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Sensações compartilhadas

Além de desenvolver habilidades motoras, na convivência com animais as crianças passam a ter noção sobre o que o outro sente


postado em 07/07/2019 04:05

A cadelinha Fiona, com as irmãs Maria, de 18 anos, e Mayra, de 3: animal fez a diferença na vida das duas (foto: Ana Maria Miranda/Divulgação )
A cadelinha Fiona, com as irmãs Maria, de 18 anos, e Mayra, de 3: animal fez a diferença na vida das duas (foto: Ana Maria Miranda/Divulgação )

 


A vivência com os bichos também favorece habilidades motoras e de fala para as crianças. O animal significa o universo de outra pessoa para dentro de casa – seja na atenção com a ração, o banho ou os passeios diários, a criança passa a compartilhar sensações e criar hábitos saudáveis. "Crianças aprendem com facilidade a imitação dos sons, o andar deles. Isso tudo é um estímulo muito grande no desenvolvimento motor e é algo espontâneo. É uma experiência lúdica do desenvolvimento", salienta Ceres Faraco, veterinária e doutora em psicologia.

"A criança começa a entrar em contato com a diversidade, com as diferenças. Ela vai aprender com quem pode se relacionar. Com o cachorro, sim, com a galinha, não. Ela vai entrando dentro desse ciclo mágico da vida", observa o pediatra Sérgio Crestana. Nesse contexto, alguns mitos devem ser derrubados. O exemplo típico é o da criança asmática, que não estaria apta para brincar com gatos. "É uma bobagem. Quando entram em contato com pelos, as crianças desenvolvem resistências que vão, inclusive, protegê-las de alergias no futuro. Algumas acabam desenvolvendo alergias porque não tiveram esse contato precoce", diz o médico.

Mas o especialista alerta: é preciso dosar responsabilidades. Uma criança não está pronta para assumir completamente uma obrigação de cuidar de um animal. Ela precisa de ajuda – a relação deve ser de prazer, não de compromisso. Ceres Faraco acrescenta que, para ter o animal, os pequenos costumam elencar promessas, porém, esse cuidado deve ser dos pais. "Animal não é presente de Dia das Crianças ou de Natal e não deve ser escolhido por impulso. O ideal é ter um planejamento para que toda a família esteja realmente consciente dessa responsabilidade, senão a experiência pode se transformar em um desastre", chama a atenção. Antes da idade indicada para iniciar essa relação, a tarefa deve ser dos pais.

Dentro da perspectiva de amenização da ansiedade, alguns estudos apontam que crianças que estão enfrentando problemas na família, como a separação dos pais, encaram a questão de forma menos traumática quando têm um animal em casa. A shihtzu Fiona tem 9 anos e chegou na família da designer de interiores Adriana Diniz em boa hora. Foi presente de uma amiga da filha mais velha de Adriana, Maria, de 18, quando ainda era filhote. À época, a designer enfrentava um processo de divórcio de seu primeiro marido, e a primogênita, então com 9, se mostrava entristecida, precisando se adaptar a uma outra realidade. "Uma psicóloga sugeriu a convivência com um cachorro. Confesso que nunca fui muito fã dos cães, mas abri mão mesmo pela necessidade. No fim das contas, Fiona transformou minha opinião. Hoje, adoro. Vejo o quanto é importante e como ajudou Maria", pontua Adriana Diniz.

RESPEITO 

Fiona se tornou grande companheira da menina. "A gente brincava muito. Passava muito tempo em casa, minha mãe trabalhava fora e meu pai tinha saído. Com a Fiona, conseguia me distrair", diz Maria. Ela assumiu por Fiona as tarefas que a mãe delegou. Passeio, comida e água, higiene com as necessidades fisiológicas. "Criei responsabilidade e noção de respeito. Aprendi a respeitar o espaço dela e ela aprendeu a respeitar o meu. Encarei o divórcio bem, mas fiquei um pouco triste e, com a Fiona, fui melhorando aos poucos. É uma amizade, uma relação tranquila", conta.

Do segundo casamento, a pequena Mayra, de 3, é o grande fruto. A designer conta que, durante a gravidez, Fiona parecia entender tudo, seguia Adriana aonde ia, cheirava sua barriga. Quando a rebenta nasceu, percebeu que se tratava de um bebê e logo lhe dedicou cuidados – a cachorrinha estava sempre por perto do berço. "Quando a Mayra chega da escola e abre a porta, Fiona a recebe, pula, abraça, mas Mayra sabe que uma hora chega, tem um limite. O estopim é curto", descreve a designer. Fiona hoje é um dos amores da pequena.

Agora, Adriana Diniz sabe como o contato com animais faz bem. "Quando você tem uma companhia, não sente solidão. Em momentos de estresse, a presença do animal acalma. Ele entende você como se fosse gente de verdade. Ajuda na própria harmonia da família. Observo pelas minhas filhas. Pelo cuidado, pela alegria, como Fiona faz diferença na vida delas", pontua.


palavra de especialista
Gustavo Pinho
veterinário

Imunidade reforçada

“Crianças que mantêm contato com animais de estimação têm maior imunidade e menor chance de desenvolver alergias, por exemplo. O contato com o pet também ajuda a aprimorar habilidades na esfera social, como afeto, docilidade, lealdade, inteligência, respeito ao próximo e responsabilidade. Essa relação pode significar saúde e trazer sociabilidade às crianças, promovendo sensação de bem-estar e diversos outros benefícios para seu desenvolvimento. Esse vínculo de amizade proporciona sensação de segurança e é uma forma de combate à solidão e à depressão. Cães, pássaros e gatos são os animais que interagem melhor com as crianças, e o cão é uma ótima escolha. Entre as raças de cães que se relacionam bem com os pequenos estão o labrador, golden retriever, lhasa apso, beagle, poodle e pug, citando apenas alguns.” 


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