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Estado de Minas Expressão pela escrita

Crianças em tratamento de câncer lançam livro em que são os próprios autores

Projeto no Hospital da Baleia tenta amenizar sofrimento dos pequenos, responsáveis pela construção das histórias e ilustrações


03/02/2020 10:40 - atualizado 03/02/2020 10:46

Sara Gomes da Silva, de 8 anos, lançou na edição passada do projeto o livro A fuga do leão(foto: Paula Seabra/Divulgação)
Sara Gomes da Silva, de 8 anos, lançou na edição passada do projeto o livro A fuga do leão (foto: Paula Seabra/Divulgação)
Lidar diariamente com agulhas, soros, medicamentos e o mal-estar é um desafio para muitas crianças que estão em tratamento de câncer no Hospital da Baleia. E tentar amenizar esse sofrimento por meio de histórias é um dos objetivos do projeto realizado pelo hospital, em parceria com a plataforma educacional para escolas Estante Mágica, que transforma alunos em autores do próprio livro. O projeto foi implantado pela primeira vez fora do âmbito escolar no ano passado e, desta vez, sete pacientes lançaram seu livros em cerimônia na terça-feira passada no Clube Olympico, em Belo Horizonte.

Com a ajuda de educadoras voluntárias, as crianças recebem auxílio para a criação de personagens, construção das histórias e ilustrações dos livros. Os encontros entre as crianças e as educadoras acontecem nos dias de tratamento dos pacientes, no hospital, e o cronograma de escrita é feito com os pais. Após todo o processo de escrita e ilustração, os livros são encaminhados à Estante Mágica, que cuida da parte de edição e produção das obras.

Além de colaborar para que as dificuldades ao longo do tratamento sejam amenizadas, o projeto visa contribuir com a base educacional dos pacientes, visto que, em muitos casos, as crianças precisam se ausentar da escola para se dedicar ao tratamento. O vínculo com a leitura também é estabelecido a partir da realização desse trabalho, bem como a aproximação da cultura. “Muitas crianças são do interior e acabam se afastando da escola no período do tratamento. Para que elas não percam esse contato com a aprendizagem e continuem vivendo o lúdico, o projeto se mostra essencial, com um significado que ultrapassa o cuidado médico”, afirma a gerente de mobilização de recursos do Hospital da Baleia, Danielle Ferreira.

RELATO DE EXPERIÊNCIAS 

A educadora Cláudia Márcia, voluntária do projeto, acredita que a escrita pode ser importante no processo de tratamento das crianças, já que elas podem expressar o que sentem e enfrentam, além de aprender. “Nosso trabalho com os pequenos é de muita alegria e descontração. Eles adoram. Em um momento tão delicado para eles e suas famílias, transformar o hospital em um ambiente lúdico é extremamente positivo. Além disso, é uma forma de as crianças colocarem para fora suas angústias e relatar suas experiências”, explica.

São sete obras de autores diferentes. Com 6 anos, Ana Cecília Pires Martins é a mais nova entre os pacientes e lançou o livro A menina aventureira: Ana Cecília e seu cachorro Teo. Guilherme Cristiano Alves Lopes, de 7, nomeou sua obra de A festa no monte. Richard Ryan Trigueiro Santos e Juan Pablo Damasceno Oliveira de Queiroz, ambos de 7, apresentaram pela primeira vez O menino e o circo e A ilha. Iago, o supercoração, seu arqui-inimigo, o Dr. Osteossarcoma, de autoria de Iago Gabriel Pereira dos Santos, de 11 anos, e O menino que venceu o monstro do câncer, de Maike Jonathan de Almeida Gomes (em memória), também foram lançados durante a cerimônia. Intitulada O pequeno guerreiro, a obra de Luã Vinicyos Barbosa Medeiros, de 12, foi apresentada no Centro Olympico. Os livros podem ser adquiridos nos sites da Estante Mágica: www.lojinha.estantemagica.com.br e www.estantemagica.com.br/amigos.

* Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram



 


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