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Estado de Minas NUTRIÇÃO

Não caia na armadilha de produtos alimentícios falsificados

Produtos alimentícios são, frequentemente, alvo de falsificadores. Para identificar fraudes e evitar riscos à saúde, é importante observar local da compra


13/02/2022 04:00 - atualizado 09/02/2022 15:35

A falsificação de alimentos é uma prática mais comum do que se imagina. Os produtos não originais são feitos com base na aparência ou características do legítimo, mas não têm as mesmas propriedades nutritivas e são vendidos por preço bem abaixo do valor de mercado. Os falsificadores, em regra, economizam na produção para aumentar o lucro final.
 
A nutricionista Amanda Bienna explica que é comum o consumidor olhar a lista de ingredientes do produto na hora da compra e não perceber essa alte- ração. “Nós somos facilmente enganados em relação à pureza dos alimentos.” Para evitar cair nessa armadilha, é importante prestar atenção ao local de compra, ao armazenamento e à procedência.
 
André Godoy, gerente de alimentos da Vigilância Sanitária, conta que entre as irregularidades já encontradas pela fiscalização estão sorvete vegano que continha leite – uma criança alérgica à lactose consumiu e passou mal ,– farinha de mandioca com outras substâncias, whey protein sem a proteína prometida. Outros alimentos comumente falsificados são ervilhas, cereja, canela e peixe.
 
Mel
Entre as irregularidades praticadas estão xarope de açúcar ou glicose de milho vendidos como mel (foto: Pixabay)


A pureza do mel 
 
O mel é um alimento produzido pelas abelhas a partir do néctar das flores ou das secreções. Amanda Bienna explica que o mel vendido nos supermercados, geralmente, não é puro. “O mel fica exposto nas prateleiras por períodos longos e continua com a mesma consistência. O 100% puro deve cristalizar.”
 
Rodrigo Durieux da Cunha, chefe da Divisão de Estudos Apícolas da Empresa de Pesquisa, Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), explica que a demanda do mercado e o preço relativamente alto transformam o mel em um produto bastante visado por falsificadores. Entre as irregularidades praticadas estão xarope de açúcar ou glicose de milho vendidos como mel.

Benefícios: fortalece o sistema imunológico, auxilia o sistema digestório, é considerado calmante, expectorante, entre outros.
 
Amanda explica que o mel é composto, em sua maioria, por glicose e frutose, logo, é uma fonte de açúcares. Por isso, é importante ter cuidado na hora do consumo. “Uma pessoa com diabete tem de evitar. Se for alguém que está no processo de emagrecimento, deve prestar atenção ao horário e ao acompanha- mento. O consumo errado pode atrapalhar o emagrecimento, por isso é importante a orientação de um nutricionista.” Ela acrescenta que o mel é uma ótima opção pós-treino.

Como identificar o mel falso?

Preço: desconfie de valores muito abaixo dos praticados no mercado.

Rótulos: preste atenção em erros de impressão, rótulos caseiros ou aqueles que imitam produtos artesanais. Caso suspeite do rótulo, procure o telefone da empresa na internet e entre em contato. O atendimento pode informar se vende na região e se utiliza o tipo de embalagem em questão. Quando o rótulo é clonado ou falsificado, indicadores como CNPJ, selo do serviço de inspeção, ou inscrição estadual não correspondem com as informações verdadeiras.

Cor, textura e sabor: a cor do mel não é um indicativo de que o produto seja adulterado. No Brasil, existe uma variedade muito grande de tipos do alimento: mais avermelhados ou amarronzados e amarelados.
 
“Em Santa Catarina, temos mais de 100 tipos. Há o de melato da bracatinga, que as pessoas poderiam achar que é falso pela coloração muito escura, quase preta. Tem um originário da árvore uva-do-japão e é bem claro, quase transparente. Tem o mel produzido mais ao norte de São Paulo e Minas Gerais, que é o de cipó-uva, também muito clarinho”, exemplifica Rodrigo. Ele acrescenta que até a textura varia. “Alguns tipos cristalizam mais, outros menos. E isso é um processo natural.”

* Estagiária sob supervisão da 
subeditora Sibele Negromonte
 
cúrcuma
A cúrcuma, em sua forma pura, é rica em curcuminoide %u2013 o princípio que ativa os benefícios. Em um produto falsificado, o percentual desses benefícios cai drasticamente (foto: Pixabay)
 
 
Cúrcuma ou açafrão? 
 
Um erro comum é confundir açafrão e cúrcuma. “Existe a cúrcuma, que é o açafrão-da-terra, e há o açafrão. A cúrcuma é um rizoma, ou seja, uma raiz subterrânea da mesma família do gengibre. Já o açafrão é um estigma das flores. Para produzir um quilo dessa especiaria, são necessárias 200 mil flores, em uma extração totalmente manual – o que o torna um alimento muito puro”, diz Amanda Bienna.
 
A cúrcuma, em sua forma pura, é rica em curcuminoide – o princípio que ativa os benefícios. Em um produto falsificado, o percentual desses benefícios cai drasticamente. O tipo ideal para o consumo é a cúrcuma padronizada, com 95% de curcuminoides. “Precisamos ter cuidado na hora da compra. As vendidas a granel têm maior probabilidade de ser falsificadas.”
 
Benefícios: poder anti-inflamatório, melhora das articulações, enzimas antioxidantes, redução do colesterol, proteção de fígado e rins de lesões tóxicas, entre outros.
 
Versatilidade: a cúrcuma pode ser usada em shots anti-inflamatórios, além de ser um saboroso tempero para carnes, como peixe e frango. Também pode ser ingerida no formato de cápsulas.
 
Como identificar se a cúrcuma é pura: adicione uma colher de sopa de cúrcuma em 100ml de água e leve ao fogo. Se ela diluir totalmente, é verdadeira; se engrossar ou ficar grudando na colher, significa que pode ter sido adicionado amido ou outra substância. 
 
 
sal rosa
O sal rosa tem oligoelementos e 84 minerais diferentes, principalmente o ferro, responsável pela coloração (foto: Pixabay)
 
As propriedades do sal rosa
 
O sal rosa é um tipo de sal extraído da região do Himalaia. Ele tem oligoelementos e 84 minerais diferentes, principalmente o ferro, responsável pela coloração rosa. Em um grama de sal refinado são encontrados 400 miligramas (mg) de sódio, enquanto em um grama de sal rosa, essa quantidade cai para 230mg. Durante a produção do tipo refinado, todos os minerais são retirados, sobrando apenas o cloreto de sódio – por isso, a coloração branca. 
 
Além disso, ele recebe a adição de iodo, benéfica para o armazenamento do produto, mas não para a saúde do consumidor.
 
“Algumas pessoas acabam utilizando o sal rosa em uma quantidade maior, por acreditar que ele é menos maléfico para a saúde. Isso é um mito. Ele continua a ser um sal, a ter cloreto de sódio, e a gente tem que continuar prestando atenção na quantidade ingerida”, destaca Amanda Bienna. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de sal, em uma alimentação saudável, deve ser de 5g (uma colher de chá), no máximo. O brasileiro consome cerca de 12g por dia.

Sugestões de uso: temperos.

Dicas para identificar se o sal rosa é falsificado: a nutricionista Amanda Bienna explica que uma das características do sal rosa é a secura. “Se o produto que você comprou for mais úmido, ele é falsificado.” Preste atenção também na cor – ele é mais clarinho, desconfie se o tom estiver forte. A nutricionista dá outra dica: “Misture uma pequena quantidade com água. Se o resultado for um líquido de coloração escura, significa que o produto é falsificado”. 
 


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