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Estado de Minas Cuidado faz parte da rotina

Fazer um checape médico periodicamente é fundamental como forma de prevenção e avaliação do quadro clínico

Exames têm protocolos determinados por recortes de idade


22/01/2020 14:30 - atualizado 22/01/2020 14:45

(foto: Lelis)
(foto: Lelis)

No início do novo ano, nada melhor que ter entre as resoluções para 2020 o cuidar da saúde. Fazer um checape médico é a melhor forma de prevenir doenças e, se for detectado qualquer alteração, poder tratar de imediato. Lázaro Fernandes de Miranda, cardiologista do Hospital Santa Lúcia e conselheiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com as diretrizes orientadoras criadas pelas sociedades médicas nacionais e internacionais, os checapes são indicados para as pessoas aparentemente saudáveis como forma de prevenção e avaliação.

E consiste no que é chamado de exame clínico, feito pelo médico durante a consulta de rotina, que analisa pressão arterial, ausculta cardíaca e pulmonar, avaliação ponderal de peso e altura. Além disso, podem ser solicitados exames básicos de sangue, urina e fezes, a depender das particularidades de cada paciente. “Caso sejam encontradas alterações ou variáveis, é feito um encaminhamento para uma investigação mais completa e direcionada”, explica Lázaro.

O médico ressalta a importância da preservação da saúde, que significa qualidade de vida, de trabalho, de relacionamento e permite a perspectiva de uma vida mais longa. “Se é feito o exame e está tudo normal, ótimo, repetimos no ano seguinte. E se houver alteração, é possível reverter e tratar antes que comprometa a saúde do paciente.”

FAIXA ETÁRIA

Os exames de checape têm protocolos determinados por um recorte de idade. Durante a infância, o acompanhamento é feito pelo pediatra, que, por meio dos sinais apresentados e de avaliações clínicas, pode pedir exames complementares para identificar possíveis doenças.

A partir da primeira menstruação, as mulheres começam a visitar também o ginecologista, que, muitas vezes, assume o papel do pediatra e passa a fazer o acompanhamento geral da paciente, além dos exames ginecológicos e mamários.

Entre os 18 e os 35 anos, os protocolos indicam que investigações mais detalhadas devem ser feitas a partir de sintomas, evitando que os pacientes sejam submetidos a exames sem necessidade.

Porém, existem os exames gerais, que podem ser feitos com uma periodicidade anual ou bienal, no caso de pessoas saudáveis que não apresentam queixas ou doenças crônicas e comorbidades. Esses exames são considerados investigações simples e têm por objetivo antecipar e prevenir.

Eles incluem o hemograma completo, que mostra marcadores de anemia, infecções e distúrbios de coagulação, por exemplo. O checape simples pode incluir exames de urina, que avaliam a saúde de todo o sistema urinário, além dos rins. Os exames básicos, caso exista histórico na família ou indicações como sobrepeso e sedentarismo, também podem incluir análises de função renal e hepática, de glicemia para verificar sinais de diabetes, além do lipidograma, que avalia as taxas de colesterol e triglicérides.

Caso os exames básicos demonstrem algum tipo de alteração, são solicitadas análises mais detalhadas e pode ser feito o encaminhamento para especialistas, que conduzirão a investigação com mais propriedade.

Dos 35 anos em diante, alguns exames adicionais, como eletrocardiogramas, que avaliam a saúde do coração, podem ser acrescentados. Em pacientes fumantes, radiografias do tórax também podem ser solicitadas, para checar a saúde dos pulmões.

A partir dos 40, tanto nos homens quanto nas mulheres, essa investigação básica pode se tornar mais robusta, segundo os especialistas. Exames de imagem, como ecografias, endoscopias e colonoscopias se tornam parte dos processos mais rotineiros. No caso dos homens, após os 40 se torna necessário um olhar mais atento à saúde da próstata. Ecografias e exames sanguíneos específicos analisam alterações - caso elas se apresentem, é recomendado o exame de toque. Se tudo estiver na normalidade, o exame de toque deve ser feito com regularidade após os 45 anos.

Três perguntas para... Luciano Lourenço, clínico geral e coordenador da Emergência do Hospital Santa Lúcia


1) A quais sintomas mais comuns as pessoas devem ficar atentas e informar os médicos nos checapes e consultas de rotina?

Sintomas que podem passar despercebidos, mas que podem inspirar uma investigação mais apurada são o cansaço excessivo, dores abdominais, cefaleia crônica, diarreia de repetição. Nesses casos, os exames podem ser mais direcionados aos sintomas. Se a avaliação médica mediante os sintomas e o exame básico mostrar alterações, podemos, e devemos, aumentar o nível da investigação.

2) Como deve ser a periodicidade dos exames?

Se o paciente não tiver nenhuma comorbidade, como hipertensão ou diabetes, e não estiver fora dos padrões de peso e de índice de massa corporal e estiver sem sintomas, pode ser de dois em dois anos. Caso já tenha algum diagnóstico, é importante manter uma frequência maior, que será determinada pelo médico, de forma personalizada.

3) Quais são os médicos que devem ser visitados com mais frequência para o checape?


É importante fazer a diferenciação entre a consulta de rotina e o exame. Fazer muitos exames não é sinônimo de cuidar bem da saúde, não existe por que se submeter a exames desnecessários se a avaliação clínica for bem-feita. No caso das consultas preventivas, se o paciente tiver condição e acesso, o ideal seria ter acompanhamento anual com cardiologista, endocrinologista, gastroenterologista, ginecologista, para as mulheres, e o urologista, para o homens. A avaliação bem-feita por esses médicos exclui até mesmo a necessidade de exames invasivos, se não houver indicação. Essas especialidades conseguem identificar patologias que precisem de encaminhamento e, caso a pessoa não consiga ou queira visitar todos esses médicos, pode fazer a avaliação com um clínico geral, que fará, se necessário, os encaminhamentos.


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