ele lembra que, em 2008, não havia nenhum evento nos moldes do Planeta Brasil. “Mas sabíamos do potencial, já que Minas Gerais sempre teve uma cena musical forte. Começamos com passos pequenos, mas fortes, alcançando um crescimento orgânico e equilibrado”, observa, garantindo que entre os festivais independentes no país, o Planeta Brasil foi o que mais cresceu nessa última década. “Isso, levando em conta que estamos fora do eixo Rio/SP, o que torna o projeto cada vez mais sólido”.

No perfil do público, 45% é de fora de Belo Horizonte. “Estamos preparados para alcançar novos voos. Pensamos em ampliar os dias do festival, levar para novas cidades, e é isso que nos move, acima de tudo. Passo a passo, conseguimos construir o que queríamos. E só temos mais para crescer”, diz, otimista.

Entre as atrações deste ano estão o rapper norte-americano Wiz Khalifa, Milton Nascimento e Criolo, DJ Kaskade, Seu Jorge, a banda californiana Slightly Stoopid, Jorge Ben Jor e Céu.

COM A PALAVRA

HENRIQUE CHAVES
Organizador do Festival Planeta Brasil




O ano passado foi difícil para investimentos. Como vocês fizeram para que essa edição não deixasse de ser realizada?

Os outros anos também foram. O Planeta sempre enfrentou anos desafiadores, mas isso sempre traz lições importantes para os próximos. É um projeto que cresce a cada ano, depende de investimentos, e sempre contamos com o apoio dos parceiros, fornecedores e toda a cadeia envolvida no projeto. O legal é que todos sempre acreditaram que esse sonho do Planeta Brasil é maior que o ano corrente. É um evento importante que envolve um time muito grande e todos investiram para o sonho continuar vivo. Agora está chegando a hora de ver mais um evento consolidado.

Como é montar um line up do Planeta Brasil?

Eu e Igor Campolina, meu sócio, começamos pensando o que nossa turma gostaria de ver aqui em BH, mas não teria oportunidade. Fazemos também um grande estudo de mercado do que o público está consumindo. Não é simples, o processo começa cerca de um ano antes. Precisamos estar sempre antenados ao que está surgindo de novo, o que está fazendo sucesso e criar um mix completo para o festival. Nosso foco é um line up que não seja só comercial.

O que o público pode esperar desta nova edição?

Este ano teremos um novo projeto chamado Planeta Cocktail School, que conta com a parceria de uma destilaria artesanal mineira. Adianto que o pilar de gastronomia também terá novidades com opções veganas e a entrada de um novo parceiro. Na sexta-feira que antecede o festival, teremos, além do Planeta Brasil Talks n’A Central, o warm up do festival na Land Spirit. Esse projeto já ocorre há algumas edições e é uma boa forma daqueles que vêm de outras cidades estenderem sua programação na capital.

Desde o início, vocês não abriram mão do debate de ideias na programação do Planeta Brasil. Porque essa preocupação e quais os resultados efetivos vocês constataram ao longo dos anos?

Somos de uma geração que começou a repensar o nosso impacto no mundo e nosso primeiro pilar de debate foi a da sustentabilidade. Sempre tivemos essa preocupação “além do show”. Acreditamos que podemos usar a música para transformar e unir a comunidade, visando um mundo melhor para se viver. O Planeta Brasil foi o primeiro evento de entretenimento a receber o selo de evento sustentável do governo em Minas Gerais. Conseguimos também fazer inclusão social de jovens estudantes da rede pública através da cultura, usando oficinas e workshops. Com isso, fomos consolidando todos esses pilares ao longo das edições. No ano passado, essa possibilidade de debater ideias e trocar conhecimento ganhou um novo capítulo com o Planeta Brasil Talks, em parceria com o Centro Universitário UNA, ampliando as discussões sobre criatividade, cultura, diversidade.Trouxemos nomes como Glória Maria, Liniker, Clarice Falcão, Bel Coelho, Maurício Tizumba, Daiara Tukano, Gustavo Ziller, entre outros, para experimentar junto ao público diálogos plurais e trocar conhecimento de forma diferente.

Quais as melhores lembranças deixadas pelas bandas nas memórias do festival?

Todas deixam uma história. Em 2011, por exemplo, promovemos o primeiro encontro inédito de artistas com apresentação de Seu Jorge e Gabriel, o Pensador. Criolo, quase um embaixador do festival, sempre cria uma conexão muito especial com o público. O show do Guns n Roses, em 2014, também foi histórico e marcou muito o evento, ajudando na consolidação do nosso crescimento e o caminho que seguiríamos a partir dali. O Rappa escolheu o palco do Planeta para se despedir o ano passado. Já o Natiruts, há dois anos, emocionou ainda a mais a plateia ao cantar “quando a noite cair e o som, te trazer algum sonho bom” (Natiruts Reggae Power) justamente quando o sol se punha na Esplanada do Mineirão. Alexandre (vocalista da banda) desceu do palco e disse que pela emoção seria impossível repetir um show como aquele.

Como e por que surgiu a ideia de montar a produtora Sleep Walkers?

Era uma vontade minha e dos sócios de atender uma demanda que nós mesmos tínhamos quando jovens. Assim como eu, o Igor, meu sócio, também fazia eventos desde a faculdade. Durante intercâmbio em 2005, vimos como esse mercado de entretenimento era levado a sério no exterior. Os festivais eram uma realidade em ascensão e tinham empresas independentes que conseguiam fazer coisas grandes. O tamanho da empresa não era o que definia o tamanho do sonho e queríamos atender. De lá pra cá, calculo que foram mais de 350 eventos para um público de 350 mil pessoas, como o próprio Planeta Brasil, a festa junina do Chevals, Bud Basement, The Snow Trip – California, Complexo Land Spirit, Samba da Quadra, entre outros.

Você começou sua vida de produtor aos 17 anos com a festa Para maiores de 18, um pós-ceia de Natal, no extinto Alegria (restaurante que funcionava no Jardim Canadá). Já são 16 anos no mercado de entretenimento em BH. Comparando ao início dos anos 2000, o que mudou na produção de eventos?

Lembro-me como se fosse hoje desse evento. E desde então estou trabalhando no sonho de transformar o mercado. De lá pra cá, a produção de eventos melhorou e muito. Hoje, o setor atrai grandes investidores, existe um forte mercado sonográfico e de marketing atuando com foco nesse universo. Enfim, tudo o que se conhecia sobre entretenimento mudou muitos nos últimos ano e isso só tende a crescer, pois no mundo de hoje, em que os jovens vivem conectados, as experiências ao vivo e reais têm ainda mais valor. A busca será cada vez mais por viver algo, não assistir a algo.


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