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Estado de Minas Parceiros da saúde

Frutas e chás são bons aliados no combate ao câncer

Esses alimentos são ricos em flavonoides, que ajudam a impedir o surgimento de tumores e doenças cardíacas. Cientistas australianos chegaram à conclusão ao analisar dados de mais de 50 mil voluntários


19/08/2019 16:00 - atualizado 19/08/2019 12:49

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Maçãs e chás podem fazer parte de qualquer dieta saudável, pois são leves e contribuem para a saciedade. Além dessas vantagens, há indícios de que ajudam a proteger o corpo de doenças graves, segundo cientistas australianos. Os pesquisadores analisaram dados relacionados à alimentação de mais de 50 mil pessoas e observaram que esses e outros produtos ricos em flavonoides - compostos encontrados em alimentos e bebidas à base de vegetais - contribuem para proteção do câncer e de enfermidades cardíacas. As descobertas foram publicadas na última edição da revista especializada Nature Communications.
 
Em um trabalho anterior, a equipe descobriu que o consumo de moderado a alto de flavonoides estava associado a menor risco de mortalidade em indivíduos com pelo menos um fator de estilo de vida pouco saudável (tabagismo, alto consumo de álcool, nenhum exercício regular ou obesidade). “Em uma sociedade em envelhecimento, dietas que buscam reduzir o risco de mortalidade são extremamente importantes. Queríamos confirmar esse dado em um corte maior, seguido por um longo período de tempo”, conta ao Estado de Minas Nicola Bondonno, uma das autoras do estudo e pesquisadora da Universidade Edith Cowan.
 
Os cientistas se debruçaram sobre dados de um estudo dinamarquês chamado “Dieta, câncer e saúde”, em que foram analisados 53.048 voluntários, ao longo de 23 anos. “Dada a grande população desse trabalho e o número relativamente grande de óbitos, pudemos observar as associações entre a ingestão de flavonoides e a mortalidade em subgrupos com maior risco de mortalidade precoce: fumantes e consumidores de quantidade elevadas de álcool”, detalha Nicola Bondonno.
 
De uma forma geral, a equipe descobriu que as pessoas que habitualmente consumiam quantidades, de moderadas a altas, de alimentos ricos em flavonoides eram menos propensas a morrer de câncer ou doenças cardíacas. Cerca de 500mg de flavonoides totais por dia eram o suficiente. “Curiosamente, descobrimos que você não precisa comer níveis extremamente altos desses compostos para receber um benefício. Na realidade, se você comer alguns tipos de frutas e verduras, beber uma ou duas xícaras de chá por dia e, talvez, tomar um pouco de chocolate amargo, receberá o máximo de benefício possível desses compostos”, detalha a cientista.
 
Considerando os voluntários com alto risco de doenças crônicas devido ao tabagismo ou à ingestão de álcool, a ação protetiva foi ainda mais significativa. “Descobrimos que o efeito protetor dos flavonoides foi mais forte para fumantes e pessoas que consumiam mais do que as duas bebidas-padrão (porção de 300ml) recomendadas por dia. Esses indivíduos correm um alto risco de doenças cardíacas e câncer e parecem se beneficiar mais de uma dieta rica em flavonoides”, frisa Nicola Bondonno.
 
VÍCIOS

Apesar da constatação, a pesquisadora ressalta que o ideal para manter uma boa saúde é se livrar de vícios. “Também é importante notar que o consumo de flavonoides não neutraliza todo o risco aumentado de morte causada pelo fumo e pelo alto consumo de álcool. De longe, a melhor coisa a fazer pela sua saúde é parar de fumar e manter o consumo de álcool abaixo das duas bebidas-padrão recomendadas por dia”, adverte.
 
Segundo os autores, os dados obtidos podem ser de grande ganho para a prevenção de problemas de saúde, especialmente em pessoas com alto risco de doenças crônicas. “A inflamação subjacente e o estresse oxidativo podem aumentar o risco de doenças cardíacas e câncer. Os flavonoides foram vistos como redutores dos níveis de inflamação e estresse oxidativo, e pensamos que pode ser por isso que as pessoas que seguem uma dieta rica nesses compostos tenham menor risco de doença cardíaca e câncer”, explica Nicola Bondonno.

 
A autora chama a atenção também para a importância de ingerir o composto de forma variada. Ela sugere a seguinte combinação: uma xícara de chá, uma maçã, uma laranja, 100g de mirtilos e 100g de brócolis. “Juntos, eles têm uma ampla gama de compostos, mais de 500mg de flavonoides totais”, justifica. A pesquisa terá continuidade, e a equipe planeja focar na determinação de quais tipos de flavonoides são mais protetores de doenças cardiovasculares e cânceres.
 
Palavra de especialista

Ana Luíza Ferreira Brandão, nutricionista do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília
 
Dieta saudável não é difícil
 
“Hoje, temos visto que a indústria tem dado muito foco a pesquisas relacionadas aos flavonoides e seus benefícios ao organismo, como as ações anti-inflamatória e anti-hemorrágica. Especialistas buscam entender melhor esse tema e têm descoberto dados importantes. É o caso dessa pesquisa australiana, que mostra que os ganhos foram maiores em pessoas que consomem álcool e cigarro. Acredito que um acompanhamento ainda mais longo, que siga os pacientes por mais tempo, pode revelar se essa ação positiva se mantém. Esses dados também são positivos, pois mostram que não é difícil deixar uma dieta mais saudável. É só incluir esses alimentos ricos em flavonoides, que são bem comuns, como o chá-verde e o cacau.” 


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